𝟢 . 𝟣 - 𝖬𝗈𝗈𝖽.

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Depositando um selar sobre minha clavícula exposta, o homem de fios escuros inspirou profundamente, acariciando vagarosamente a curvatura de minha cintura por baixo de sua camisa social.

Francamente, o que eu estou fazendo?

Como cheguei a tal ponto?

Erguendo meu corpo sobre o balcão da cozinha, seus olhos fixaram-se nos meus, provocando em minha pele uma sensação excessivamente familiar de excitação.

Oh Deus, perdoe-me! Mais uma vez serei escravo da minha própria lascívia.

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─ Ímpar! ─ Berrou o de face angelical e sorriso terno, arremessando sua mochila contra o banco do transporte.

Contrariando outras instituições de ensino que disponibilizam ônibus para o deslocamento dos alunos entre campus, a universidade de Seoul proporciona a experiência única da utilização de carros de golfe para locomoção, o que é certamente bem mais divertido.

─ Par, vamos arrastar!

17, que droga.

─ Eu ganhei, você fala com ele. ─ Satisfeito, ele cruzou suas pernas e entrelaçou suas mãos por trás da nuca, exibindo um sorriso triunfante.

─ Félix, o pai é seu. ─ Ressaltei. Não fazia sentido eu ter que ligar para o pai de Félix quando ele poderia fazer aquilo por conta própria.

─ De quem é o celular e de quem foi a ideia?

O celular era meu, a ideia foi minha, e com apenas dois argumentos eu havia perdido.

─ Eu odeio você. ─ Afirmei retirando o aparelho do bolso, digitando o número que ele havia escrito na palma da minha mão.

Visitei a casa do loirinho inúmeras vezes desde que nos tornamos amigos, contudo, ainda não havia tido a chance de interagir com seu pai que estava sempre ocupado.

─ Aproveita e diz também que o meu celular ficou sem bateria, se não ele vai perguntar o motivo de eu não ter mandado mensagem.

Quando chegarmos ao apartamento a primeira coisa que farei será planejar um assassinato, sinto que ultimamente o outro tem causado problemas demais.

Por fim, ao salvar o contato, fitei o indivíduo ao meu lado e em seguida iniciei a ligação, esperando seriamente que o pai de Félix não fizesse perguntas.

Um toque, dois toques, três toques e nada, o senhor Lee não estava atendendo.

─ E ai? ─ Questionou Félix, tamborilando os dedos sobre o meu notebook.

─ Nada, ele não aten-

─ Quem não atende? ─ De forma inesperada uma voz surgiu do outro lado da linha, furtando a minha capacidade de raciocínio imediatamente.

E agora, o que eu faço?

─ Perguntarei outra vez, quem não atende? ─ Refazendo a pergunta, o dono da voz suspirou, provavelmente questionando-se o motivo pelo qual ainda atendia ligações desconhecidas.

─ S-senhor Lee? ─ Indaguei hesitante, engolindo em seco. Minhas mãos transpiravam mais do que meu corpo quando estava na academia.

─ Quem é?

Quem eu sou? Nem eu sei quem sou.

─ Oh, sinto muito, sou Han Jisung! Amigo do Félix.

─ Aconteceu algo?

"Eu quero levar o seu filho para uma boate gay".

É o que eu deveria ter dito, todavia, ao imaginar o sermão que ouviria do homem na linha, minha mente agiu por conta própria e me salvou, formulando uma mentira qualquer.

Diário de um delinquente - Minsung. Onde histórias criam vida. Descubra agora