Losing The Sun ~ Ambre

capítulo 6

Andando pelos corredores, observo ao redor, tentando encontrar Li e Charlotte. Me pergunto qual foi o motivo de tudo isso; sei que elas não se dão bem, mas quem está por trás de tudo contra a docete é a Ambre, e no momento, Ambre está ocupada demais pensando em garotas bonitas. No final, passei todo o intervalo vagando pela escola, mas não encontrei aquelas duas. O sinal tocou e todos tiveram que voltar para suas salas.

— Ugh, que estresse — suspiro fundo ao me sentar na cadeira e colocar as mãos no rosto.

— Estresse? — Lynn pergunta, sentando-se ao meu lado. Demorei alguns segundos para tirar as mãos do rosto e encará-la.

— Lynn? O que você está fazendo aqui? — perguntei, surpresa, observando-a com curiosidade enquanto ela sorria levemente.

— Este era o único lugar vago — Lynn me olha com uma careta, desviando o olhar para o professor.

— Ah, entendi — meus lábios se curvaram em um sorriso ao perceber que havia alguns lugares vazios ao redor.
O professor começou a aula e, enquanto ele explicava o conteúdo, eu mal conseguia me concentrar. Minha mente continuava voltando para a confusão mais cedo. Lynn percebeu minha distração e, discretamente, passou-me um bilhete.

"Quando a aula acabar, me encontre no pátio, preciso falar com você."

Li o bilhete de Lynn e concordei com a cabeça, o que a fez sorrir levemente. O resto da aula pareceu se arrastar, mas finalmente o sinal tocou, indicando o fim das aulas. Lynn e eu saímos juntas da sala, seguindo pelo corredor em direção ao pátio onde poderíamos conversar em paz. Eu não sabia como começar, então Lynn tomou a iniciativa.

— Eu acredito em você... Dessa vez — seus olhos estavam distantes — E então vamos deixar isso de lado por enquanto.

Ela parecia incerta, como se estivesse pesando suas palavras cuidadosamente.
— Você me chamou até aqui só pra dizer isso? — perguntei, genuinamente curiosa.

— N-Não exatamente. Também foi por causa do trabalho em dupla — ela brincou com os dedos — Podemos ir hoje para a minha casa fazer...

— Claro, vamos indo então — respondo, notando a leve coloração nas bochechas de Lynn. Parecia que ela estava nervosa, mas ao mesmo tempo contente por estarmos deixando os conflitos anteriores de lado.

— Uhum...
Deslizo a mão para meu bolso, procurando o celular, e envio uma mensagem rápida para que Nathaniel não fique preocupado. Caminhamos juntas em direção à saída da escola, trocando poucas palavras enquanto o sol do final da tarde banhava o pátio em tons dourados. Era um momento tranquilo, exceto por algumas sensações estranhas que senti no estômago durante o caminho.
Chegamos à casa dela, que ficava não muito longe da escola. Lynn me mostrou seu quarto, um espaço organizado com livros empilhados e pôsteres de bandas na parede. Sentamo-nos à mesa, cada uma com nossos materiais escolares prontos para começar. Enquanto trabalhávamos no projeto, a conversa fluía de forma natural. Lynn parecia mais relaxada, e aos poucos, compartilhava algumas histórias sobre sua antiga escola. Foi um momento de descontração que nos aproximou ainda mais.

— O que eu faço nessa parte, Lynn? — pergunto, arrastando minha cadeira para mais perto.
Ela sorri levemente ao me ver tão focada no trabalho.

— Apenas grife o que é importante.
Meus lábios se curvam em um sorriso divertido e pego a canetinha, riscando sua bochecha.

— Mas o que?! — Lynn arregala os olhos ao sentir a caneta tocar sua bochecha, depois solta uma risada leve.

— Ué? Pensei que era pra grifar o que é importante — balanço a caneta, distraída.

Ela faz um gesto como se estivesse limpando a marca com uma falsa expressão de indignação, o que me faz rir.

— Desculpe, não resisti — apoio uma mão no rosto enquanto cutuco sua bochecha.

Seu rosto fica vermelho e ela se afasta, decidindo voltar ao trabalho.
Observo suas ações bagunçadas, derrubando o estojo e ao se esticar para pega-ló, ela escorrega da cadeira, indo de encontro com o chão.

— Nossa, Lynn — tento segurar a risada — Você tá bem? — ofereço minha mão para ajudá-la, e ela aceita.

— Ugh... Estou — Lynn responde, quase em um sussurro, se sentando um pouco mais afastada.

Depois de alguns longos minutos, o trabalho estava feito, nós duas estávamos exaustas, sem nenhuma energia para dizer uma palavra sequer. Sinto uma movimentação do meu lado, e percebo que Lynn havia se levantado e se jogado em sua cama, seus olhos foram de encontro ao meu, ela hesitou por alguns segundos antes de gesticular para que eu me juntasse a ela.

Saio da cadeira e vou andando lentamente até a cama, esticando os braços, me jogo ao seu lado, sentindo o conforto da cama macia. Sem pensar muito, me vira em sua direção, dando de cara com seus olhos verdes me fitando, por alguns segundos, senti meu coração errar as batidas, permaneci parada.

Lynn também continuou a me encarar, seus olhos pareciam estar analisando cada detalhe do meu rosto, por um momento, pensei que estaria sendo julgada por eles, mas mudei de ideia no momento em que vi seus olhos brilharem e suas bochechas ganharem um tom rosado bem nítido. Já não estava mais pensando direito, minhas mãos foram de encontro ao seu cabelo, penteando os fios levemente, e descia até seu rosto, fazendo um carinho, o que a fez fechar os olhos por causa do toque repentino.

— Lynn, abra os olhos — peço, em um sussurro
Ela obedeceu, abrindo os olhos, voltando a me encarar com intensidade, Seu rosto foi se aproximando lentamente do meu, a distância entre nós diminuía, até que estávamos apenas a poucos centímetros. O mundo ao nosso redor parecia desaparecer, e o ar entre nós pulsava com expectativa. Nossos olhares se entrelaçaram, e, num impulso silencioso, nossos lábios se encontraram, suaves e hesitantes no início, mas logo se transformando em um beijo profundo. O tempo parou, e tudo o que existia era aquele momento.