—Hm...Oi, não achei que você fosse me atender.—a voz que eu tanto conhecia ecoou do outro lado da linha. O céu lá fora estava escuro e sem estrelas pra iluminar aquela madrugada gelada. Eu realmente não sei o que deu em mim de atender aquela ligação, jurei pra mim mesma a meses atrás que jamais faria isso e que superaria. Mas aquela madrugada estava sendo sobre o Jake desde o princípio. Ele tinha tomado conta dos meus pensamentos e aquilo não me permitiu dormir. Encarei aquela ligação como uma maneira de acabar com essa agonia que estava me devorando.
—Só liguei pra dizer que a Layla está com saudades. Ela ainda te espera chegar em casa todos os dias...todos mesmo.— Jake continuou. Eu não conseguia dizer nada, mas senti uma pequena pontada no meu peito ao permitir que aquelas palavras ecoassem no meu coração. Me encolhi na banheira vazia do banheiro tentando não fazer nenhum barulho. Eu estava sozinha em casa mas não queria que nem sequer as paredes soubessem que meus olhos estavam começando a encher de lágrimas. Era constrangedor demais. — Acho que eu entendo ele. Sua música favorita ainda é o meu despertador. Ela me irrita mas ainda é a única que me acorda. Isso por acaso foi um presente que você deixou pra mim?— A voz dele estava tão suave e natural. Foi como se eu tivesse voltado pra o início do nosso namoro, aonde as coisas ainda davam certo entre nós. Respirei fundo ao morder mais forte do que devia os meus lábios na tentativa de segurar o choro entalado na garganta.
—Eu te vi na rua.— Jake falou como um sussuro, como estivesse segurando essa informação em seu peito e liberando com cuidado sobre o microfone. Ajeitei a minha postura surpresa e aproximei mais o celular do ouvido.— você estava com o cabelo bagunçado preso em um coque e com seu moletom favorito... você não me devolveu ele junto com as outras coisas, fico feliz em saber que você ainda usa quando está com preguiça de se arrumar.— Senti um arrepio percorrer a minha espinha e levantar os pêlos da minha nuca. — Desde então eu tenho tido ódio da música do meu despertador.— Continuou —eu odeio ter sua música favorita todos os dias mas não ter você.
As lágrimas que até então eu segurava com tanto esforço escorreram sem parar pelas minhas bochechas. Jake pareceu ter notado o choro e ficou em silencio por alguns segundos. E por um segundo, por um apenas, fui tomada por um medo de que ele tivesse desligado.
—A partir daquele dia eu passei fazer companhia pra a Layla enquanto ela te espera passar por aquela porta.— continuou —Nós dois sentimos sua falta, amor.
—Jake não faz isso comigo...por favor. Eu não vou voltar.— minha boca falou sem minha autorização, meus sentimentos estavam começando a tomar o volante.
—Eu sei, infelizmente eu sei. Mas não posso evitar, algo em mim ainda te espera. De qualquer maneira, me alivia ouvir a sua voz, eu estava quase me esquecendo dela.
Eu não tinha o que dizer. Mesmo que tivesse não adiantaria falar. Aprendemos da pior maneira que independente do quanto nos amassemos não poderíamos dar certo. Muitas coisas afastavam nós dois e aceitar isso estava sendo a única maneira de tapar o buraco que ficou no meu peito depois do nosso fim. Eu não poderia dar brecha justo agora que eu estava quase curada.
Superar o Shim Jaeyoon não foi fácil, não quando o rosto dele estava estampado em um cartaz em cada esquina ou quando a voz que costumava cantar pra mim durante o banho estava tocando no rádio. Eu não poderia me dar o luxo de permitir que meu coração amolecesse agora. Pelo meu bem não.
—Eu tenho que desligar...—me esforcei pra falar. Jake puxou o ar de forma pesada e soltou da mesma maneira.
—Por favor, podemos só ficar em silêncio por horas. Mas por favor não desliga.
—Até o silêncio me machuca, Jake.
—por favor...
—Eu te amo.—encerrei a chamada
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ONE SHOTS ENHYPEN.
FanfictionLugar para eu publicar trechos de historias aleatorias que eu crio quando estou entediada. Se tiverem alguma surgestão de one shot (QUE NÃO TENHA HOT) estou completamente aberta a ideias. Espero que gostem!