ALMAS INTERLIGADAS

Capítulo 1; Encontro Inesperado

Marina ajeitou a pasta de couro
Sobre o ombro, seus passos
rápidos e decididos ecoando pelo saguão do imponente prédio de prefeituras. Aquilo era seu       território, um ambiente que conhecia tão bem quanto a palma da sua própria mão. Como             Advogada sênior da renomada
firma Almeida & Associados,        Marina havia escalado os degraus de sucesso através de uma              combinação de talentos,                  determinação e uma urniversidade sem limites.

Seus dias eram uma rotina bem    estruturadas de reuniões 
estratégicas, negociações rápidas 
e a constante pressão por 
resultados. Ela se orgulhava de 
sua fama como uma profissional 
implacável, capaz de manobrar   
com destreza os meios do sistema
jurídico em favor de seus clientes. Sua vida era um reflexo de sua personalidade - disciplinada, focada e meticulosamente planejada.             
Ao entrar em seu escritório
Marina lançou um olhar ao seu redor, satisfeita com a 
organização. As paredes
revestidas de madeira escura, a
enorme mesa de mogno e a
estante refleta de tomos legais
criavam um ambiente sóbrio e    
imponente, um reflexo de sua
própria imagem profissional   cuidadosamente construída.

Ela sentou-se na confortável
cadeira de couro, preparando-se
para mais um dia de trabalho
intenso. Com um movimento
rápido, abriu a agenda eletrônica
e revisou sua extensa lista de
compromissos. Reuniões,
audiências, negociações - sua
agenda era uma grade
ininterrupta de tarefas a serem
compridas com eficiência.

Marina estava tão absorta em sua
rotina que nem a figura que entrava deitada pela porta
entreaberta. Matheus passou o
olhar curioso pelo escritório,
claramente fora de seu elemento
naquele ambiente formal e  austero. Seu cabelo castanho
escuro estava desalinhado, seus
olhos brilhando com uma
centelha de curiosidade enquanto 
ele observava a mulher à sua frente.

Matheus era um artista boêmio
alguém que gostava de viver         à margem da sociedade estruturada que define a vida de Marina. Suas roupas descontraídas e sua atitude casual formavam um contraste
gritante com a formalidade do
escritório. Ele se moveu hesitantemente, até que sua presença finalmente chamou 
a atenção de Marina.

Ele alertou os olhos, deparando-se com aquele homem estranho em território. Sua expressão imediatamente se transformou em uma máscara de confusão e desaprovação.

"Posso ajudá-lo"? Marina perguntou, sua voz grave e  profissional.

Matheus sorriu timidamente sentindo-se como um intruso naquele mundo tão diferente do seu.

"Ah, desculpe-me. Eu me perdi e acabei de cometer um erro. Estou procurando o escritório da senhora Almeida".

Marina o examina por um momento, suas sobrancelhas franzidas quando desconfiança. aquele homem desalinhado não parecia pertencer àquele ambiente formal e elegante.

"A senhora Almeida está em uma reunião no momento. posso ajudá-lo com algo?" Marina respondeu, sua voz contida, ocultando o seu estresse com a interrupção.

Matheus hesitou por um instante,
claramente intimidado pela aura de autoridade que emanava da advogada.

"Bem, eu tenho uma reunião marcada com ela sobre uma nova encomenda. Mas se ela estiver ocupada, posso voltar mais tarde."

Marina lançou um breve olhar para sua agenda, já antecipando o transtorno que aquele imprevisto causaria em sua programação cuidadosamente organizada.

"Infelizmente, não posso informar quando a senhora Almeida estará disponível. se quiser, posso tentar agendar uma nova reunião para você".

Matheus assentiu, seus olhos percorrendo o escritório com  uma mistura de fascínio e estranheza.

"Entendo. Acho que vou esperar aqui, se não for para incomodar."

Marina soltou um suspiro discreto, hesitando por um momento. Aquele homem parecia fora do lugar naquele ambiente, e ela não se sentia confortável com a ideia de te-lo, acomodando
sua rotina.

No entanto, antes que puder ser replicar, seus olhares se  encontraram, Mateus a encarou como uma curiosidade curiosa, e Marina sentiu uma estranha sensação de familiaridade atravessá-la. Algo naquele  homem a intrigava, despertando uma emoção que ela não conseguia identificar.

Relutantemente, Marina
concorda.

"Fique à vontade. Mas tente não
causar muita distração, por favor."

Matheus sorriu, parecendo
aliviado, e se acomodou em uma
das cadeiras em frente à mesa de
Marina. Ela voltou seu olhar para a tela do computador, mas suas tentativas de se concentrar foram em vão. Sua mente estava dominada pela presença daquele  homem que parecia tão fora de lugar em seu mundo meticulosamente ordenado.

À medida que os minutos se
arrastavam, Marina não deveria evitar que seus olhos fossem atraídos de volta para Matheus.
Ela o observava discretamente, intrigada por sua postura relaxada e seu estar despreocupado. Havia algo nele que fascinava, a pensar de suas diferenças gritantes.

Quando seus olhares se cruzaram novamente, Marina sentiu uma estranha descarga elétrica percorrê-la. Naquele momento, o mundo ao redor parecia ter desaparecido, deixando apenas  os dois em um espaço intemporal. A tensão palpável entre eles era quase palpável, criando uma atmosfera carregada de uma atração visceral.

Marina forçou-se a desviar o olhar sentendo-se subitamente desequilibrada. Aquela reação  era algo fora do comum para ela, acostumada a manter o controle em toda as situações. Mas a presença daquele homem a perturbava de uma maneira que ela não conseguia compreender.

Enquanto a espera se arrastava, Marina e Mateus libertavam-se em um silêncio inquieto, cada um lutando contra a acrescente sensação de que algo profundo e irresistível os ligava, apesar de suas diferenças aparentemente irreconciliáveis.

O capítulo termina com Marina e Mateus se encarando, intrigados com atração inesperada que parecia brotar entre eles, desafiando todas as suas expectativas e convicções.