Os lençóis amarrotados e a temperatura quente do quarto indicavam que aquela era mais uma daquelas noites na qual os dois amantes haviam se entregado, novamente, à paixão ardente que nutriam um pelo outro, manifestada por atos carnais pecaminosos.
Após um curto cochilo, Zoro se virou de lado e tateou as cobertas, a fim de acariciar o amante que presumia estar do outro lado da cama, mas estranhou a ausência do corpo quente, que, momentos antes, sentira e tocara cada parte.
Estando completamente desperto agora, arqueou levemente o tronco, encarando ao redor, mas não foi preciso ponderar por muito tempo, pois logo o familiar odor de tabaco, trago pela leve brisa daquela noite de lua cheia estrelada, denunciou a presença da fonte de seus pensamentos, e seu olhar foi guiado até a janela entreaberta, avistando o belo homem de cabelos dourados na penumbra da noite, por detrás das cortinas da ventana, relaxando à medida que os efeitos da nicotina se apoderavam de seu sistema.
Lembrando-se da bela cena que presenciou mais cedo, dentre os lençóis, naquela noite, o moreno sorriu bobamente com a sensação de ter o amado em seus braços, suspirando apaixonadamente.
O ruído retirou o loiro de seu estado de estupor, ao apreciar a bela paisagem da noite estrelada, e apagou o cigarro, apoiando-o na mesa, e caminhou até a cama. Apoiando os joelhos, engatinhou até estar por cima do espadachim, que sorriu pela iniciativa e logo o agarrou e o virou de lado, ajeitando os dois em uma posição de conchinha.
A princípio, a relação dos dois consistia em apenas uma coisa: sexo. Não passava daquilo. Eram apenas dois homens achando alívio em suas frustrações sexuais um no outro.
Entretanto, com o passar do tempo, conforme os encontros se tornaram mais e mais frequentes, incluindo em locais, digamos... bem inusitados 一 devido a urgência que se apoderava de seus corpos para se verem 一, logo entenderam e pararam de se enganar diante da realidade óbvia: estavam perdidamente apaixonados um pelo outro.
E, com o passar dos meses, Zoro possuía uma concepção dentro de si de que não fazia mais sentido esconder o que eles sentiam, mas tinha medo de sugerir tal coisa ao cozinheiro que prezava tanto a sua reputação com as mulheres. Era um mulherengo nato.
No começo, isso não magoava o espadachim, mas, ainda assim, sentia-se incomodado e, apenas depois, constatou que se tratava de ciúmes. Contudo, conforme os encontros se tornaram frequentes, os sentimentos se intensificaram e o Roronoa logo esboçou seu descontentamento e, embora Sanji 一 de veze em quando 一 provocasse ciúmes 一 propositalmente 一, o espadachim logo retribuia na mesma moeda, dando atenção às mulheres que se ofereciam para eles, para o desprazer de Sanji.
Mas quando ambos se confessaram um para o outro, esses joguinhos logo perderam o sentido. Tudo que importava era desfrutar daquele amor genuíno que nascera nos corações daqueles homens de personalidades tão distintas, mas ao mesmo tempo de atitudes e aspirações tão similares.
Deitado na cama, Zoro pensou muito antes de falar aquilo que se apoderava de seus pensamentos, com medo da reação exorbitante do cozinheiro, que provavelmente viria, ao proferir as palavras 一 na visão do loiro, ele presumiu, absurdas 一, mas, ainda assim, desejava colocar para fora aquilo que nutria em seu peito, já a algum tempo.
一 Cozinheiro... 一 o moreno sussurrou, próximo ao ouvido de Sanji, que sentiu os pelos se arrepiarem com o hálito quente.
一 Hmm? 一 Sanji murmurou, já quase se entregando ao mundo dos sonhos, devido à posição confortável na qual se encontrava.
一 É algo importante 一 Zoro continuou, tomando coragem, ainda receoso da reação do outro. Estavam tão bem, que não queria iniciar uma briga agora.
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Confissão
FanfictionApós mais uma noite de amor às escondidas, Zoro e Sanji decidem que era hora de tornar o relacionamento deles público.