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⚠️avisos importantes!⚠️

1- Essa história pode ser sensível pra algumas pessoas, então eu recomendo pra quem é sensível que não leia.

2- Eu não sou cristão! Só entendo um pouco sobre ocultismo, mitologias e religiões.

3- Sigma nessa fic é transmasc! Gosto desse hc e tento ao máximo trazer essa representatividade.

4- A personalidade deles pode ser um pouco diferente, principalmente a do Dazai, já que aqui aqui eu inspirei ele em mim (já que essa fic é inspirada uma experiência minha)

E por último.

5- leiam!

Quem tiver a sorte estar ouvindo uma playlist de música clássica ou post Punk ao mesmo tempo que lê isso aqui, vai ter uma experiência muito boa.

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Estava me sentindo louco.

Não me lembro exatamente quando começou, como foi, nem como me senti. Ele estava me perseguindo.

Estava me sentindo louco.

Nos últimos seis meses venho sonhado com a mesma pessoa, sempre a meia noite, em cenários diferentes e sempre acabava da mesma forma.

Estava me sentindo louco.

O cabelo longo como um véu, as roupas claras, o rosto angelical, as mãos frias, a pele pálida e o que mais me assustava; ele não era real.

No primero mês achei que fosse um tipo de presságio, ou uma previsão do futuro. Me lembro de ligar pra Akutagawa e contar o que havia acontecido com a maior tranquilidade, tirando sarro da minha própria situação. Me lembro do que ele disse, me lembro de rir e zoar a cara dele, não acreditei naquilo. Sempre fui cético a qualquer tipo de crença, ainda mais o ocultismo que Ryūnosuke tanto acreditava. Não era comum que eu tivesse sonhos, nunca fui de sonhar muito, nem de imaginar, mas isso não significaria que estivesse sonhando com um fantasma ou algo do tipo. Era o que pensava no começo.

Quando estive na sala de Kunikida pra fazer a sessão de terapia da semana, era o segundo mês. Me lembro de contar o que estava acontecido, lembro da reação séria dele, anotando tudo que eu dizia no seu caderno idiota de psiquiatra. A explicação era algo meio freudiana, como a manifestação do meu ide se comunicando comigo, mas não acreditei em nada daquilo. Sempre estive do lado da ciência, da eficiência, da lógica, mas a ideia de uma manifestação de algo meu me assombrar soava tão fantasioso quanto fantasmas e espíritos obsessores. Não era uma ideia minha, aquilo não veio de mim, ele não veio de mim. Eu pensei que estava doente.

No terceiro mês foi quando de fato me desesperei. Não queria dormir, nem me deitar na minha própria cama, pensei de fato estar doente. Me lembro de procurar minha médica, Yosano fez uma ressonância em mim, mas não havia nada de diferente. Não havia anomalias, não havia nada. Me lembro de deitar naquela cama e entrar naquele tipo de cápsula esperançoso em encontrar algo que explicasse o que tinha de errado comigo, mas quando recebi o resultado do exame, caí de desespero ao chão, apavorado com a ideia de aquilo nunca ter fim.

Quando o quarto mês chegou eu tinha olheiras abaixo dos olhos, meu corpo estava mais magro, mais pálido. Eu estava tão apavorado com o que acontecia que recorri aos concelhos de Atsushi, um amigo médium que já havia visto de tudo na vida. E quando ele chegou no meu apartamento, andou por todos os cômodos de olhos fechados e respirou fundo dentro do meu quarto, a única coisa que ele me disse foi; "caia fora daqui". Nakajima não soube explicar o que havia visto, só me disse que a presença dentro do meu lar era forte, que era como um véu que cobria o meu quarto, que era como a face de Deus, mas não era perigosa. Mesmo não entendendo, eu o fiz, dormi por algumas semanas na casa de meu amigo Odasaku, temendo fechar os olhos e ver a figura de cabelo bicolor e os seus olhos claros, mas não adiantou. Me lembro de me levantar pela madrugada e ver ele na sacada da varanda do apartamento de Oda, com as roupas brancas voando com o vento, os cabelos cobrindo parte do rosto androgeno, o sorriso leve e os olhos afiados, como os de uma coruja.

O sonho da meia noite - SigzaiOnde histórias criam vida. Descubra agora