Nós Nascemos para Morrer

CAPÍTULO 9: Arquivos

Para a surpresa de Suguru, Gojo passou as últimas horas analisando minimamente cada detalhe dos dados na pasta. Ele leu e releu tantas vezes que Suguru estava prestes a perguntar se ele tinha algum tipo de problema de leitura. 

— É só isso? — perguntou por fim.

Suguru deu de ombros. 

— É só o que conseguiram descobrir baseados nos últimos casos, além disso, nenhum feiticeiro conseguiu encontrar essa maldição antes, então... — Suguru disse impotente. 

Gojo o olhou como se fosse um idiota.

— Eu recebi esse caso faz três dias! — Suguru disse em sua defesa. — Você tem que brigar com os incompetentes que não resolveram isso antes. 

— Eu não disse na-dah — respondeu, de um jeito irritante. 

Suguru colocou as mãos na cintura. 

— O que você faria, então? 

— Eu iria procurar informações nos Arquivos. 

— Eu já fiz isso durante três dias e não achei nada demais, é inútil.

— Não nos Arquivos dessa Escola, nos Arquivos do Clã Gojo. 

Ah, claro, as maravilhas do nepotismo. Suguru não estava a fim de discutir com Gojo sobre como ele não poderia ir nos arquivos do seu Clã milenar e procurar por lá, então apenas disse:

— E porque você acha que vai ter informações lá que não tem aqui? — Suguru perguntou com desconfiança, para ele, Gojo queria apenas se aparecer. 

Gojo largou a pasta da mesa de Suguru e se levantou. 

— Meu Clã tem lutado contra essa maldição há muitos anos, então com certeza deve haver muitas informações. 

Suguru não estava muito confiante, mas não podia desperdiçar nenhuma chance, seu Grau Especial estava em cheque, e Gojo estava muito determinado com a missão para mentir sobre algo tão importante.

— Certo — disse a contra gosto —, mas vamos sem chamar a atenção, o professor Yaga me mataria se descobrisse que eu contei isso para você.

Essa amizade vai acabar em homicídio, pensou Suguru quando viu a limusine estacionada no Portão Externo da Escola, porque eu vou matá-lo.

Ele agarrou o braço de Gojo.

— Qual a parte do “sem chamar a atenção” você não entendeu?

Gojo o olhou com surpresa, não entendendo a sua raiva.

— A limusine, idiota — explicou impaciente Suguru. 

— Você acha que eu ando de quê? Metrô? Isso sim iria chamar a atenção de Yaga, não um carro de luxo.

Suguru não respondeu nada, apenas encarou feio o outro. 

Gojo segurou o seu ombro.

— Você tem que relaxar, parceiro. 

Suguru fuzilou ainda mais Gojo com o olhar.

— Não sou seu parceiro.

— Então você é o que meu? 

— Nada.

Nesse momento, um corpo pequeno se chocou contra as suas costas e braços finos envolveram o seu pescoço. Suguru olhou para trás e sorriu ao ver Choko. O que ela fazia ali?

— Eu nem acredito que vou conhecer a super secreta Residência do Clã Gojo! — ela disse, sorrindo de orelha a orelha. 

Suguru abriu um sorriso forçado. Ele olhou para Gojo.