Sinais do coração (Moralisto)

CAOS E LEMBRANÇAS

Um novo dia clareia, o ar frio e úmido da manhã misturado com a leve neblina é de certa forma agradável, Calisto admira ao longe nos morros o sol nascer enquanto a sombra de um breve sorriso surge em seus lábios, o Cafés Pizzaria era um restaurante de beira estrada, ficava no meio do nada, cercado apenas por grama mal cuidada e algumas árvores ao redor, além da rua quase vazia na frente, apenas com pouquíssimo carros que passavam com longos intervalos de tempo. Recentemente, o local se tornou o escritório "secreto" de Besatt, após o sumiço do amigo que era líder de um pequeno grupo independente focado em caçar e matar Alienígenas, mais conhecidos como Alheios, O ruivo decidiu por ajudar o grupo como líder substituto já que por muitos bons e longos anos trabalhou com o homem e sabia seu modo de liderança e organização.

— Bom dia calisto… - uma mulher de cabelos tingidos de um vermelho rosado, talvez alaranjado? Era confuso, com  certeza eram aquelas tinturas baratas de farmácia bem, a moça acena para o ruivo, a mulher era alta e jovem, claramente não queria estar ali, ela boceja alto encostada no balcão desenhando em um papelzinho de comandas, ela trajava o uniforme da pizzaria apenas não usando o boné tosco e quente.

— Bom dia Mandy, Vincent trocou o horário com você denovo? Achei que só ficasse no turno da noite 

— Sim… esse desgraçado teve que sair e ninguém quis cobrir, sobrou pra mim..

Calisto ri levemente pela frase da moça, não era muito mais velho que ela mas a diferença de disposição era engraçada na visão do ruivo já que sabia que não tinham mais do que 2 ou 3 anos de diferença, ele pega um enorme molho de chaves que estava acima do balcão e vai aos fundos onde ficava a área das fornalhas, que obviamente não eram nada além de decorativas já que claramente não tinham estrutura para usá-las, Mandy aperta um minúsculo botão vermelho embaixo do balcão logo ao seu lado e uma das enormes fornalhas se abre juntamente da parede revelando uma porta que calisto destranca após um bom tempo procurando a chave certa, quase sendo prensado pela fornalha fechando, ao longe mesmo que fosse quase impossível de escutar ele conseguiu escutar a risada maligna de Mandy.

Ele por fim adentra o local do escritório, logo tendo a visão de um pequeno e simples escritório, não era grande mas aconchegante, com diversos posters na parede além de papéis sobre missões, na janela de persianas brancas era uma das únicas coisas realmente limpas ali, o quadro da atrás da mesa, com papéis continham mais loira que o chão, era confuso, mas tudo fica mais confuso com a extrema bagunça, ele fecha a abertura secreta enquanto suspira pegando uma sacola pra começar a ajeitar minimamente o local, ele retira as latas de energético do chão e de cima da mesa, logo depois recolher as xícaras, algumas sujas com manchas de café e outras com líquidos pretos que continham cafeína, aquilo não poderia ser chamado de café ou qualquer líquido gerível, estava a tantos dias ali que estava pastoso fazendo Calisto se questionar quanto tempo estava trabalhando nessas situações, mas os pensamentos logo somem da mente do homem, que logo começa a voltar a organização.

Em algumas horas Calisto já havia terminado de ajeitar o escritório, tinha tirado os pacotes de comida, xícaras de café antigas e latas de energético, além de ter varrido e dado um certo jeito nas estantes arrumando e organizando as pastas, agora ele estava com duas pastas em mãos, arquivos que recém teria imprimido do grupo, logo ele começa a checar a documentação que em grande parte sua escrita era alheia, um idioma que estava investigando dos Alheios, O ruivo suspirou pesadamente dando mais um gole no café forte e começando a trabalhar e traduzir os textos o mais rápido que podia, mas a cada segundo que tentava focar no trabalho cada vez mais sua mente divagava sobre Morato, o homem que desapareceu e um grande amigo, Calisto apertar o colar de pena que foi um presente do amigo e morde o lábio inferior que estava trêmulo os olhos marejados, ele sentia extrema falta do amigo, das piadas, da risada dele e de sua preocupação como excesso de trabalho, sua mente divaga para uma das interações que mais sente falta com Morato, o dia em que ganhou o colar…