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.Seus olhos, me encaravam de forma diferente.
Seu semblante já não era mais o mesmo, seus olhos eram de olhar cansado e com olheiras bem marcadas, como se você estivesse a muitos dias sem dormir direito ou tendo algum tipo de problema durante o sono.As vezes eu pegava você simplesmente parado sobre o nada, encarando algo que somente você via e compreendia. As vezes seu corpo físico estava ali comigo mas sua mente já navegava pelos ares em busca de algo que nem eu mesmo sabia.
O pior de tudo era que eu nunca prestei atenção nos seus pequenos sinais, você sorria menos, seu semblante era de quem não estava bem e sofria calado mas mesmo assim insistia em dizer:
"Relaxa, estou bem." E um sorriso forçado apenas com seus lábios exibia em sua face, seu mentiroso.
Era tão difícil para mim neste momento agora, eu só desejo com todas minhas forças do mundo que você resista a toda essa dor que te consumiu por completo. É minha culpa nunca ter chegado até você e nunca ter perguntado se algo o fazia mal.
Eu observava seu rosto pálido como se não se alimentasse bem a dias, com um aparelho enorme em seu lado que o ajudava respirar melhor, suas mãos quietas e gélidas com um pequeno aparelho em seus dedos que verificava seu batimento cardíaco e mostrava em uma pequena tela velha eles.
Sua roupa já não era a mesma que o via todos os dias, e sim roupas azuis claras do hospital e coberta com um cobertor branco quente.Eu segurava sua mão com delicadeza, enquanto segurava o máximo para que eu não desabar ali mesmo, meu coração doía e meu peito já estava sobrecarregado de tanta dor que eu sentia naquele momento.
── me desculpe. Eu fui tolo, mas por favor suguru... fique comigo...── eu já sentia aquelas lágrimas quentes escorrer pelo meu rosto pálido, e meus olhos ardiam muito mas eu não estava me importando com isso. Eu segurava o máximo para não gritar naquele quarto.
Por minha culpa tudo isso aconteceu, se eu pelo menos tivesse notado antes que você estava mal eu teria ajudado, eu....
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.Eu caminhava com um pequeno sorriso em meu rosto, segurando umas rosas vermelhas em minhas mãos. Estava ansioso, nervoso porém mal me contendo com a felicidade de estar indo até meu amado e pedir o mesmo em namoro. Não me importando nem um pouco com que as outras pessoas iriam pensar da gente, o que iriam falar e muito menos fazer.
Eu só queria amar o mesmo da forma mais romântica possível.
Eu observava a porta de madeira escura em minha frente, lá estava a porta de sua casa.
303, toquei a companhia algumas vezes na esperança do mesmo vim até a porta e a abrir para que eu pudesse entrar mas nenhum sinal de que o mesmo estivesse em casa.Pensei comigo mesmo, talvez ele estivesse ido em algum lugar ler ou comer algum doce como sempre gostava.
── Suguru!! Estou aqui, abre a porta! ── gritava eu do outro lado, com um sorriso a mostra em meu rosto, eu estava empolgado para dar a ele as flores e poder confessar tudo que eu sentia durante todos aqueles anos.
Coloquei minhas mãos na maçaneta da porta e logo encarei a porta ranger, ele não era de deixar sua porta sem trancar e muito menos apenas encostada. Meio curioso, entrei vendo que tudo estava muito quieto e silencioso. Nem sequer um sinal do jovem pela casa.
── af. Volto outro dia.. ── suspiro cansado, já dando meia volta para fora.
Mas algo chamou minha atenção, eu escutava barulho de água, como se ele estivesse esquecido alguma torneira aberta.
Não me importei em entrar na residência do mesmo, encostando a porta novamente e retirando meus tênis encardidos de poera e colocando as rosas em cima do pequeno sofá.
Caminhando em direção do banheiro de onde vinha o barulho de água, a porta escura escrito algo que eu não me importei em ler estava meio aberta e eu não hesitei em empurrar a mesma em momento algum.
Já estava com um sorriso travesso, imaginando o mesmo banhando e pensando em pegar o mesmo e assusta-lo mas quem se assustou de verdade fui eu.
── Geto!! ── meu corpo travou quando me deparei com que via, Suguru estava deitado sobre a banheira de uma forma estranha e a água com uma cor vermelha.
Olhei para o chão e tinha uma faca suja de sangue jogada pelo canto e de seus braços escorriam sangue que se misturava juntamente com a água que jorrava pela banheira.
Corri em sua direção já sentindo lágrimas escorrer pelas minhas bochechas, pedindo a Deus que por favor não deixasse que ele se fosse. Não ainda. Segurava seu corpo ao meu, fazendo com que seu sangue molhasse minhas roupas e a deixasse encharcada juntamente com a água que escorria pelo chão.
Com a mão trêmula segurava o celular em meu ouvido, ligando para algum hospital, chorando pedindo para que atendesse rapidamente.
── olá, qual seria a emergência? ── uma voz doce escoou pelo outro lado da linha e eu só sabia chorar mal conseguia falar de tanta frustração naquele momento.
── por favor! Ajude-me, ele está morrendo! ── gritava no telefone, apertando seu rosto em meu peitoral dando leve batidas em suas costas tentando conforta-lo. Eu estava sem saber o que falar ou dizer, como reagir a tudo que estava acontecendo.
A moça falava pela linha para manter contato, enquanto os bombeiros e médicos se retiravam do hospital com urgência até o local em que eu indiquei.
Estava eu, tocando em seu rosto gelado, gritando o mais alto que eu pudesse para eu fosse embora juntamente com você, sem ele quem será eu? Como eu irei viver sem a pessoa que faz com que meus dias sejam alegres e quentes.
── satoru... ── escutei uma voz baixa vindo do mesmo e rapidamente abaixei meu rosto prestando atenção, dizendo que estava tudo bem e eu estava ali com ele, protegendo e garantindo que ele sobreviva não importa o que aconteça.
Eu escutava sua respiração pesada e suas tentativas falhas de tentar falar comigo, eu implorava para que ele ficasse quieto e assim não usasse força demais, mas mesmo assim ele era tão teimoso.
── não..é sua culpa. ──o mesmo me olhava com seus olhos escuros e marejados, forçava um sorriso gentil que logo após alguns segundos foi sendo desfeito e logo perder a consciência novamente.
Antes que eu pudesse fazer algo, a porta foi aberta com força e várias homens vestidos entravam gritando e pedindo para que me tira-se de perto para que pudesse ajudar. Eu gritava pedindo que me deixasse com ele mas eles me empurravam para fora com um semblante sério dizendo que era com eles a partir de agora.
E foi assim que, o jovem de garotos escuros longos sempre bem cheirosos e penteados, de pele clara, com belos olhos e lábios. Com uma personalidade forte e gentil, com suas ideologias e pensamentos distintos, com habilidades impressionantes de lutas e que morava em meu coração por toda eternidade soltou seu último suspiro, e lá já não houve mais esperanças para que eu voltasse a ver seu belo sorriso pela última vez.A máquina que escutava seus batimentos começou a fazer um barulho insuportável, enfermeiras corriam para dentro do quarto juntamente com alguns médicos, me afastando de perto do mesmo e gritando para que pegasse o aparelho de reanimação. Eu sentia dor e gritava aos céus que ele ficasse comigo, nem que fosse por mais um pequeno segundo.
── por favor, não vá meu amado.
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𝘕𝘰𝘵 𝘢 𝘭𝘰𝘵, 𝘑𝘶𝘴𝘵 𝘧𝘰𝘳𝘦𝘷𝘦𝘳. Satosugu¡
Short Story𝙏𝙖𝙡𝙫𝙚𝙯 𝙚𝙢 𝙤𝙪𝙩𝙧𝙖 𝙧𝙚𝙖𝙡𝙞𝙙𝙖𝙙𝙚 𝙚𝙪 𝙥𝙤𝙨𝙨𝙖 𝙩𝙚𝙧 𝙢𝙤𝙢𝙚𝙣𝙩𝙤𝙨 𝙛𝙚𝙡𝙞𝙯𝙚𝙨 𝙟𝙪𝙣𝙩𝙖𝙢𝙚𝙣𝙩𝙚 𝙘𝙤𝙢 𝙫𝙤𝙘ê, 𝙨𝙪𝙜𝙪𝙧𝙪. Satoru × Suguru. (Desculpe caso encontrem algum erro ortográfico, boa leitura!)