16 - Body Language.

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Eu estava imóvel, o coração batendo acelerado. Josh estava tão espantado quanto eu. Ele claramente não esperava me encontrar no prédio essa hora da noite.

- Eu... terminei um trabalho agora. - disse, pegando minha bolsa do chão e colocando-a no braço, tentando soar casual.

- Agora? Está meio tarde, não acha? - cruza os braços e me olha, um tanto desconfiado.

- Estava finalizando um projeto com a Sina. Noah nos deu o prazo para entregar até amanhã. - falei rapidamente, tentando explicar.

- E onde Sina está? - ele ainda estava com os braços cruzados e olhava para os lados procurando minha amiga, como se ela fosse aparecer de algum buraco.

- Ah, ela foi para casa. Estava muito cansada e com certeza não iria produzir mais nada. Resolvi terminar o que faltava sozinha. - coloquei a bolsa no ombro, tentando parecer mais confiante. - Está tudo bem?

- Não iremos falar sobre isso aqui, é perigoso. As paredes escutam até de madrugada. - ele levantou uma sobrancelha, a tensão evidente em sua voz. - Entre, por favor. - ele abriu a porta de sua sala e fez um gesto para que eu entrasse.

Josh parecia exausto, mas ainda assim, havia uma gentileza em seu comportamento que me tranquilizava. Uma pena que nosso reencontro tenha sido dessa maneira.

Dou um passo hesitante para dentro da sala, sentindo o ambiente carregado de tensão. Ele fechou a porta atrás de mim e voltou para sua mesa, onde documentos estavam espalhados. Ele parecia estar lidando com uma tempestade pessoal.

- Aconteceu alguma coisa? - perguntei, minha voz carregada de preocupação. Ele me olhou com um olhar cansado, claramente lutando contra algo interno.

- Não quero te incomodar com os meus problemas, Any. - ele suspirou profundamente, a fadiga estampada em cada linha do seu rosto.

- Pode desabafar comigo, se quiser. - coloquei minha bolsa em uma das cadeiras, me aproximando.

- Você não vai querer saber... - o vejo desviar o olhar.

- Eu escutei o meu nome atrás da porta, Josh. - o corto. - Eu quero saber o que houve.

- Não tem nada a ver com você, se é isso que quer saber. - ele suspirou novamente, um misto de frustração e cansaço. - Um amigo acha que você pode me ajudar com um problema, mas eu não concordo. Não quero que você fique no meio dos meus problemas.

- Como ele sabe da minha existência? - pergunto, contendo um riso.

- Eu meio que contei para ele sobre a coisa meio conturbada que temos... - ele deu de ombros, olhando para mim com uma expressão indefinida. - Ele é o meu melhor amigo.

Ok, então ele tem um amigo confidente no qual ele conta sobre as nossas noites? Bom saber disso, já que ele não tem cara de que senta com um amigo e fica falando sobre a mulher que ele está pegando. Quantas coisas eu ainda preciso descobrir sobre ele?

- E com o que ele acha que eu poderia ajudar, exatamente? - levantei uma sobrancelha, tentando controlar a curiosidade.

- Não quero falar sobre isso agora, porque eu teria que te explicar muita coisa que não vem ao caso no momento. - ele respondeu, a tensão evidente em sua voz.

- Se houver alguma coisa que eu possa fazer, eu farei. - apoiando meus braços na mesa, olhei-o nos olhos, esperando que ele percebesse a sinceridade nas minhas palavras.

- Eu não quero te envolver nisso, entenda. - ele disse sério, seus olhos encontrando os meus. - Isso pode destruir a mim e à minha empresa. Não quero que se prejudique por causa dos meus problemas.

casual | adaptação beauany Onde histórias criam vida. Descubra agora