𝟐𝟑|𝐌𝐎𝐁𝐘 𝐃𝐈𝐂𝐊

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NESSA BARRETT

— Senhorita Barrett e Senhor Hudson, na minha sala agora.

Ele bradou somente uma vez, baixei a cabeça e Louis lhe deu um sorriso idiota.

— Qual a graça senhor Hudson? - o diretor tinha uma voz grave e séria demais.

— Nada, só estava com saudade mesmo da tua sala. - ele riu uma vez mais, o diretor ignorou aquela gracinha e fomos praticamente escoltados até a diretoria.

Muitos alunos se empilharam por perto, curiosos com tudo. Droga, nunca fui parar na diretoria antes, minha vida deu um giro de 360 graus e resolveu parar de cabeça pra baixo.

— Voltem aos seus afazeres. - o diretor ordenou aos alunos, mas eles nem se mexeram.

— Vão fofocar o caralho lá fora, ou quando sair daqui faço picadinho do farrapo de vida social que vocês ainda tem.

As pessoas foram dispersando com a voz fina mas ameaçadora de Chase.

— Disse alguma coisa senhor Hudson? - o diretor apareceu rápido na porta.

— Nada não, mandei eles tricotarem uns cachecóis já que tá bem frio.

Chade chutou o vento, pus minha mão na boca pra esconder o riso.

— Entrem então.

Estava com raiva do Chase, por isso não queria demonstrar que me divertia com suas bobagens, ele ainda vai ter que me explicar essa história confusa com a Charli. Nós sentamos um ao lado do outro, Chase se esparramou como se estivesse no sofá da casa dele.

O diretor nos passou um belo sermão, nos dando três dias de serviço comunitário na escola como punição, ainda preferia isso a ser suspensa. Chase bocejou alguma vezes e cantarolou outras, enquanto eu pisava em seu pé quando o diretor parava de falar, esperando por uma concentração que não viria.

— Irão ajudar na educação física. Com absolutamente tudo que for preciso, com as tarefas que os professores ordenarem. - concordei sem pestanejar, Chase resmungou baixo e cruzou os braços. — Isso é tudo, saibam que na próxima é suspensão. Vou ligar para os seus pais agora, estão dispensados.

— Até que enfim, minha bunda tá dormente. - Chase sendo Chase.

— Como? - o diretor largou o telefone um instante, encarando-o.

— Eu só disse que sou um aluno consciente. - Chase deu um risinho falso e saímos da sala.

Merda, ligar para minha mãe! Acho isso tão desnecessário. Queria saber as horas, mas lembrei que não tinha meu celular aqui e nem relógio.

— Que horas são Hudson? - perguntei sem olhá-lo.

— Hora da gente conversar, vem.

Chase segurou meu pulso e me levou até perto da área dos stands, mas que droga, fui arrastada por ele, os olhos de Jaden encontraram os meus, vi sua expressão mudar da água pro vinho, raiva poderia defini-lo. Chase continuou me levando até o gramado, soltando-me assim que andamos poucos metros depois da saída, deixando uma marca vermelha em meu braço.

— Você é um ogro. - passei a mão no braço pra amenizar a ardência.

— Sou, espera só até eu começar a te arrastar pelos cabelos. - ele sorriu, mas dessa vez não o acompanhei. — Não sei como dizer isso sem parecer um idiota. - seu riso cessou, ele alternava constantemente o peso nos pés.

— Você já é um idiota, não se preocupe. - brinquei sem humor nenhum.

— Ok. O que a Charli disse é verdade em partes. - ele disse tudo rápido demais, uma tontura repentina me tomou com aquelas palavras, puta merda, ele... Puta merda, só palavrões rodeavam minha cabeça.

𝐁𝐎𝐑𝐍 𝐓𝐎 𝐌𝐄-𝐍𝐀𝐃𝐄𝐍 Onde histórias criam vida. Descubra agora