Capítulo 9 - Zac

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Esta era minha última cartada.

Eu não podia sair por aí andando no meio da noite com um alvo nas costas e também não podia ficar com Elijah pelo simples fato de ele também estar se escondendo em algum lugar que eu não fazia ideia de onde era.

Três dias, era tudo o que eu precisava para sair dali, então resolvi apelar.

Sabia que ela estava desesperada por uma resolução para o caso dos pais dela, então tentaria usar isso a meu favor.

— Posso te ajudar a descobrir a verdade sobre a morte dos seus pais. — Ela se virou.

— O que você falou?

— Posso usar minhas habilidades para descobrir o que a polícia sabe de verdade. Podemos fazer nossa própria investigação.

— E incluir mais uma anotação na sua ficha por obstrução de justiça — Cruzou os braços. — Ainda me levará presa como sua cúmplice?

— Eles não vão me pegar. — Tentei colocar o máximo de confiança possível nas palavras — Você não acha estranho um cara com a influência que seu pai tinha e eles não se esforçaram nem um pouquinho para concluir o caso? — Eu conseguia ver que conseguira plantar uma dúvida nela.

— Eles alegam que foi um atentado por conta do caso que meu pai julgou — ela olhou para baixo, tentando esconder o rosto. — E que não conseguiram capturar o atirador, mas o mandante com certeza foi o chefão da organização criminosa, porém, o cara nega que tenha sido o mandante. Mas ele tinha motivos e os meios, logo, não havia muito o que investigar.

— Isso não te soa estranho? — questionei, sentindo a dúvida crescer dentro dela.

— Mas e se eles descobrirem? — Perguntou novamente.

— Não vão, mas se pegarem, eu retribuiria o favor e diria que você não teve nada a ver com isso. — Disse tenso. — Afinal, o que uma garota rica como você iria querer envolvida com uma cara como eu? — Ela ficou em silêncio por um tempo. Conseguia ouvir as engrenagens da sua cabeça girando.

— Tudo isso é loucura, eu sei. — Voltei a falar.

— Loucura é um eufemismo. — Concluiu.

— Sou um estranho, que alega estar morando escondido no seu porão e que ainda por cima é procurado pelo FBI, mas eu não sou uma pessoa violenta e perigosa nem pretendo te fazer mal. Se tivesse que fazer, não acha que já teria feito? Pelo contrário, acabei de salvá-la. — Ela sacudiu a cabeça como se tentasse clarear as ideias — Só estou querendo um lugar para ficar por três dias e, em troca da sua compaixão, eu te ajudaria a solucionar o caso dos seus pais. Você não gostaria de descobrir a verdade e finalmente ter um pouco de paz?

— Devo ter perdido o juízo de vez! — Murmurou, esfregando as têmporas — Ok. Três dias — sorri — Mas tenho umas condições.

— Claro. Todas que você quiser. — Respirei aliviado.

Eu realmente não esperava que ela fosse ceder, porém, acredito que, assim como eu, Madison não tem mais nada a perder.

— Ok, na verdade, eu só consigo pensar em duas no momento. — Ela respirou fundo. — Você já está aqui há 8 meses e sabe tudo sobre mim e minha família. Eu não sei nada sobre você. Poderia pelo menos me dizer seu nome?

— Meu nome é Zac.

— Zac. — Ela repetiu. — Quero sua ficha, preciso ter certeza de que você não é um maniaco.

— Tudo bem. Sem problemas, posso te dar agora. Se você quiser, é só irmos ao porão que acesso o site do FBI e... — Ela me interrompeu.

— Eu não vou até lá embaixo com você. Aliás, essa é minha segunda condição, você fica no porão, o acesso ao restante da casa está restrito.

— Hm, mas como comerei e farei minhas, você sabe, necessidades?

— Droga! — Ela coçou a cabeça. — Está bem, você terá acesso ao porão, à cozinha e ao banheiro de social.

— Certo.

— Certo! Se eu pensar em mais alguma coisa, eu te aviso.

— Tudo bem! — Sinceramente, não ligava se ela exigiria que eu ficasse na casinha do cachorro. Eu tinha um lugar seguro para ficar e daqui a três dias daria o fora dali, era isso que me importava.

— Buscarei meu notebook e você poderá ver minha ficha e já podemos começar a ver sobre seus pa...

— Será que podemos fazer isso amanhã? — Ela falou, me interrompendo — Hoje foi bizarro em vários níveis e minha cabeça parece que explodirá. — Disse massageando a nuca.

— Claro! — Assenti. Ela recolheu os sapatos e desceu as escadas, retornando para casa.

Fiquei ali um tempo ainda absorvendo tudo que aconteceu e também para dar um tempo para ela. Só esperava que ela não mudasse de ideia e estivesse agora ligando para a polícia.



— > Nota da Autora:


Mais uma semana se iniciando e mais um capítulo para vocês. Espero que gostem! 

Bjus :*

I'll Stand By YouOnde histórias criam vida. Descubra agora