capítulo quatro.

13 3 3
                                    

vote na história, por favor!

Como esperado, eu não me recordava de muita coisa desde o suposto desmaio. O médico disse que eu deveria ficar internado, o que eu contestei no mesmo instante. Eu estava exausto, acabado ou melhor, destruído! Não queria ficar trancafiado no hospital. Demoraram quase duas horas para sentir minha falta, mas sendo sincero, eu preferia que não dessem falta.

É muito difícil carregar um fardo que você não sabe como veio e não faz ideia de como vai sair, é assim que o luto me faz sentir. Às vezes eu sequer conseguia parar e pensar como foram os dias após a morte dela, ou nas memórias boas pois tudo doía e eu não tinha com quem compartilhar essa tristeza incessante que me corroía por dentro. Sabe o que mais te humilha durante o luto? Ver as coisas que a pessoa deixou para trás depois que se foi, e muitas dessas coisas ela deixou para você, e você não faz a menor ideia do que fazer sem o respectivo dono por perto. É uma dor ridícula, que te humilha e te amassa e você pode até evitar, mas em algum momento os sentimentos vem com tudo para acabar com você.

Eu me recusei mais de uma vez sobre permanecer no hospital mas Sophie mandou eu me manter calado. Tinha vários fios presos a minha pele e uma máquina que media os batimentos e fazia outras coisas.

─ Sirius, precisamos conversar.

Me recompus com forças que eu nem sabia que tinha para ouvir sermão da doce voz da Sophie.

─ Você ficou desacordado por seis horas, a bebida intensificou o estrago. Você terá acompanhamento psicológico toda a semana, sua rotina vai mudar completamente e você não vai pisar dentro da sua casa nem se você precisar! Tudo que você quiser, você vai fazer na minha casa, ok? Você quase matou todo mundo do coração!

Ela realmente parecia preocupada, com suas olheiras profundas e seus olhos inchados. Ela enxugava as lágrimas que desciam lentamente pelo seu rosto.

─ Que droga Sirius, eu pensei que você ia morrer. Não é todo dia que a gente presencia o quase falecimento de alguém.

Eu ainda não compreendia de onde vinha tanta afeição por mim, e cada vez mais ela me impressionava com seu jeito único. Sophie deixou de ser uma desconhecida e se transformou em uma colega fiel.

─ Desculpa Sophie, não...

─ Mas agora está tudo bem, vamos assegurar de que você se recupere logo.

Eu tinha tantas coisas para dizer, mas parecia errado enquanto Sophie protestava por minha melhora. Repentinamente tenho flashbacks de como foi antes do desmaio. Mais uma vez eu desandei, não consegui cumprir as promessas que fiz e continuei bebendo e fumando.O arrependimento bateu instantaneamente.

Pedi a Sophie um copo d'água, e foi a única coisa que eu pude ingerir durante horas.

─ Vamos ficar aqui só mais um pouco. Já informei aos seus parentes, sua mãe ficou aliviada em saber que você está melhor.

Será mesmo?

─ Seu irmão perguntou a causa do "incidente" e eu não soube responder. Você pode se explicar?

Olhei nos seus olhos e pude ver toda a preocupação apenas no olhar. Não sabia como iniciar essa frase, e nem sabia o que iria falar.

─ Eu só bebi demais.

─ Disso eu sei Sirius - Ela sentou-se ao meu lado na maca e sorria - Mas qual foi a motivação para beber tanto? Você sabia que estava a base de remédios.

Eu sabia bem, mas meu a vontade desesperadora de esquecer tudo que eu tinha passado falou mais alto. Eu não faço ideia do que Remus sabe sobre mim, ele não me conhece e pouco me interessa conhce-lo, mas o que ele falou despertou algo em mim, algo ruim que desencadeou o que veio depois.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Jul 17 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

wolfstar; all about my grandmother Onde histórias criam vida. Descubra agora