Uma situação desesperadora força Begin a tomar uma decisão trágica. Enganado por aqueles que um dia chamou de irmãos, ele acaba sendo enviado a um mundo novo, sem memórias do ocorrido e até mesmo de seu antigo amor, que fora junto com ele, mas que h...
Já havia se passado pouco mais de um mês desde que Begin havia começado a morar, querendo ou não, com o velho Edward e sua família. Dia após dia ele treinava esgrima com Izabele, ficando cada dia melhor. Ele também ajudava os empregados com suas tarefas, e com isso ganhava o reconhecimento deles. Apesar de jovem, com visualmente não mais de vinte e poucos anos, Begin tinha um carisma que cativava a todos.
Nesse dia, ele estava mais uma vez na floresta com o velho Edward. O inverno fora de época estava acabando e a neve já havia derretido quase que por completo. Borboletas e pássaros voavam, ativos como sempre deveriam ser.
Desta vez, o objetivo deles não era obter lenha ou caçar animais. Diferentemente da última vez que foram até a floresta, eles foram a um lugar mais a fundo e chegaram até uma clareira escondida na floresta, onde a luz do sol criava sombras dançantes entre as árvores. No centro da clareira havia um antigo círculo de pedras, com um lago em seu centro, coberto por musgo e em seu entorno e rodeado por flores silvestres.
— Que lugar é este? — após respirar fundo, Begin acrescentou. — Estranhamente, eu me sinto bem aqui.
— Hahaha — gargalhou o velho antes de declarar. — Não é estranho, não. Aqui é um lugar de poder — sua voz carregava uma aura de reverência. — É aqui que a magia é mais forte.
De repente, o velho então tirou algo de seu manto, era um par de óculos, ele então o entregou nas mãos de Begin. — Talvez você não consiga ver agora, mas com isto... vai conseguir.
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Assim que Begin vestiu os óculos, o mundo em sua volta mudou. Inúmeras partículas azuis flutuavam pelo ar. Flores começaram a brilhar, as folhas de uma árvore que estava em sua frente brilharam em uma luz azul celeste de beleza incomparável. Até mesmo o lago estava brilhando.
— O que é isso? — perguntou Begin. Através dos óculos, seus olhos brilhavam com encanto da beleza que vislumbrava. Edward sorriu ao ver isso, pois o fez lembrar do dia em que ele teve contato com a magia pela primeira vez.
— Isso meu jovem, é o que chamamos de mana. É uma energia que habita no ar e em todos os seres vivos, você, até agora, só era incapaz de sentir.
— Eu não sabia que isso existia — Begin então tentou tocar as partículas que flutuavam no ar, mas elas apenas atravessaram seu corpo como se ele sequer estivesse ali, mas mesmo assim era uma sensação incrível.
— Desde quando eu descobri a magia, eu me apaixonei de cara, era tudo muito incrível. Eu estudei magia para ser capaz de praticá-la. Conforme eu fui me descobrindo como mago e me tornando cada vez mais proficiente, a chama em meu peito queimava cada vez mais intensamente pela magia, e nessa minha paixão eu me afundei cada vez mais, até estar completamente imerso. Até hoje, a magia é o meu amor e a minha razão de levantar todas as manhãs — com uma voz firme, acrescentou. — Você quer aprender, Begin, magia?
— Eu adoraria.
— Então preste atenção — Edward levantou suas mãos ao céu e começou a murmurar palavras antigas e poderosas. — Ignis et Terra, Ventus et Aqua, surgite et vestram potentiam. — De repente, as pedras ao redor começaram a flutuar, faíscas de chama surgiram do chão, dançando ao redor de Edward como vaga-lumes, a água do lago se ergueu e formou um arco por sobre o velho e o vento sacudiu suas roupas, deixando a cena ainda mais emocionante e mágica.
