13

285 24 3
                                    

| COIMBRA |

Acordei com a luz do sol entrando pelas frestas da cabana, o canto dos pássaros se misturavam com o som do mar. Luna ainda dormia do meu lado enrolada num lençol e seus cabelos estavam espalhados pelo travesseiro.

Levantei devagar, tentando não fazer barulho, vesti minha bermuda e caminhei até a beira do deck. Acendi um baseado sentindo a fumaça preencher meus pulmões me relaxando, fiquei olhando para o mar, respirando o ar fresco da manhã. O som das ondas era calmante, e a brisa carregava um cheiro salgado que me fazia sentir vivo.

Fiquei brisando pensando na minha vida, tudo que eu passei até hoje. E os bagulho que anda acontecendo, me pergunto se meu coroa tá vivo e o que aconteceu pra ele evaporar assim. Mas também não posso parar, vida do crime é assim muitas coisas acontecendo, poucas respostas.

Depois de alguns minutos, senti um movimento atrás de mim. Sorri ao sentir os braços de Luna ao redor da minha cintura e seu corpo quente encostando-se ao meu.

Apaguei a bituca do baseado e me virei pra frente abraçando Luna, respirei fundo sentindo seu cheiro.

— acordou a muito tempo? - Luna diz passando as unhas de leve em meu braço.

— Nada po, deve ter uns vinte minutos. - lhe dou um selinho. — dormiu bem?

— igual um neném. - ri. — fazia tempo que eu não dormia bem assim. - encosta a cabeça em meu peito.

— claro po, não tava do lado do seu
homem. - brinco apertando sua bunda.

— convencido você. - me encara rindo.

Coloco uma mecha de cabelo atrás da sua orelha e sorrio.

— melhor a gente já ir, to na larica braba.

— vamos, quero dar um mergulho no mar ainda antes de ir. - sai pulando animada.

[...]

Chegamos à casa de praia mas algo estava estranho. A porta da frente estava entreaberta e a casa em um total silêncio. Troquei um olhar preocupado com Luna antes de empurrar a porta devagar. O ranger da madeira ecoou pela sala vazia, criando um silêncio pesado.

— Ae casal que silêncio é esse. - chamei, minha voz soou mais alta do que pretendia. Nenhuma resposta.

— tão fazendo filho não né? - Luna disse em tom brincalhão.

Avancei mais um passo e foi quando vi. No meio da sala, amarrados em cadeiras, estavam os dois. Seus olhos estavam cobertos com algum tipo de pano e a boca tampada com fita.

— Mas que porra é essa? - Sussurrei, encarando a cena.

Antes que eu pudesse reagir, senti o cano gelado da arma sendo pressionadas contra minha nuca. Me virei pra Luna e vi uma arma apontada pra sua cabeça.

Olhei pra cozinha e de lá saiu um cara, deve ter a idade do meu coroa. Cabelo um pouco branco, barba feita e usando um terno esquisito.

Pleno Rio de Janeiro e o mano usando terno, daí já dá pra saber que não bate bem das ideia.

— Finalmente chegaram. - cruza os braços abrindo um sorrio frio.

Ele fez um sinal com a cabeça e em questão de segundos, fomos empurrados para a cozinha e jogados em cadeiras. O cara do terno se aproximou lentamente, puxando uma cadeira e se sentando na nossa frente. Ele nos olhou de cima a baixo, com um ar de satisfação. Enquanto os pião de capuz dele, apontava as armas em nossa direção.

— Como você cresceu, Luna — diz ele, mantendo o sorriso nos lábios. — E como você se parece com sua mãe. - a encara de cima a baixo

Trinco o maxilar, se esse maluco der encima dela... Eu viro o Rambo nessa porra.

| LUNA |

Franzo a testa, tentando entender quem era aquele homem e de onde ele conhecia a minha mãe. Fecho as mãos tentando controlar o tremor que eu sentia, meu coração parecia que ia sair do peito.

— Quem é você? - pergunto com a voz trêmula.

Ele se inclinou para frente, seus olhos fixos nos meus. Ele me encarava como se pudesse ler a minha alma, observei alguns traços de seu rosto, não me aprecia muito estranho.

— Não quer chutar? - inclina a cabeça pro lado.

— Ela ainda não virou adivinha amigão. -coimbra diz seco.

O homem se ajeitou na cadeira sorrindo e me encarou, ignorando a fala de coimbra.

— Pois bem, sou o irmão esquecido, o homem que seu pai tentou apagar da história. - cruza as pernas. — prazer sou seu tio Hugo.

— porra. - escuto coimbra murmurar baixo

O choque me atingiu e um frio percorreu minha espinha.

Hugo continuou, sua voz agora carregada de rancor.

— Grego, roubou tudo de mim. Ele me traiu, tomou a mulher que eu amava e destruiu minha vida. Mas agora, eu estou de volta pra consertar algumas coisas. - se levanta.

Tomou a mulher que ele amava? Puta merda, quem será ela

————————————————————————

• NOTA •

Cliquem na estrela! ⭐️
Me contem oq estão achando
Hugo de volta? Epa Epa

Beijos da cindy 💋

Até o próximo...

PARA SEMPRE NÓS Onde histórias criam vida. Descubra agora