No Crime

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Terror
// Thiago Monteiro

A doida passou quase correndo por mim, não entendi não, mas tá beleza

Fui no banheiro e depois voltei pra onde os mano

Tinha chegado de fora esses dias pô, ser uma das cabeças mais procuradas do Rio, atrás só do Coringa tem suas desvantagens

A outra parte das favelas do comando vermelho que não estavam com o Bernardo, eram minhas

Então nós é aliado faz mo cota já

Mas aí um assalto deu errado e minha cara saiu até na TV globinho, menor

Não podia pisar o pé na barreira que já tinha mira na minha testa

Aí foi o jeito sair do Brasil por um tempo até a porra da poeira baixar

Encostei os cotovelos na grade e fiquei observando o baile, não ia demorar muito pro Ret subir no palco

Olhei pro camarote da frente e vi todo mundo dançando, menos a doida lá do banheiro que tava com cara de bunda no sofá, quase dormindo

Lobão: Tira o olho da minha irmã pra tu vê não, viu safado - bateu no meu braço

Terror: E quem é tua irmã, maluco? - fiz cara feia

Ele apontou pra frente, mais específico pra doida cochilando no sofá

Lobão: Ih, morreu será? - cruzou os braços - Essa louca sai de casa e faz é dormir, entendi não

Lua: Deixa tua irmã, menino chato - apareceu do nosso lado

Ela falou comigo e se apresentou, depois o Coringa chegou com ciúmes dizendo que já tava ficando velho e a mulher não parava de ficar bonita

Neguei com a cabeça e comecei a bater papo com eles

Já tava dando 3h quando o Filipe entrou, na hora eu vi uma muvuca de menina correndo lá pra frente do palco, e por incrível que pareça a doida tinha acordado e tava ligando no 220

Terror: Aí, qual é o nome dela? - Imperador me olhou

Imperador: Luísa - fez careta - Né minha irmã de sangue não, mas é como se fosse, então chega perto pra tu vê se eu num te mato

Pisquei o olho pra ele e fiquei curioso pra saber o que de tão especial a garota tinha

A doida era a protegida de todo mundo, tu é doido