Cap. 5

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Quem tem mãos para servir, não tem tempo para fazer o mal.
-Santa Irmã Dulce

Caleb

-Você tem quantos anos?
-20.
-Faz qual curso?
-Administração, vou abrir uma empresa.
-Seu nome todo.
-Caleb Carter Jones. E o seu?
-Akira Rose Evans.
-Rose?
-É.  De onde veio?
-Canadá.

-Você tem alguma mania ruim?
-Acho que não.
-Você tem…-as bochechas dela ficaram avermelhadas na pele pálida- Namorada?
-Essa vaga tá disponível.-sorri com lascívia.

-Olha, vou ser bem clara. Sou cristã,  se você é o tipo de homem que vive trazendo mulheres pra cá como se fosse um motel, não vou dividir o aluguel. Se der em cima de mim, também se considere um homem morto. -Ela parecia mais dona do meu apartamento pela forma como falava do que o contrário.
-Qual o problema de trazer garotas? -Não é como se eu estivesse recebendo, mas poderia acontecer e essa puritana pelo visto atrapalharia meus planos. Já estava me arrependo da oferta e um tanto irritado pela forma que me encarava.
-Eu…não quero ouvir…. O…- ela estava embaraçada e eu irritado.
-Olha, você não vai ouvir nada. -respondi e a observei engolir seco enquanto mirava a porta.

Sem opções é isso ou o frio.

-Acho melhor eu voltar. Sinto muito por tudo.

Depois de todo esse interrogatório pra ela preferir hipotermia?

-Não acha meio radical.
-Não posso exigir isso de você na sua própria casa. É loucura. -Então ela sabe que é louca!-Mas, não vou me por em uma situação como essa…
-Voce que sabe. -Disse aquilo dando de ombros. Não daria o braço a torcer.

Ela pelo visto também não. Retornou para o apartamento e eu voltei para o meu filme. Fala sério!

(...)

De madrugada acordei e fui beber água, encarei o relógio marcando 3:17 AM. Após isso fui andando para meu quarto quando lembrei da Akira. Voltei a sala fitando o colchão sem ninguém nele… Como será que ela está neste frio? Não era da minha conta e nem deveria me importar com a desconhecida.

Todavia, creio que se ela não fosse uma garota bonita, jamais teria ido lá conferir se estava tudo bem. Bati uma vez na porta e nada. Virei a maçaneta e estava trancada. Estava prestes a desistir quando tive uma ideia.

Arrastei o tapete da frente e achei a chave.
-Porra, que truque velho!
Qualquer que me visse poderia me achar um ladrão, mas eu não faria nada demais com ela, apenas ia ver se estava viva.

Quando entrei no recinto a ausência de mobília me deixou espantado. Os únicos móveis eram os que já vinha com o apartamento (o fogão elétrico, geladeira e micro-ondas). Dando alguns passos adiante vi a garota enrolada no edredom em posição fetal. Engoli em seco e senti um arrepio pelo frio no local. Estava congelante e era provável pelo tempo que passou ali que pudesse morrer.

Ajoelhei-me perto do corpo que agora imaginava ser o defunto de minha vizinha. Com receio e embrulho no estômago puxei um pouco da coberta para visualizar seu rosto. A face estava com o nariz roxo e ao tocá-la estava fria demais. Já está morta?! Puta merda! Eu não acredito! Eu vou ser o filho da puta por ter deixado essa garota pobre morrer de frio? E os pais dela? Merda, merda, merda, merda!

Antes que o desespero tomasse conta eu tinha que verificar direito se estava viva ou não. Tentei senti a respiração com a mão, contudo, se havia algum ar saindo deveria ser muito pouco porque não senti nada. Afastei um pouco mais o tecido de sua face e toquei abaixo de sei queixo. No pescoço ainda podia sentir pulsação. Ela está viva. O suspiro que dei foi de tanto alívio que resolvi acordá-la.

-Ei. Garota. Akira.
Ela nem se mexia. Levar ela pra minha casa não seria loucura demais depois de já ter invadido e além de que o frio daqui já estava me incomodando.
-Vou te levar sem teu consentimento. -Avisei a Akira inconsciente.
Serpenteei o corpo no cobertor e me senti o cara do IML levando um cadáver num saco preto. A diferença era que o edredom é branco, fora isso eu ia parecer os caras da perícia daquele jeito.

Deitei-a no colchão em casa. Ponderei se não seria melhor colocá-la no quarto sobrando que possuo, mas Akira se assustaria demais quando despertasse.

(...)

Na manhã seguinte acordei e a vizinha ainda dormia, me agachei para verificar se não tinha morrido e a mesma estava bem, apenas notei o sangue seco na coberta e no nariz.
-Hum… Você vai precisar de um chá.
Ela parece começar a despertar e quando o faz não aparenta lucidez alguma e começa a tossir logo em seguida.
-Não me machuca por favor, pai! Por favor, não faço aquilo. -a voz sai rouca, arrastada e com bafo.
-Acho melhor te levar pro hospital.

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N/A: Pessoal, eu não estou fazendo revisão dos capítulos, então contém erros de ortografia. Meu foco no momento está sendo só em concluir a história. Agradeço a quem estiver lendo. Curta 🌟 e comenta isso me motivaria bastante ☺️❤️🌹

Desejo de Eternidade -romance católicoOnde histórias criam vida. Descubra agora