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Luísa

Pedi pro menorzinho da segurança não deixar ninguém entrar aqui em casa hoje, eu me sinto cansada, exausta, com enjoo, dor de cabeça e decepcionada

Desliguei as luzes da casa e deixei só algumas pra não ficar tão escuro, diminui a intensidade e deixei luz azul, fui pra sala, puxei o sofá cama, liguei o ar e coloquei desenho na televisão

Minha mente tava a mil por hora, o que me deixava extremamente ansiosa e nervosa

Eu sei que meu bebê sente tudo que eu sinto, então sempre tento me acalmar pra não passar essas coisas ruins pra ele

3 meses, 3 meses e eu não consegui aproveitar 1 só segundo da minha gravidez. Eu sei que não foi planejado, que o genitor era um filho da puta, mas ainda é o meu bebê, ou a minha bebê

Laranjinha veio aqui em casa e falou comigo, me contou o que tinha acontecido e que o Leandro tinha sido morto

Eu chorei pra caralho, de alívio, tristeza, raiva. Laranjinha ficou comigo até tarde e depois teve que sair, Terror tinha convocado uma reunião e mandou chamar os mais importantes

Eu tenho muita gratidão por ele, nunca vou conseguir retribuir tudo que ele fez e continua fazendo por mim mesmo sem ter nenhuma obrigação comigo e com o neném

As meninas já tinham me ligado pedindo pra vir aqui, mas eu pedi que viessem só amanhã

Não é que eu não quero a companhia delas, eu quero, muito. Mas sei que na hora que elas chegarem aqui eu vou começar a chorar sem parar

Passei o dedo na minha barriga e fui tomar um banho, lavei o cabelo, hidratei, me depilei, escovei os dentes, coloquei um baby doll, passei um perfume mais fraco e fui pra cozinha

Eu tava pensando em fazer um prato de chocolate e ficar comendo até de madrugada, mas precisava me alimentar direito

Fiz um lanche da noite extremamente reforçado e fiz também uns bolinhos, Nescau, biscoito e outras coisas pra comer

Coloquei tudo em uma bacia grande e o Nescau na garrafa de café enorme, deixei tudo na sala e voltei pra pegar o copo enorme que eu usava pra tomar Nescau

Meu maior vício depois do açaí 

Deitei no sofá e fiquei alisando minha barriga, as lágrimas escorreram pelo meu rosto quando pela primeira vez eu senti o bebê chutar

Luísa: Aí meu Deus - dei um gritinho - Você tá aí, meu amor. Eu te amo tanto

Sorri entre choros e coloquei a mão na boca, limpei as lágrimas e depositei um beijo molhado na minha barriga

Escutei uma gritaria lá fora e arqueei a sobrancelha, ficando um pouco preocupada

Me levantei com uma certa rapidez, o que me fez ficar um pouco tonta, mas tudo certo

Abri a porta e vi minha mãe, meu pai, meus irmãos, minhas amigas, meus tios lá fora e os seguranças na frente deles, impendido que eles entrassem

Sorri baixinho e fiquei só observando a cena

VN: A dona disse que daqui ninguém passa - deu de ombros - Foi mal aí, chefe

Ele falou com o Bernardo e com meu pai, que tavam pra atirar no bichinho

Luísa: Que baderna é essa aqui na minha casa? - Todos me olharam e eu cruzei os braços - Trouxeram pelo menos comida?

Sid: Tá passando fome, desgraça? - encarei ele e mandei dedo - Não, pelo menos eu não trouxe

Luísa: Então ninguém entra - Virei as costas - Libera eles só se voltarem com comida, VN

Ele gritou um " certo, patroa " e eu entrei em casa deixando a porta só encostada

Eu sei que tô cansada, mas também sei que eles só estão preocupados e querem passar um tempo comigo

Mas sem comida ninguém entra e acabou

Antes que eu pudesse chegar na sala alguém abriu a porta

Luísa: Não deu tem... - me virei vendo o Terror de cara feia e um pote de açaí na mão

Terror: Se acostuma não, isso é obra de caridade - passou por mim colocando o açaí nas minhas mãos e foi direto pra sala

Gentil e folgado, eu diria

No CrimeOnde histórias criam vida. Descubra agora