𝐒𝐄 | 𝐑𝐢𝐜𝐡𝐚𝐫𝐝 𝐑𝐢́𝐨𝐬 ✞

insônia

Catarina Veiga
Acordei agora com o rosto inchado. Dormi mal por ficar pensando muito em tudo. Quando eu era adolescente, tinha uns 14 anos, acabei ficando com o meu ex, que era ex da minha amiga. Ela ficou muito brava comigo e isso destruiu a minha cabeça na época. Com 14 anos, fui chamada de puta, falsa, boqueteira. Ele foi o primeiro menino que cheguei a fazer algo. Depois dele, nunca fiz mais nada. Só perdi a minha virgindade com 19 anos, não foi por falta de opção, mas por escolha, trauma.

As postagens dos beijos com Richa, me fez lembrar desta época.
E se as pessoas pensarem que eu sou uma puta?
Vagabunda?
Eu apenas fazendo o meu trabalho de cuidar dos jogadores, quando tenho um pequeno desvio, falam besteira?
Quantas fãs de Richard me xingaram por apenas um beijo? Incontáveis.
Mas foi só isso.
Daqui a pouco, algum famoso vai trair a namorada e vão me esquecer.
Vão esquecer do beijo.
Vão esquecer.
Só errei desta vez, não vai mais se repetir.

Foi um beijo de fim de festa.
Apenas isso.

Fiz uma maquiagem básica para disfarçar as olheiras. Coloquei uma calça branca e um camisa bege.

Chegando na academia, alguns jogadores, os mais próximos de mim, perceberam minha cara de cansaço.

Escutei duas batidas na porta da minha sala.

— Pode entrar. — avisei
— E ai Cati? — Veiga disse entrando
— Oii
— Que carinha é essa ein?
— Nada. Só dormi mal esta noite. Insônia.
— Ah, acontece né? De boa...E o beijo ein? — Veiga disse sorrindo — Rapaz, sabia que eu suspeitava? — Ele cruzou os braços
— Ai Raphael, se for para falar sobre ele sai da minha sala. — disse colocando meu jaleco
— Calma, flor. — ele saiu

Esse beijo vai me atormentar para o resto da minha vida.

Fiquei fazendo uns relatórios dos jogadores. Quem se machucou nos ultimos jogos;
Quem está lesionado;
Quem precisa de mais atenção;
Quem precisa fortalecer musculação;
Essas coisas de fisioterapia.

Escutei duas batidinhas na porta de novo, provavelmente Veiga de novo.

— Pode entrar!
— E ai, Tica? —ele disse entrando na minha sala e eu engoli um seco
— Oi Ríos. Posso te ajudar?
— Por que está falando formalmente assim? — ele se sentou na cadeira da mesa e eu me sentei na Maca.

— Esse é o meu trabalho,Richard. Eu sou sua fisioterapeuta. — Levantei e fui pegar os relatórios
— Mas pode ser só minha também. — ele levantou e me abraçou por trás— Pelo menos por uma noite. — ele sussurrou no meu ouvido

Fechei os olhos e respirei fundo. Me virei, ficando cara a cara com ele.

— Richard, coloca na sua cabeça: A gente só foi um beijo. Uma ficada! A gente não pode acontecer de novo. Nunca mais! Entenda!
— Então você não quer me beijar de novo? — ele colou nossas testas e me olhou com o olhar. Aquele olhar.
— Seu filho da puta. — Puxei os cabelos da nuca dele e o beijei.

Richard me puxou para o colo dele e me deitou na maca.

— Não podemos fazer isso aqui... — disse enquanto ele beijava meu pescoço todo.
— Tecnicamente eu também não posso ficar com você, mas uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa. — Ele falou abafado no meu pescoço.
— Realmente. Mas essas coisas são diferentes, aqui é o meu trabalho. — tirei ele de cima de mim e sentamos um ao lado do outro na maca — E o seu também. — passei a mão no rosto dele e ele fechou os olhos. Parecia aproveitar o meu toque.
— Cati, entenda. Meu corpo precisa do seu. É como se fosse um deserto e eu precisasse de água. Você é agua, e eu preciso muito beber.
— filosofando? Gostei...— sentei no colo dele e ele apertou minha bunda
— Eu faço tudo que você goste. Mas bora tentar, essa noite, jantar lá em casa. Bora? — ele colocou uma mecha do meu cabelo para trás da minha orelha e eu o dei um selinho
— Bora. — ele sorriu com a minha respota.