Capítulo 68 - Juramento

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Eu, Astrid Hofferson, ao me formar em Medicina, juro solenemente dedicar minha vida ao serviço da humanidade.

Guardarei respeito absoluto pela vida humana, desde seu início até seu fim natural, e farei tudo em meu poder para protegê-la e preservá-la. Manterei sempre a mais alta consideração pelos direitos e dignidade dos meus pacientes, tratando cada um com compaixão, empatia e respeito.

Praticarei a medicina com honestidade, integridade e profissionalismo, reconhecendo minhas limitações e buscando continuamente aprimorar meus conhecimentos e habilidades.

Não permitirei que considerações de idade, doença ou deficiência, crença religiosa, origem étnica, gênero, nacionalidade, afiliação política, raça, orientação sexual ou qualquer outro fator interfira no meu dever de cuidar daqueles que necessitam de minha assistência.

Mantendo o segredo profissional como sagrado, respeitarei a confidencialidade das informações confiadas a mim. Prometo exercer a medicina com compreensão e compaixão, lembrando sempre que trato não apenas de doenças, mas de indivíduos completos e suas famílias.

Ao aceitar esta responsabilidade, comprometo-me a honrar o legado da profissão médica, seguindo os mais altos padrões de ética, cuidado e justiça em todos os aspectos da minha prática.

Que minha vida profissional seja um testemunho de minha dedicação a estes ideais.

Assim, eu juro.

Eu tinha sido escolhida para fazer o juramento de formatura. Eu fiquei noites em claro tentando escrevê-lo, eu queria fazer o discurso perfeito. Eu não sabia se tinha conseguido, mas os aplausos que recebi depois da declamação, sinalizaram pelo menos que ele tinha ficado bom.

Conforme os anos foram passando, eu me esqueci das palavras que tinha usado, claro que eu me lembrava do significado de cada juramento que fiz, mas eu já não lembrava com clareza as frases.

Mas naquele momento, o discurso inteiro surgiu em minha mente, cada palavra, cada vírgula, do jeitinho que eu havia declamado.

As palavras vieram com peso total, me lembrando do que eu tinha jurado naquela noite. Eu tinha jurado proteger a vida, independente de quem fosse.

Desde o primeiro momento em que decidi ser médica, eu me empenhei com toda minha força em viver aquilo ao qual eu tinha me comprometido. Eu me comprometi a nunca fazer o mal a ninguém e a fazer o que tivesse ao meu alcance para salvar vidas.

Eu estava indo contra ao meu valor mais importante, por isso o juramento tinha surgido em minha mente, para me lembrar que eu estava o quebrando naquele momento ao apontar a arma para o Ryker e considerar apertar o gatilho.

Ta bom. Acho que vocês não estão entendendo muito bem o que está acontecendo. Vamos voltar um pouco.

Com uma das mãos Ryker segurava com força o meu braço e com a outra, mantinha a arma apontada para a minha cabeça.

Confesso que foi uma sensação aterrorizante, nunca tinha imaginado passar por algo assim.

Ele continuava me arrastando consigo. Pensei que ele me levaria para fora da casa, pegaria um cavalo ou uma carruagem e sairíamos dali, mas me surpreendi, quando ele abriu a porta da sala de visitas e entrou, me levando consigo.

Ao nos ver, Heather soltou um grito assustado e preocupado ao mesmo tempo.

– O que aconteceu? – Ela me olhou aflita. – E o senhor Grimborn e o senhor Haddock?

– Estão bem. – Tentei lhe lançar um olhar tranquilizador, mas não sei se consegui. – Ryker, o que estamos fazendo aqui? – Perguntei para ele. – Vamos embora enquanto podemos.

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