CAPÍTULO III: BRYAN À BEIRA DA LOUCURA.
Bryan Darko, noite de 4 de julho.
Chicago sempre foi um lugar melancólico. Mas a noite eram as principais 12 horas em que todos pareciam estar acordados, quando precisavam estar dormindo. Eu era um deles.
Além do fato do meu departamento de investigação me odiar e duvidar de mim como se tivessem motivos suficientes pra isso, eu tinha uma baita insônia, o que de certa forma me ajudava a ser um policial melhor, ou pelo menos um policial de verdade.
Especificamente na noite do 4 de julho, a maioria das tropas da polícia estavam cobrindo a grande festa que teve na cidade, o que de fato gerou muito fordúncio, mas eu não fui um dos convocados à prestar a segurança do lugar. Talvez porque pensaram que eu tramaria algo contra a minha própria gente.
Então ao invés de estar no centro da cidade, às 00:30 eu tomava um café bem quente por conta do grande frio daquela semana de inverno. Eu gostava daquele lugar, geralmente as garçonetes de lá me davam desconto, me chamavam de detetive Darko e eu realmente era fã de me sentir um cara importante.
- Mais café, detetive Darko? - uma delas apareceu e eu sorri entregando a xícara.
- Não, obrigado. Vem cá, esse lugar aqui é 24 horas? Porque eu acabo que passo por aqui há meses e em todas as vezes ele está aberto.
- Você conhece o chefe daqui? - eu neguei com a cabeça - Então é melhor nem desejar conhecer.. Meu chefe é galo.
Pelo que eu tinha entendido, ela quis dizer sobre a cartela de esteriótipos dos jornais que eu estava lendo, eram como uma espécie de signo misturado com jogo do bixo. Eu puxei o jornal e li a descrissão do galo, rindo e com a outra mão pegando o casaco.
- É ganancioso, egoísta e egocêntrico.
Eu sai da lanchonete das japonesas, como eu costumava chamar aquele lugar, com a única certeza de que aquela noite ia ser tão solitária quanto todas as outras noites em Chicago, exercendo um trabalho fajuta. Apesar disso, adimitir estar mal da cabeça não era uma coisa que que fazia frequentemente. Devo dizer que é uma coisa que que nunca fazia.
Quando entrei na viatura constatei o fato de que precisaria de algo a mais pra sobreviver naquela noite. O que leva uma pessoa a perder o instinto de sobrevivência? Depressão, ansiedade, pânico talvez, melancolia, solidão ou tantos outros fatores que cientificamente podem srr aplicados à esses casos.
O que leva uma pessoa a pensar em seu próprio extermínio? O que se leva a enxergar si mesmo como um ser insignificante para a sociedade e principalemnte para si mesmo? Conheci pessoas na minha vida, que me disseram o quanto é bom existir e eu admiro esse ponto de vista nelas. Eu geralmente não pensava muito no "quão bom era existir" por medo de não achar bons motivos.
O que vivia dentro de mim não era um instinto de sobrevivência, mas um piloto automático. Eu não vivia a minha própria vida, mas eu garantia que um corpo sem sua própria alma estaria em pé todos os dias às 7 da manhã, se apresentando como detetive Darko.
Pelo menos até aquele momento, eu não tinha me apresentado à uma psicóloga, ou psiquiátra para tratar qual quer que fosse a minha doença, porque não queria descobrir o que era. Acho que de tanto as pessoas taxarem coisas em mim, me impor rótulos de caráter, problemas de lealdade e tantos outras condições que peguei tanto repulsa de mim, como medo de saber que estão certos.
Eu nunca fui um cara fã de drogas, nem bebidas. As drogas por motivos de princípios e bebidas por motivos pessoais, mas de qualquer forma eu realmente não desviava nem esquecia meus problemas dessa forma, então tomei ciência de que tinha que arrumar outro jeito pra que me livrasse da minha própria companhia em consciência, ou dos meus pensamentos intrusivos nada éticos.
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Lobos Pecadores - O sangue dos mais fracos
ActionJacob Carter é um policial renomado e vive uma vida de holofotes, mas tudo vai por água abaixo quando ele é acusado de assassinar sua colega de trabalho e passa a ser perseguido por Hector, pai da garota - um assassino impiedoso -. Tudo isso enquant...