Sem título

o que eu coloco aqui?

No que isso vai dar? Não sei. Como vai funcionar? Não sei. Como vou fazer? Não sei. 

NÃO SEI, GENTE. Mas há tantos "não seis" no momento. Não sei se vou continuar na faculdade. Não sei se acredito em Deus. Não sei o que vou fazer amanhã. Não sei como é que vou fazer aquela merda daquele trabalho. Inclusive, me dá ansiedade só de pensar. Tudo me dá ansiedade ultimamente. Tudo me deixa depressiva.  Eu me sinto correndo de lá pra cá e de cá pra lá, tentando dar conta de tudo. E tenho que organizar o quarto, tenho que ler o livro, e tenho que postar no instagram, porque também tenho que sobreviver ao capitalismo. E tenho que estudar o estilo barroco na literatura, pintura, música e arquitetura. 

Suspiro.  

E a palavra arquitetura está grifada como se estivesse errada. Ela não está errada, parem com esta merda. Que coisa mais irritante. Sinceramente, corretor de texto não deveria existir. 

Sabe o que percebi? Que tenho "entes" como vício de linguagem. Sinceramente, particularmente, ultimamente... Tenho que tirar da minha boca essas palavras. 

Tá,  tá, como é que vamos fazer. 

Eu embaralhei aqui e sorteei uma carta para termos pelo menos um norte de início. Mas, claro, como o universo é piadista, saiu um "Ás de Paus." Inícios. Começos. 78 cartas. Qual  a chance, gente? Como não aceitei muito bem essa resposta, peguei outra carta. A Imperatriz. Aí começa a melhorar. 

Sabia que a combinação d'A Imperatriz com o Ás de Paus pode indicar gravidez? Agora sabe. Eu lembro bem porque foi uma das primeiras coisas que aprendi quando entrei nesse mundo do tarô, lá pra 2016. Faz oito anos. Podia ter feito duas faculdades. Caraca. Pois é. Tava lá, naquele livrinho de 180 páginas, que eu não recomendo pra ninguém. Mas o livro tem valor sentimental, porque passei tanto ódio que não ouso jogar fora. Eu tenho até hoje o baralho que veio junto com o livro, velhinho, desbotado, com o papel abrindo nos lados. Também tenho apego. Mas também não recomendo pra ninguém. Me escutem: quer aprender tarô? Peguem um baralho tradicional, gente. Não inventa de pegar um moderno, contemporâneo, tematizado com a atualidade.  Peguem um mar-sé-lha ou um rider-waite. Aliás, smith-waite pra cá entre nós, feministas. Sim, porque Pamela Colman Smith nunca recebeu devidos créditos pela sua colaboração (ela somente ilustrou TODO o baralho, uma coisica de nadica de nada.)Aliás, sabia que ela é artista e tem diversas obras, não somente o baralho? Pois é, gente. 

Sabe uma coisa que reparei? Até agora, o meu texto já teria rendido uns três posts no instagram. MAS EU ODEIO AQUELA REDE SOCIAL e por mim eu teria apagado de TODA A EXISTÊNCIA aquela merda. Ô coisinha mais cacofônica, visualmente poluída, feita para superestimular seus usuários, deixando-os acelerados e ansiosos, além de sedentos por likes, como cachorros condicionados. Já viu como é o processo de adestramento de cachorro?  A diferença é que acho muito estranho a gente seguir um determinado padrão de comportamento, tolhindo partes de nós mesmos e moldamos tudo para a merda do algoritmo. 

Claro, eu entendo, né? Capitalismo, pagar as contas, fazer dinheiro. etc, etc, etc. Sabe uma coisa que é interessante? É que esses malditos marketeiros de instagram vendem a tal da liberdade geográfica, porque supostamente eles conseguem trabalhar em qualquer lugar, em contraponto do trabalho CLT, presencial, que você tem que ir lá bater ponto. Mas vejo pouca gente sendo elas mesmas na rede social tóxica do caralho. Tem até horário pra postar, minha gente. Porque tem que servir para aquela merda do algoritmo para entregar paras as pessoas. 

Ai, e o que isso tem a ver com a Imperatriz? Pois é, eu também não sei. 

Que tal falarmos de grávidas?  Ai, não....

Veja bem, eu não quero ter filhos. Tenho 4 gatos (e mais um agregado, que é o gato do vizinho) e já está de bom tamanho. Eu daria minha vida por eles e seria trocada por um sachê, a depender deles. Eu amo eles e sei que sou amada por eles, mesmo que esse amor seja nivelado do quão pontualmente dou ração de manhã. 

Tô cansada de vocês. Vou comer batatinha frita. (não vou falar a marca, por mais gostosa que seja, porque não patrocinada)