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|| BELLA ADDAMS

Segunda-feira, 22:00 PM

  Ao me ver sozinha, parada na porta do restaurante igual uma idiota, enquanto Theodore está me olhando fixamente, me fez ter vontade de correr dali. Seria muito vergonhoso se eu tirasse aquele par de saltos dos meus pés e corresse como se não houvesse amanhã?

  O último neurônio que me sobrou naquela beira de insanidade me fez caminhar lentamente até Theodore. Meus passos estavam arrastados, mas eu agradecia mentalmente por não estar caída no chão, já que meu corpo tremia tanto que eu tinha medo que pudesse acontecer isso.

Ao chegar em sua frente, ele ergue a sobrancelha, desviando o olhar por cima dos meus ombros até a porta alguns metros atrás de nós.

— Bem que eu desconfiei do Kyle inventar um assunto de trabalho pra me fazer vim até aqui. — Ele dá um sorriso de sarcasmo, cruzando os braços. — Pelo visto, aqueles dois armaram contra nós.

Eu suspiro e assinto levemente com a cabeça.  — Aqueles dois podem se considerar mortos, a Luna principalmente.

Ele revira os olhos e dá uma risada fraca. — Você é sempre tão dramática assim?

Franzo o cenho, colocando a mão na cintura. — Você que é insuportável. Aposto que também sabia dessa palhaçada.

— E se eu soubesse? Qual o problema? — Sua expressão era de puro sarcasmo, fundido com um brilho de desafio em seus olhos.

— Já que estamos aqui, vamos entrar logo. — Mudo de assunto, caminhando em sua frente até a recepção.

Ele deu um riso fraco, me seguindo logo em seguida. Seguimos a lógica e demos nossos nomes para tentar encontrar uma reserva, de fato havia uma no nome dele.

Um garçom nos instruiu qual seria nossa mesa e nos acompanhou até lá. Confesso que ao chegar no local, o que eu menos esperava era estar em uma mesa tão…. Melosa. A mesa tinha duas velas, vinho, flores e inúmeros confetes de coração espalhados pela mesa, nas cadeiras e até no chão!

— O que exatamente deveria ser isso? — Pergunto confusa ao garçom. Só o que me faltava era que Luna e Kyle tivessem pedido pra fazer isso.

— É um especial do dia dos namorados, estamos decorando a mesa de casais. — Franzo a sobrancelha, mas não discuto. Para todos os efeitos, Theodore e eu somos um casal de noivos.

— Isso é bem…romântico, não acha amor? — Ele deu um sorriso forçado, o garçom nos olhava atento. Fofoqueiro.

Percebo o que ele estava tentando fazer e retribuo o sorriso, tentando não parecer forçada. — Uma gracinha.

— Se precisarem de alguma coisa é só me chamar, aqui está o cardápio. — O garçom fala de forma educada antes de se afastar.

Eu estava prestes a me sentar, quando Theodore quis pagar de cavalheiro e afastou a cadeira pra mim. Eu olho pra ele pelo canto dos olhos, mas apenas sento sem pestanejar.

— Bem… o que fazemos agora? — Pergunto após alguns minutos de silêncio estranho.

Theodore ergue os olhos do cardápio que tinha em mãos e dá de ombros. — Já que estamos aqui, vamos comer.

  Faz sentido…

Se já está no inferno, abrace o capeta.

— O que vai pedir? — Resmungo enquanto abro o cardápio extra que estava sobre a mesa.

— Já que estamos em um restaurante francês, nada mais justo do que pedir um ratatouille. Você gosta?

Franzo levemente o nariz, me sentindo um pouco enjoada só de pensar. Não é que eu não goste do prato em si, mas odeio a idéia de comer tantos legumes em uma única refeição. Digamos que meu paladar seja um tanto quanto infantil.

Sweet LieOnde histórias criam vida. Descubra agora