Trust Me - Age Regression

Pesadelo

Que as membros do Dreamcatcher eram apaixonadas por seu conceito sombrio, não era surpresa para ninguém. Era possível ver apenas no olhar, toda a dedicação posta em meninas que representam pesadelos.

Lee Yubin estava amando a liberdade que possuía no novo grupo, o rap além de um talento, era uma das paixões de Yubin. A coreana sempre foi reservada, fazia parte da line introvertida do grupo, conseguia se expressar através da carreira de idol, o que a fazia muito feliz.

Yubin representava o um pesadelo patológico, um horror patológico a sentir dor, a Lee nunca confessou isso, mas isso a representava muito bem. A ansiedade a reprimia, somente o sentimento de ser enganada novamente, de sentir toda aquela dor novamente, trazia horror a ela.

Pensava que ansiedade a protegia, que construia uma barreira por toda a sua mente. Na realidade, a única maneira que encontrou de se proteger foi regredir. A pequena Yubin não tinha muito mais do que três aninhos, uma pequena adorável, que amava carinhos, beijinhos e conseguia ser a pessoa mais feliz do mundo apenas com uma mamadeira de leite quente com chocolate.

Yubin não sabe ao certo quando tudo isso começou, apenas de lembra de odiar o fato da adolescência a obrigar a crescer tão rápido, até hoje consegue sentir a tristeza de doar todos os seus brinquedos e ser tratada de maneira diferente.

O colégio não foi tão assustador, ninguém nunca implicou com ela e consegui alguns amigos, não era a aluna expecional mas não passava por apuros, era algo tranquilo, algo que ela esqueceria depois de alguns anos.

Havia algo em sua vida que fazia um enorme buraco em sua mente, talvez algum trauma de infância mas que por algum motivo, foi escondido por um bloqueio emocional. Ela se recordava de chorar muito na infância, eram poucas memórias felizes. Seus pais nunca foram totalmente concentrados em sua vida, eram liberais, ao ponto de não se importarem tanto com o que a filhxa fazia. Ela sentia falta deles, não era como se fossem agressivos ou ruins, apenas nunca prestaram atenção na garota, a viam de maneira superficial.

E ela se acostumou com isso, seus pais lhe davam comida, presentes de natal, nunca a negaram bens materiais, mas abraços e beijos naquele lar não eram tão comuns, não tinham intimidade suficiente para isso. E estava tudo bem, não tinham motivos para prestar atenção nela. Não era a aluna mais inteligente, mas não tirava notas ruins, não era a mais bonita mas não sofria por ser feia, não arrumava brigas, e nunca se envolveu em uma, ser mediana sempre foi comum para Yubin.

Era como se sua vida estivesse passando rápido demais, e ela não arranjava tempo para melhorar, sua única alternativa sendo voltar para um tempo onde ser mediana não era uma problema. As vezes que se deitava em seus cobertores de desenhos, quando sua mãe esquentava leite quente no micro-ondas, e se isolava do mundo a fora. Por conta disso, Yubin usou chupetas e mamadeiras até os onze anos, parou quando se graduou para escola secundária. Essa pausa durou por poucos anos, não resistiu a calmaria que os objetos a traziam.

Ser idol ajudou um pouco, não se tem tempo para usar chupeta quando precisa treinar o dia todo. E cantar distraia sua mente.

Toda aquela dor, a qual seu pesadelo representativo, não era física, ela sentia dor por ser preenchida por um vazio, de nunca ser o suficiente, de sempre estar em uma linha tênue, de ser enganada por sua própria cabeça durante toda a vida.

Dami gostaria de ser completa, de ser cem por cento em algo.

E encontrou isso com suas companheiras de grupo, a longo dos anos, o dreamcatcher preencheu um pouco desse vazio, ela fazia parte de alguma coisa, era boa e importante em algo pela primeira vez na vida. Encontrou todo o carinho, abraços, beijinhos, tudo o que precisava, em seis mulheres que acreditaram em Yubin desde o início. Dami tinha fãs, pessoas desconhecidas que compravam álbuns, desejando ver seu rosto em fotos físicas, comentários e elogios que indicavam que estava sendo boa, mesmo que tudo não fosse perfeito, era como se sua porcentagem, que nunca passou de sessenta por cento, estivesse aumentando.