Mavie Hale é uma singular jovem adulta da cidade pacata de Aspen, onde seu sonho de ser uma escritora renomada tarda a acontecer pela décima vez em apenas um mês.
Prestes a ser despejada, a única alternativa da jovem era pedir seu emprego de volta e...
- O amor não prospera em corações que se amedrontam com as sombras. - William Shakespeare.
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| Aspen, Colorado Às 01h50 - Madrugada. Segunda-feira.
ㅗㅗ
Meu livro foi recusado. Pela nona vez naquela mesma semana, na qual eu visitei nove editoras na tentativa constante de publicá-lo.
A trilha sonora daquela boate onde eu e minha melhor amiga nos encontrávamos não era nada agradável, pelo contrário, estourava todos os tipos de poluições sonoras possíveis. Só existia música eletrônica sem letra, incapaz de adentrar pelas minhas veias mudando a minha forma de ver aquela festa.
ㅡ Argh... Só olha, por favor! ㅡ Minha melhor amiga implorou, interrompendo a minha vitimização contínua e interna. ㅡ Não é nada de extraordinário, é só uma mísera olhadinha.
Apertei minha mandíbula, erguendo meus olhos cor de âmbar em direção a minha amiga sentada ao banco ao lado. Meu rosto transformou-se automaticamente em uma careta, indignada pela insistência constante que ela tinha em me apresentar caras.
Não me leve a mal, eu posso ser a pessoa mais encalhada da face da terra, mas não estava tão necessitada assim. Tá certo, depois do meu último relacionado, há 3 anos, não venho me relacionando com mais ninguém.
Tenho certeza que o relacionamento deixou certas cicatrizes difíceis de curar, então tem traumas em questão que demoraram a ser esquecidos. No meu caso, está no terceiro ano de tentativa de cicatrização.
ㅡ Por quê eu sou sua amiga, em? Você é a pessoa mais insistente que eu conheço! ㅡ Ofeguei, afastando a franja minha testa, que continuava a cair em meus olhos. ㅡ E, não, Sophie, não vou olhar para ninguém. Só estou nessa boate por causa de você.
Já passou da meia-noite, o que deixa claro que amanhã seria uma semana corrida já que eu precisava correr atrás do prejuízo. Prejuízo esse que sobrecarrega meus ombros diariamente, como o aluguel que tenho que pagar todo mês.
E, infelizmente, não consegui renda alguma naquele mês para pagar. Ou seja, estou há algumas semanas com o aluguel atrasada, prestes a ser jogada na rua.
ㅡ Aff... Você é uma chata. ㅡ Resmungou, revirando seus olhos castanhos claros dando-se por vencida. ㅡ Uma olhada não mata ninguém.
ㅡ Mata, sim. Minha bateria social.ㅡ Retruquei, piscando meus olhos repetidamente. ㅡ Que, aparentemente, acabou a partir do momento que pus os pés aqui.
Sophie soltou uma lufada de ar em forma de demonstrar que desistiu de insistir ㅡ por poucos minutos ㅡ , enrolando seus dedos nos fios longos do seu cabelo vermelho.
ㅡ Eu prefiro quando você incorpora a V ㅡ Sussurrou a letra, dando ênfase na sua insinuação. ㅡ Parece que acabamos de sair de um enterro.
