Capítulo 16.

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Pov: Lisa Manoban.

Reuniram-se ao amanhecer. Jisoo, Jennie e Lisa estavam paradas no ar frio da manhã, suas respirações entrecortadas sob a pálida luz.
— Se reúna com sua equipe, Jisoo. Levarei a Lisa, e veremos se podemos encontrar seu rastro. Quando tiver a localização, avisarei. Você avançará, e me assegurarei de que Lisa esteja
segura antes de me reunir com você.
Jisoo assentiu com a cabeça e começou a subir a sua caminhonete. Deteve-se com uma perna dentro e se voltou para Lisa. Começou a falar, mas sacudiu a cabeça.
— Nem sequer sei o que dizer. Suponho que com boa sorte bastará. Espero que nos voltemos a encontrar algum dia.
Ela sorriu.
— Obrigada, Jisoo. Foi muito agradável te conhecer. Inclusive embora me tenha dado um susto de morte.
Fez uma careta e depois subiu a sua caminhonete e partiu.
Duncan envolveu o braço ao redor de seus ombros, e ela a olhou.
— Está preparada? — Perguntou.
Olhou-a durante um comprido momento.
— Se for sincera, não. Não estou preparada. Não quero te envolver. Quero-a aqui, onde sei que está a salvo.

Elevou-se nas pontas dos pés e a beijou. Depois se meteu na caminhonete pelo lado dela e deslizou para deixá-la entrar.
Retornaram aonde Jennie a tinha encontrado pela primeira vez. Estacionaram tão perto como ela pôde e caminharam o resto do caminho. Quando pensou que estavam o suficientemente longe para não ser vistos, voltou-se para Lisa. E esteve a ponto de suspender todo o assunto.
Não queria isto. Não queria que ela o fizesse. Tudo isto o fazia sentir-se muito mal.
Ela pôs a pequena mão sobre seu braço.
— Jennie, tudo vai bem. Estará comigo.
Ela e seu maldito arsenal. Tinha levado seu rifle, duas pistolas e um arco composto, no caso de precisasse. Não queria correr nenhum risco com sua segurança.

Sem nenhuma vacilação, Lisa tirou toda sua roupa e a entregou a ela para que pudesse colocá-la dentro de sua bolsa.
Seus olhos dourados, tão belos, olharam-na sem pestanejar, e a seguir piscaram quando a mudança se produziu nela. Pareceu confrontá-la com mais facilidade desta vez, como se tivesse um maior controle. Caiu no chão com graça enquanto sua pele se arrepiava e era substituída pela
leonada pelagem.

Quando esteve totalmente convertida em guepardo, levantou-se e caminhou para Jennie para esfregar-se contra sua perna. Sua garganta retumbava com ronroneos enquanto se aproximava
mais.
Ela se ajoelhou e afundou os dedos em sua pelagem, ela lambeu sua face antes de esfregar a mandíbula contra sua bochecha.
— Vamos procurar a nossos caçadores, menina — Murmurou enquanto se levantava de novo.
Ela tomou o atalho rapidamente, mas parecia estar deixando-se levar pela lembrança de onde tinha estado, em vez de confiar unicamente no aroma. Estava tensa, cautelosa, e em estado de alerta enquanto o guiava mais para as montanhas.
Três horas mais tarde, deteve-se e grunhiu, levantando sua cara para o vento enquanto farejava. Jennie pôs a mão sobre ela, uma ordem para que retornasse. Facilmente obedeceu,
baixando seu corpo até que esteve deitada sobre seu estômago.

Tirou seus binóculos e se concentrou na cabana à distância. Estava muito bem localizada, três lados protegidos por uma cobertura natural. Franziu o cenho quando vislumbrou várias jaulas
vazias no alpendre. Um caminhão com a parte traseira aberta estava estacionado perto da porta principal. Um momento depois, três homens que levavam uma jaula com o que parecia ser um
tigre saíram e subiram o gato na parte traseira do caminhão.
Bingo.
Tirou seu rádio e o GPS, e em silêncio transmitiu as coordenadas a Jisoo.
Jisoo respondeu que estavam como máximo a uma hora de distância e se aproximariam rapidamente. Estabeleceram um ponto de reunião e se despediram.

Jennie pôs a mão sobre o guepardo, e ela a olhou perigosamente antes de mover a cabeça para poder lamber a mão. Jennie tomou sua mochila e tirou sua roupa, esperando que ela entendesse
a indireta de que era hora de trocar de novo.
Uns segundos mais tarde, Lisa estava no chão, nua e tremendo. Jennie rapidamente a ajudou a vestir-se, e depois a insistiu a afastar-se. Tinha que encontrar um lugar para refugiá-la.
Um lugar no que pudesse escondê-la para que estivesse a salvo até que pudesse retornar por ela.

Recuaram meia milha em silêncio, até que encontraram um local rodeado de densa vegetação com várias rochas, ela poderia esconder-se atrás. Tirou uma manta de sua mochila e a
envolveu a seu redor enquanto a instalava tão comodamente como podia.
Ficou de cócoras a seu lado e deixou a mochila junto a ela, então entregou seu rádio.
— Se tiver algum problema, chama a Jisoo ou a mim. Esperemos que tudo isto termine logo, e voltarei para você.
Inclinou-se e a beijou com força. Ela se aproximou para segurar seu rosto e devolver o beijo com a mesma intensidade. As mãos femininas percorreram seu corpo, tocando-a, reafirmando sua reclamação. Seus lábios tremiam debaixo dos seus, e ela se afastou.
— Tome cuidado, Jennie. Por favor.
— É óbvio.

Ficou de pé e dirigiu outro largo olhar antes de finalmente afastar-se. Com cada passo,
sentia mais temor apoderando-se dele. Mas tinha um trabalho que fazer. Tinha que manter segura
Aliyah e assegurar-se de que este tipo de coisas não acontecessem de novo. Esses bastardos
pagariam.


Lisa tratou de relaxar-se. Sabia que teria uma longa espera, e estava determinada a não dar a Jennie nenhum motivo de preocupação. Já tinha bastante o que fazer desmontando o bando de caçadores ilegais.
Dormitou um momento, embora foi um sono intranquilo. À medida que o sol se elevava por cima de sua cabeça, a temperatura se filtrava entre as árvores e proporcionava mais calor. Olhou a
hora no GPS e viu que apenas umas poucas horas tinham transcorrido.
Estirou-se, trocando de posição, e então congelou quando um ligeiro som chegou através do vento. Seu guepardo interior se agitou, seus instintos alterados. Lisa permaneceu imóvel, escutando a perturbação que podia sentir mais que escutar.

Ali, outra vez. Um som, um som humano movendo-se através da mata. Não era Jennie; a teria chamado.
O medo se apoderou dela, o guepardo protestou, imediatamente rebelando-se, querendo proteger-se.
Lisa se obrigou a tranquilizar-se e tratou de controlar seu pânico. Poderia não ser nada.
Avançou rodeando uma das pedras para poder obter uma vista para baixo.
Um caçador.
Reconheceu-o como o que a tinha atacado. Movia-se sigilosamente, olhando para trás como se alguém o perseguisse. Então ouviu uma voz, escutou a alguém chamando-o.
Merda.
Havia dois deles, e se dirigiam diretamente para ela. Não havia forma de que não a vissem.
Alcançou a rádio e serenou. Levantou-o contra sua boca e sussurrou ao receptor.

— Jennie, Jisoo, é Lisa. Não respondam. Há dois caçadores. Estão perto. Não quero que escutem.
Seu coração pulsava violentamente contra o peito, e sua respiração estava desbocada. A guepardo interior uivava, querendo libertar-se, fugir. Lisa tratava de conter o impulso de trocar,
mas sabia que liberava uma batalha perdida. A guepardo se levantou, forçando sua vontade sobre a humana, a necessidade de proteger-se consumindo-a completamente.
A mudança crepitou sobre seu corpo com uma velocidade assombrosa. A adrenalina invadia suas veias enquanto suas pernas se transformavam e suas costas se arqueava.
Saiu disparada de seu esconderijo, sabendo que teria o elemento surpresa. Com um pouco de sorte estaria longe antes que os caçadores pudessem reagir.
Um grito de surpresa soou atrás dela, e sabia que tinha sido descoberta.

Um disparo de rifle rompeu o ar, e depois outro. Deu um salto para frente, empurrando a seu corpo além de seus limites. Outro disparo ecoou e a dor explodiu em seu ombro. Caiu com
força.
Lutou por levantar-se, mas estava perdendo sangue rapidamente. Ainda assim, arrastou-se para frente, tentando chegar ao ravina que ela e Jennie tinham passado. Poderia deslizar-se para baixo e no rio deixar que a corrente a arrastasse longe.
Ao chegar na borda, olhou para trás para ver os dois caçadores olhando-a por debaixo de seus rifles. O desespero afligindo-a. Não queria morrer.
— Esse é o gato que destroçou minha mão — Um deles resmungou— Quero sua pele. Não, quero-a rígida e montada.

Ela só tinha uma oportunidade. O rio. Com o último ápice de força saltou sobre seus pés. A dor penetrou através de seu corpo, quase fazendo-a paralisar. Agarrou-se a sua força de vontade.
A vontade de viver.
Outro disparo de rifle explodiu quando se lançou sobre a borda da ravina.



SE POSSÍVEL VOTEM E COMENTEM E ME SIGAM.

XOXO.

Golden eyes. Jenlisa G!P  (Shifter)Onde histórias criam vida. Descubra agora