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Amara
Me levaram para o Brooklin, em um bairro bem distante do que eu morava, mas muito melhor e muito mais bonito. O apartamento fica perto de comércios e serviços essenciais. Lembro de pensar: Como vou pagar por isso?
Mas essa não deveria ser a minha preocupação nesse momento.

Lucas - Fica à vontade, o apartamento fica a serviço do batalhão.- falo tirando alguns lençóis que cobrem os móveis.- Ele só precisa de uma pequena limpeza, está fechado já tem algum tempo.- falo enquanto ela observa tudo a sua volta.- Pode ficar o tempo que precisar.

Amara - Obrigada!

Lucas - Se precisar de alguma coisa, deixei dois cartões em cima da mesa, um da unidade de cuidados a vítimas de violência e outro da assistência social que trabalha em conjunto com o batalhão e com a unidade de cuidados do primeiro cartão. Aí você pode ligar em qualquer horário, ambas funcionam 24 horas.- ela me olha enquanto falo.- Espero que você tenha uma boa recuperação. Tchau!- me despeço e ando até a porta.

Amara - Espera.- ele vira e me olha.- Eu sei que já perguntei antes e você não respondeu... Mas mesmo assim vou perguntar de novo.- ele me olha com certa curiosidade.- Qual o seu nome?

Lucas - Lucas.
- Droga, não deveria ter dito.- penso, pois me arrependo imediatamente.

Amara - Obrigada por tudo, Lucas.- ele faz um sinal com a cabeça e sai. Vou até a janela e o vejo entrar no carro, depois dou uma olhada no restante do apartamento que achei lindo, e que apesar de ter apenas um quarto é muito maior do que todos os lugares que já morei junto.

 Vou até a janela e o vejo entrar no carro, depois dou uma olhada no restante do apartamento que achei lindo, e que apesar de ter apenas um quarto é muito maior do que todos os lugares que já morei junto

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Amara
Tomo um banho, troco o curativo, tomo o remédio e faço um café com uma torrada pra mim. Deito, mas não consigo dormir, passo a noite em claro pensando na Zoe e obviamente relembrando tudo o que aconteceu naqueles navios. Pensei nas outras meninas, chorei...
...

Alguns dias depois...

Amara
Começo a procurar emprego e sim, ainda estou traumatizada e é um pouco difícil confiar nas pessoas e nas suas intenções, mas eu não posso ficar pra sempre naquele apartamento, preciso voltar a me virar e sem grana é impossível.
Faço algumas entrevistas e mais ou menos uma semana depois fui contratada para trabalhar em uma cafeteria bem charmosa que fica bem no centro da cidade. O trabalho é duro, eu atendo as mesas, limpo, junto louça, às vezes lavo as louças, preciso repor os doces, tortas, salgados e etc nos balcões e às vezes ainda varro, mas não reclamo. Pelo menos estou trabalhando.- penso.
...

Dom
Entro no prédio do batalhão e vou direto para a sala onde trabalho, dali monitoramos alguns suspeitos, algumas vítimas, realizamos e estudamos relatórios e nos reunimos para eventuais reuniões. Ligo o meu computador e digito a senha do sistema de monitoramento, e a primeira imagem que aparece na minha tela que está dividida em quatro é a imagem de Amara andando só de lingerie pelo apartamento. De fato, eu tinha esquecido que estávamos monitorando ela, mas assim que vou dar um enter para mudar de tela, sinto que fui puxado com muita força.

Lucas - O que você pensa que está fazendo?- falo já prensando ele contra a parede.

Dom - Para com isso! Que brincadeira mais sem graça.

Lucas - Virou brincadeira agora ficar olhando garotas sem roupa?

Dom - Ah, é isso? Eu acabei de ligar o monitor, a imagem dela foi a primeira coisa que apareceu na minha tela, eu nem lembrava que o apartamento dela estava sendo monitorado.

Lucas - Não parecia pela forma que estava olhando.

Soldado 1 - Cara, solta ele.- tento intervir.

Dom - Eu estava mudando de tela quando tu entrou e me pegou desse jeito.- ele me solta indignado.

Lucas - Eu vi.

Dom - Viu o que? Você passa horas olhando ela e eu não me intrometo.

Lucas - Eu não olho pra ela desse jeito.

Dom - Vou relevar, porque você está ficando neurótico.

Soldado 1 - Chega, todos nós temos trabalho para fazer. Fim de discussão.- eles se afastam.

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