Pov: Miranda
Nesses últimos dias, eu não conseguia dormir direito. Tudo me incomodava, fosse a posição ou os chutes dos quádruplos ou os travesseiros que não estavam na posição correta. Nesse exato momento, o relógio marcava 2:34 da madrugada. Eu estava lendo um livro encostada na cabeceira da cama; enfim consegui ficar em uma posição confortável, pelo menos. Andrea estava ao meu lado. Pela sua cara, devia estar no quinto sono. Tadinha, tinha acordado às 00:40 para fazer meus caprichos, e ela teve que ir a um mercado 24 horas.
Nesse frio.
Tadinha, às vezes dava pena da minha menina, fazia todas as minhas vontades.
Andrea dormia tranquila, com a respiração serena. De vez em quando, eu tirava a atenção do meu livro para apreciá-la, admirar a beleza daquele ser que eu tinha o prazer de chamar de namorada.
Foquei novamente no livro que estava lendo. "O Pequeno Príncipe" era meu livro infantil preferido. Já li e reli centenas de vezes e nunca me canso. Em um certo momento, escutei um gemido baixo. Achei aquilo estranho, porém deixei pra lá.
— Uhm assim... isso. — Escutei a voz de Andrea e olhei para ela. — Isso, amor, continua... mais rápido.
Com quem aquela cachorra está sonhando? E que porra de sonho era aquele?
— Andrea... — Cutuquei-a, porém ela não acordou. — Andrea, acorda... ANDREA SACHS, ACORDA AGORA!
Andrea deu um pulo na cama, ficando sentada.
— O que foi? Eles estão nascendo? — Olhou para mim com os olhos quase saindo da cachola.
— Sua tarada, com quem você estava sonhando? — Dei um tapa em seu braço. — Diz! E por que estava gemendo? — Outro tapa. — Sua cachorra, você está me traindo?
— Ai... ai... amor, não. — Ela passou a mão no lugar atingido. — Eu estava era dormindo, mulher, eu hein.
— Eu sei que estava dormindo, estrupício, mas você estava sonhando com quem? Que estava gemendo, hein? Posso saber? — Cruzei os braços, indignada.
— Ai, amor, eu estava sonhando com você. E faz tempo que a gente não tem uma relação, e eu estou morrendo de tesão. — Fez um biquinho. — Mas eu não te traí, okay? Eu não sou esse tipo de pessoa.
— Oh, minha bebê, desculpa, tá? Deixa eu dar um beijinho para passar.
— Agora também não quero beijinho. — Fez cara de brava. — Bate e depois vem com esse de beijinho? Eu, hein. Sou saco de pancadas agora? Vou dormir no outro quarto, já que meus gemidos estão incomodando a senhorita. — Andrea pegou meu travesseiro e saiu andando.
— Andrea, volta aqui. Andrea Sachs, volte aqui agora. — Ela nem me deu ouvidos.
— Tenha uma boa noite. — Andrea disse, passando pela porta.
Se antes eu não conseguia dormir, agora sem ela na cama, não conseguiria mesmo. Revirei os olhos. Tudo bem, se ela quer dormir longe de mim, por mim tudo ótimo, tudo perfeito. Bati na cama com a palma da mão, com raiva.
— Idiota.
Me ajeitei na cama para dormir. Acho que passaram uns cinco minutos e escutei a porta se abrir. De costas para a porta, fingi que estava dormindo tranquilamente. A cama afundou do meu lado e senti a mão dela passar pela minha barriga.
— Sei que não está dormindo, amor. Me desculpe, tudo bem? Não queria falar aquilo com você. — Ela cheirou meus cabelos.
— Não quero abraços, Andrea.
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A mãe da minha melhor amiga - Adaptação
Romansa[Concluída (?)] E se depois de tanto tempo longe você se visse apaixonada pela mãe da sua melhor amiga? como lidaria com isso? Será que valia a pena? e a sua relação com sua amiga? ainda seria a mesma? várias perguntas sem nem uma resposta. Andrea s...