o começo da dor (passado)

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Capítulo 1: O Começo da Dor

O relógio marcava meia-noite quando os gritos de Aiko Takahiro ecoaram pela pequena casa. O trabalho de parto havia começado, e a jovem de 20 anos, tomada pela dor e pelo medo, apertava com força a mão do marido, Kenji, também com 20 anos. Seus rostos estavam suados, refletindo tanto o esforço quanto a ansiedade de trazer uma nova vida ao mundo. Kenji, embora igualmente nervoso, tentava manter a calma. Ele enxugou a testa de Aiko com um pano úmido e sussurrou palavras de encorajamento, tentando acalmar sua esposa. O médico, um homem experiente com um ar sereno, coordenava o processo com firmeza.

- Aiko, respire fundo e empurre quando eu contar até três - instruiu o médico.

Aiko, com as lágrimas correndo pelo rosto, assentiu e se preparou para o esforço.
O tempo parecia se arrastar, cada segundo trazendo uma nova onda de dor. Kenji, sentindo-se impotente, manteve-se ao lado de sua esposa, desejando poder aliviar seu sofrimento.Após o que pareceram horas, um choro frágil e agudo finalmente preencheu a sala. O médico, com um sorriso satisfeito, ergueu o bebê e disse

- É uma menina.

Aiko, exausta mas aliviada, virou o rosto, incapaz de olhar para a criança. Desde o início da gravidez, ela se sentia presa, forçada a carregar um fardo que não desejava. Quando a bebê foi colocada em seus braços, ela não sentiu amor ou alegria, mas repulsa. Kenji, percebendo a expressão de sua esposa, pegou a menina delicadamente.

Kenji: "Ela é nossa filha, Aiko. Vamos chamá-la de Hiyoko" - disse Kenji, tentando esconder sua própria preocupação.

Aiko desviou o olhar, enojada. Ela sabia que, apesar de seus sentimentos, seria obrigada a cuidar da criança. Os primeiros dias foram difíceis. Aiko evitava a filha sempre que possível, deixando a maior parte dos cuidados para Kenji. Ele fazia o possível para compensar a frieza da esposa, mas o peso dessa responsabilidade começou a afetar o casal. Os anos se passaram, e a esperança que acompanhou o nascimento de Hiyoko desvanecia rapidamente. Aiko e Kenji, incapazes de lidar com suas próprias inseguranças e desilusões, tornaram-se distantes e amargos. Hiyoko, uma criança sensível e perceptiva, sentia o peso da negligência e da frieza emocional de seus pais.

--------(quebra de tempo) 12 anos depois.--------

Doze anos haviam se passado desde o nascimento de Hiyoko. Agora com 12 anos, ela voltava da escola, os passos lentos e o olhar baixo. A rotina de sua vida era um ciclo interminável de solidão e dor. Chegando em casa, antes mesmo de abrir a porta, ela ouviu os gritos familiares de seus pais.

Aiko:" Você não faz nada direito, Kenji!" - A voz de Aiko ecoava pela casa, carregada de amargura.

Hiyoko suspirou, já acostumada com as constantes brigas. Entrou em casa silenciosamente, dirigindo-se diretamente à cozinha. Ela pegou um pedaço de pão e começou a comer, tentando bloquear o som da discussão.

Kenji: "você, Aiko, acha que está fazendo algum favor a alguém? Sempre reclamando, sempre insatisfeita! "- retrucou Kenji, a voz tremendo de frustração.

Hiyoko sentiu um aperto no coração, mas continuou comendo em silêncio. De repente, a porta da cozinha se abriu com força e Aiko entrou, os olhos brilhando de raiva.

Aiko:" E você, sua pequena prostituta?" - gritou Aiko, apontando um dedo acusador para Hiyoko. - "Você é a razão de toda essa miséria! Se não fosse por você, minha vida seria diferente!"

Hiyoko manteve a cabeça baixa, tentando não demonstrar o impacto das palavras de sua mãe. Ela já tinha ouvido coisas assim antes, mas a dor nunca diminuía.

Aiko: "Responda, Hiyoko! " - Aiko avançou, pegando a garota pelo braço. - " Você não tem nada a dizer? Sempre tão silenciosa, tão inútil!"

Kenji entrou na cozinha, tentando intervir.

Kenji: Aiko, pare com isso! Deixe-a em paz! Ela não tem nada haver com essa briga porra

Aiko:" Em paz? Como posso ter paz com essa garota aqui? "- Aiko gritou, soltando Hiyoko com um empurrão. - "Ela é a fonte de todos os nossos problemas!"

Hiyoko deu um passo para trás, lágrimas enchendo seus olhos. Ela queria fugir, encontrar um lugar onde pudesse se esconder da dor e do desprezo. Mas não havia para onde ir.

Hiyoko:" Eu... eu vou para o meu quarto "- murmurou Hiyoko, tentando se afastar.

Aiko: Sim, vá! Fique longe de mim! - Aiko gritou, enquanto Kenji tentava consolá-la.

Hiyoko correu para seu quarto, fechando a porta atrás de si. Encostou-se contra a porta, deslizando até o chão, as lágrimas finalmente escorrendo pelo rosto. Ela abraçou os joelhos, sentindo-se perdida e sozinha. A dor das palavras de sua mãe queimava em seu coração, e ela sabia que não poderia continuar vivendo assim para sempre.

Hiyoko: "porque....-se pergunta chorando- eu..não pedi tudo isso, eu não tenho culpa merda..

Hiyoko se encolheu no chão do seu quarto, os soluços abafados em meio às lágrimas que insistiam em cair. A cada palavra cruel de sua mãe, um pedaço de sua alma parecia se despedaçar. Ela se sentia como uma intrusa em sua própria casa, um peso que ninguém queria carregar. Ela sabia que não era bem-vinda, que seu simples existir causava dor e desgosto àqueles que deveriam amá-la.

As sombras do quarto a envolviam como um abraço frio, e Hiyoko sentia que a escuridão dentro de si crescia a cada dia. Ela olhou para a janela, contemplando a liberdade que existia além das paredes sufocantes de sua casa. O céu noturno estava coberto de estrelas, cada uma brilhando com uma esperança que Hiyoko não conseguia sentir.

Hiyoko: "Será que um dia eu vou encontrar um lugar onde eu pertença?" - sussurrou para si mesma, a voz entrecortada pelo choro.

Ela se levantou lentamente e foi até a janela, abrindo-a para sentir a brisa fresca da noite. O ar noturno parecia aliviar um pouco a dor em seu peito, e Hiyoko permitiu-se respirar profundamente, fechando os olhos e imaginando um mundo onde pudesse ser feliz.

De repente, ouviu um ruído vindo da sala. As brigas dos pais pareciam ter cessado, mas o silêncio que se seguiu era igualmente perturbador. Hiyoko sabia que deveria ir ver o que estava acontecendo, mas o medo de mais confrontos a mantinha paralisada.

Hiyoko: "Eu não posso continuar assim" - pensou, determinada a encontrar uma saída para seu sofrimento.

Ela caminhou de volta até a cama e se deitou, o corpo exausto pela carga emocional que carregava. Fechou os olhos, tentando afastar os pensamentos negativos. Enquanto o sono finalmente a dominava, Hiyoko fez um juramento silencioso a si mesma.

Hiyoko: "Eu vou encontrar uma maneira de ser feliz. Vou lutar por mim, mesmo que ninguém mais o faça."

E assim, envolta na escuridão e no desespero, Hiyoko adormeceu, sonhando com um futuro onde pudesse encontrar paz e amor, longe das garras da dor que marcara o início de sua vida.
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Oioii
Espero que gostou dessa parte..sinceramente achei meio curta, vou tentar melhorar ok?!
1159 palavras

Bjss💞💞

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