Capítulo 44

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(É recomendado ler este capítulo escutando a música acima.)

੭࣪  44
Taehyung

COLOQUEI UM VINIL DOS BEATLES

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COLOQUEI UM VINIL DOS BEATLES.

Jennie sorriu quando voltei para a varanda com mais dois mojitos na mão e passei um para ela, enquanto a música envolvia a noite. Acendi outro cigarro, sem tirar os olhos do céu cheio de estrelas que pareciam tremer ao ritmo das notas.

— Está sendo como você esperava?

Ela se alongou.

— Sim. Obrigada, Taehyung.

Gostei de vê-la daquela maneira, tão concentrada naquele momento, com o foco no presente, sem o caos que normalmente preenchia sua mente. Ela tinha o cabelo bem longo, meio bagunçado. Quando se levantou, cambaleou um pouco. Segurei-a pela cintura.

— Estou meio tonta. — Ela riu.

— Acho que você já bebeu o suficiente.

Os olhos dela estavam brilhando e eram como um mar azul-turquesa. Eu me perdi neles por alguns segundos enquanto ela se movia lentamente, cada vez mais perto.

Então começou a tocar “Let it be” e eu a deixei rodear meu pescoço com suas mãos. Me deixei levar. Levantei os braços, deslizei os dedos devagar até seus quadris e a puxei para mais perto de mim lentamente, dançando sob as estrelas naquela casa isolada do resto do mundo.

Ela ficou na ponta dos pés e senti seu hálito quente em minha bochecha. Estremeci e a segurei para mantê-la quieta em meus braços, petrificados naquele momento.

— Jennie... o que você está fazendo? — sussurrei no ouvido dela.

— O beijo. É só isso… que eu quero.

— Você está bêbada.

— Você também. Um pouquinho.

— Você não sabe o que quer...

— Sei sim. Eu sempre soube.

Ela se esfregou em mim e, quando eu senti uma pontada de desejo, pensei que, puta merda, eu tinha bebido demais. E que eu era uma porra de um filho da puta. Puxei o ar com força.

— Esquece. Isso é loucura.

— É só mais uma emoção, Taehyung.

— Por que você não pede isso a um amigo?

— Certeza que ninguém beija como você.

— Certeza... — sussurrei, olhando para sua boca.

— Você está concordando comigo?

Dei risada e a fiz girar ao meu redor.

— Não, só estou sendo sincero. É um fato.

— Tá bom, então vou ficar eternamente com essa dúvida.

Não gostei daquele “eternamente”, eternamente é muito tempo. Nós nos movíamos juntos; tentei me manter longe dela, mas não consegui. Quando chegou o refrão, Jennie fechou os olhos, deixando que eu a guiasse.

Não sei se foi porque nós dois tínhamos bebido ou porque tê-la tão perto me fez perder o juízo, mas baixei a guarda e me permiti ser eu mesmo, o cara que não pensava em regras ou consequências, que só vivia o presente e nada mais.

— Tá bom. Só um beijo. Um.

— Está falando sério? — Ela olhou para mim.

— Mas amanhã a gente não vai mais se lembrar disso.

— Claro que não — murmurou.

— Fecha os olhos, Jennie.

Respirei fundo e me inclinei devagar até o rosto dela.

Foi apenas um toque suave, mas que me esquentou por dentro. Deixei aquele beijo no canto dos lábios dela e me afastei enquanto Jennie franzia a testa, desapontada.

— Só isso? É sério?

— Porra, o que você estava esperando?

— Um beijo de verdade.

— Não fode… — resmunguei.

E depois, um pouco frustrado, voltei a beijá-la.

Dessa vez, de verdade. Nada de um toque, nada de uma carícia hesitante. Peguei o rosto dela nas minhas mãos, segurando suas bochechas, e mordi sua boca. Prendi seu lábio inferior com meus dentes antes de deixá-lo deslizar sobre os meus. Jennie gemeu. Uma porra de um gemido que foi direto para o meio das minhas pernas. Afastei a excitação fechando os olhos. Ela tinha gosto de limão e açúcar e, no meio daquela loucura, decidi que afundar minha língua em sua boca seria uma grande ideia. Algo se agitou no meu estômago enquanto eu roçava na língua dela quando percebi que estava beijando Jennie, e não uma garota qualquer; puta merda, eu sentia que estava cometendo um erro gigantesco…

Me afastei bruscamente.

Jennie me olhou em silêncio enquanto eu pegava os copos e o maço de cigarros que tinha deixado no guarda-corpo.

— Já vai? — perguntou.

Fiz que sim com a cabeça e me afastei dela.

Meu coração continuava batendo rápido quando entrei no chuveiro e deixei a água fria me refrescar a cabeça.

Pensei que tinha sido uma insensatez beber e baixar a guarda dessa forma. Pensei que beijá-la deveria ter sido desagradável. Pensei que tinha que parar de ficar excitado por causa dela. Pensei que deveria ter previsto isso.

Pensei... pensei tantas coisas...

E nenhuma fazia sentido nem se explicava.

Deitei na cama ainda confuso.

Fiquei horas me revirando sem conseguir dormir, procurando uma forma de assimilar aquela cena. Era irônico que eu estivesse tentando clarear os pensamentos de Jennie enquanto parecia que ela queria confundir os meus.

Suspirei fundo, lembrando do gosto dela.

Eu nunca tinha entendido por que as pessoas dão tanta importância aos beijos; é só o contato entre duas bocas.

Eu sentia mais conexão com o sexo. O prazer. Uma finalidade. Um ato com um início e um fim. Por outro lado, isso não existe nos beijos… Quando deve terminar? Quando parar? Não é instintivo, é emocional. Era tudo que nunca consegui ser, e beijá-la me fez perceber que durante metade da minha vida eu estive errado. Um beijo é... intimidade, desejo, é tremer por dentro. Um beijo pode ser mais devastador do que um maldito orgasmo e mais perigoso do que qualquer outra coisa que ela pudesse ter me falado com palavras. Porque aquele beijo... aquele beijo ia ficar comigo para sempre, eu soube disso assim que fechei os olhos depois do primeiro toque.

 aquele beijo ia ficar comigo para sempre, eu soube disso assim que fechei os olhos depois do primeiro toque

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𖹭

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