Be mine

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Boa leitura! :)

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Há mais reinados do que se podia memorar, a tradição da Corte Real de Euphoria era presentear o novo rei alfa com um harém inédito, ocupado pelos mais belos ômegas solteiros do reino. O grande propósito dessa tradição era precisamente fazer com que o mais novo soberano — casto até então — iniciasse a monarquia somente após a perda de sua virgindade com algum desses ômegas, como uma forma de demonstrar mais uma era de poder, força e fertilidade.

A primeira noite do rei ao lado de alguém era quase mais esperada do que a sua própria cerimônia de coroação. Geralmente, ambos os eventos ocorriam no mesmo dia: o jovem alfa recebia a coroa pela manhã e provava ao povo seu vigor durante à noite.

Jeon Jungkook, no entanto, não concordava nenhum pouco com a ideia de ter um harém particular. Jovem, recém-coroado e desde muito cedo influenciado pelos ideais de sua mãe, a falecida e inteligentíssima rainha consorte de Euphoria, repudiava os costumes alfistas do reino.

Pensar que mais de trinta ômegas concubinos estariam à sua mercê sempre que quisesse fazia crescer uma angústia aterradora em seu peito.

Passara anos observando a tristeza de sua mãe todas as vezes em que seu pai, o antigo rei, abandonava-a nos aposentos dos dois e se aventurava em desfrutar noites e noites com os mais diferentes tipos de concubinos que eram de "sua posse".

Era cruel, e a rainha sofria em silêncio.

Jungkook, contudo, nunca foi tão ingênuo quanto o faziam parecer. Sabia muito bem o motivo dos olhos de sua mãe estarem vermelhos quando ela lhe observava entrar pela porta dos aposentos reais tarde da noite, segurando um ursinho de pelúcia contra o peito. Sabia que quando ela abraçava seu corpo magro e o aromatizava estava tentando se acalmar, e não acalmar o pequeno alfa que não conseguia dormir.

Na época, Jungkook já compreendia que não era justo com sua mãe. Agora, compreendia mais do que nunca que também não seria justo com seu futuro ou futura ômega. E, acima de qualquer coisa, compreendia que não era justo com os ômegas do harém.

Não queria mantê-los presos no castelo com o pressuposto de que, algum dia, talvez quisesse usar de seus corpos para seu bel prazer. Odiava pensar isso. Odiava pensar que a nobreza de Euphoria achasse a tradição minimamente praticável.

Nesse viés, agora que Jeon Donghyun havia sido levado por uma doença que há anos o vinha consumindo, as coisas seriam diferentes. Dentro de seu papel de rei alfa, Jeon Jungkook honraria a memória de sua mãe e o seu próprio senso de justiça e faria de tudo para, ao longo de seu reinado, acabar com tradições estúpidas como aquela.

Estava vivo para adorar as adoráveis criaturas que eram os ômegas. E isso implicava os dar as melhores condições possíveis de vida em seu reinado, não fazer deles suas meretrizes particulares.

— Entendo que a ideia do harém não vos agrada, Vossa Majestade, porém, como vosso conselheiro real, ouso dizer que não seria bem visto pela Corte e pelo reino como um todo caso Vossa Majestade, em vossa primeira noite como rei, não consumasse o posto ao lado de um ômega. — Kim Namjoon, desde jovem seguindo os passos de seu pai e sendo membro do Conselho, havia sido escolhido a dedo por Jungkook para ser seu braço direito justamente por ser calmo, assertivo e racional. — Não vejo resultados positivos caso o faça.

— Eu me recuso a manter um harém, conselheiro Kim. Não há nada que possa me fazer mudar de ideia acerca disso.

Um músculo tensionou na mandíbula de Namjoon.

O Companheiro do Rei - Jjk + PjmOnde histórias criam vida. Descubra agora