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—Ugh! Que cheiro é esse? — Ouço um burburinho de vozes que me deixa extremamente irritado

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—Ugh! Que cheiro é esse? — Ouço um burburinho de vozes que me deixa extremamente irritado.

Por todos os lugares em que passo, uma avalanche de olhares me persegue. Sei que estamos chamando atenção, estou desesperado segurando uma garota desacordada e coberta por vômito seco. Também sei que o cheiro que estamos exalando não é dos melhores. Mas o que posso fazer? Eu nem ao menos estou me importando com isso agora. Mas os olhares enojados em cima da garota não deixam de me incomodar.

Consegui trazer Zoe para o lado de fora do bar e estou me preparando psicologicamente para colocá-la no banco de trás do carro. Sei que ela tem alguma coisa contra automóveis e torço para que a mesma não acorde no meio da estrada apenas para me dar um soco no rosto.

Abro a porta traseira e, com o maior cuidado do mundo, deito Zoe ali. Seu rosto está gelado e os pelos de seus braços estão eriçados. Ela está com frio. Preciso me apressar.

—Ótimo... — Digo para mim mesmo enquanto ajeito suas pernas para dentro do carro. — Você vai ficar bem.

Fecho a porta e me dirijo rapidamente para o banco do motorista. Ligo o motor e estou prestes a sair da vaga quando ouço Zoe soltar um gemido enquanto tenta se espreguiçar. Pelo menos penso que está se espreguiçando, seus suspiros parecem derrotados e quando me viro totalmente para olhá-la, vejo que a garota está chorando. E está fazendo isso com tanta intensidade que não emite nenhum som.

Solto um resmungo agoniado. É difícil testemunhar seu sofrimento, tão evidente.

Antes de conhecer Zoe, a última coisa que queria era me envolver nos problemas dos outros. Consegui evitar boa parte dos dramas do meu grupo de amigos por conta disso, e queria que continuasse assim. Mas ver essa menina sofrer tanto me destrói, alguma parte de mim insiste em se compadecer por ela.
Sua aflição parece realmente genuína, não é apenas o resultado do consumo exagerado de álcool.

Viro meu tronco para enxerga-la com clareza e então me encaixo sobre os dois bancos dianteiros para tentar me aproximar da garota.

—Zoe? — Toco seu ombro.

Ela inspira profundamente, levantando o rosto aos poucos para me olhar. Seus olhos são meras frestas vermelhas. Não sei se é por causa do choro ou da bebida.

—Sophie... eu quero a Sophie de volta. — Diz ela, erguendo a mão na minha direção. Ela coloca-a na minha nuca e me puxa para perto, enterrando o rosto no espaço entre meu pescoço e ombro. — Traga ela até mim... por favor.

Não faço ideia de quem seja Sophie ou do que ela fez, mas, se Zoe está sofrendo tanto assim, tenho um calafrio só de pensar no que ela pode estar sentindo.

Não quero soltá-la, ela parece frágil demais para que eu tenha coragem de agir. Mas preciso levá-la para um lugar mais confortável do que esse carro. Empurro-a delicadamente de volta para o banco. Arranco um casaco que estava jogado no chão e o amasso, improvisando um travesseiro, e a incentivo a se recostar nele.

sua mente obscura - Tom KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora