Cap. 2 | Operação no morro

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Roberto narrando

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Roberto narrando

Não dava para acreditar que eu, capitão renomado do batalhão de operações especiais do Rio de Janeiro tinha levado um tiro! Eu aguentaria terminar a missão no morro, mas o aspirante ficou enchendo a porra do meu saco... Neto é muito preocupado com os outros, mas quando se trata dele, é a porra de um moleque.

Me levaram pra um hospital da comunidade, quando cheguei uma moça loira veio até mim, se dizendo médica! Não fazia o menor sentido, ela tinha uma aparência jovem, como alguém que acabou de entrar na universidade, e também era nítido a diferença de classe social dela para com os outros funcionários, o que essa menina tava fazendo ali? Alguma coisa boa não poderia ser, não queria ser examinado por ela, não queria nem ter ido naquele hospital.

Mas ela insistiu, disse que era o procedimento. Eu não tinha sequer uma bala dentro do meu corpo, e a mini doutora estava ditando regrinha pra mim. Fiquei puto! E soltei algumas palavras que no momento ferveram no meu cérebro, mas ela falou do BOPE porra, ninguém fala do meu batalhão.

Fui embora daquela merda de hospital, puto! Com ódio do maconheiro que me deu aquele tiro, de mim por ter tomado um tiro, e daquela aspirante á doutora por ter enchido a porra do meu saco.

Trabalhei o resto da tarde e fui pra casa, Rosane me esperava no sofá.
Oii meu amor, como você tá? — ela levantou
rapidamente e checou meu curativo — está doendo? Tem que tomar algum remédio?

Fica tranquila, não foi nada demais! Só algum merda que vai conhecer o inferno na minha próxima missão.— sai de perto dela e fui em direção ao banheiro, não queria conversar, mas a Rosane nunca se tocava

Segunda feira temos consulta, vamos ver o bebê, você vai comigo né Beto? — disse ela esperançosa

O Rosane, eu tenho que trabalhar porra!

Mas pede uma folga no batalhão amor, é o nosso bebê

Vou ver o que faço, será que eu posso tomar um banho ? — respondi bufando

Eu não sei se era o estresse do trabalho, ou se minha esposa que era insuportável, antes eu a amava tanto... Depois ela ficou muito intrometida, queria ficar batendo papo, eu não tinha hora pra chegar em casa e muitas vezes nem sabia se ia voltar, mas ela ficava cobrando, intimando. Uma coisa é certa; só estava com ela pelo nosso filho, porque nosso romance já não existia mais.
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Na noite seguinte tinha uma operação no morro, é óbvio que eu estaria lá! Queria mandar cada vagabundo daquele conhecer o inferno. Era uma sexta-feira, a favela lotada, ia ter baile naquela noite o que ia facilitar meu trabalho, ou fuder ele de vez.

Linha de fogo | Capitão NascimentoOnde histórias criam vida. Descubra agora