Mais uma noite péssima para o hall das noites péssimas. Não conseguia nem lembrar quando foi a última vez que conseguira dormir uma noite inteira sem ter pesadelos ou perder o sono. Essa noite, claro, não foi diferente.
Zac atormentou meus pesadelos, perdi as contas de quantas vezes acordei sobressaltada com a sensação de que ele entrara em meu quarto e tentava me matar.
Por volta das 6h30 desisti de tentar dormir, ainda estava com dor de cabeça e o estômago embrulhado por conta do Whisky, resolvi tomar um banho e lavar meus cabelos que estavam parecendo um ninho, sai do banho um pouco mais relaxada, peguei uma calça de moletom e uma camisa branca que ficava grande demais em mim. Ótimo! Não queria nada que evidenciasse meu corpo.
Após finalizar meus cachos, desci as escadas e fui até a sala tentar procurar meu celular novamente. Encontrei-o na bolsa pendurada no hall de entrada. De repente, senti o cheiro de café que vinha da cozinha.
Nossa, café, cairia muito bem agora.
Entrei na cozinha e lá estava ele, sentado, tomando café e comendo uma das minhas barrinhas de cereais, como se fosse o dono da casa. Patife!
— Oi! — Cumprimentei quando ele notou minha presença.
— Bom dia! Café? — Perguntou como se eu fosse a hóspedes aqui. Pelo visto, estava muito à vontade em minha casa. Isso me dava nos nervos. Passei a noite sem dormir, angustiada e ele ali pleno, como se nada estivesse acontecendo.
Me servi uma xícara de café e pensei em voltar para o quarto, mas aquela era minha casa, eu não ficaria trancada no quarto enquanto ele ficava por ali se sentindo o proprietário. Me sentei no balcão da cozinha de frente para ele.
Levei a xícara até os lábios, mas parei na metade do caminho, era melhor esperar esfriar um pouco, o café devia estar pelando. Foi quando percebi que ele me encarava, será que olhava para mim ou para algo em minha xícara?
— Eu não envenenei seu café, pode ficar tranquila. — Ergui uma sobrancelha num sinal de espanto.
De súbito, ele tomou a xícara de minhas mãos e deu um grande gole. Cacete, que cara doido. Aquilo estava pelando, a língua dele deve estar mais inchada que a de uma vaca agora. Bem feito!
Eu estava tão doida por um café que nem cogitei a possibilidade dele ter envenenado nada, que cara dramático.
— Viu. Quantas vezes terei que dizer que não lhe farei mal? — Disse, me passando a xícara de café novamente.
— Até eu acreditar. — Disse, dando um pequeno gole no café, tomando cuidado para não me queimar também. Já podia sentir o café fazendo maravilhas por mim, até a dor de cabeça já parecia diminuir.
Mas eu não podia me distrair com todo aquele papo de mercado, cozinhar para mim ou até mesmo quando ele achou que eu me abriria sobre Betty com ele. Ele só estava ali por uma razão. Me prometera que encontraria quem matou meus pais.
— Valeu pelo café, mas você me prometeu uma investigação. Quando começamos? — Ele me encarou por um tempo antes de responder.
— Por mim, pode ser agora. — levantou-se. — Vou buscar meu notebook.
— OK. — seguiu e saiu pela portinha que levava até o porão.
Minha casa, apesar de reformada, era uma construção antiga, por isso ainda tinha aquela pequena portinha no final da cozinha que levava até o porão. Lembro-me que meu pai tentou convencer minha mãe várias vezes em transformar o porão em uma adega, mas ela não deixou, disse que faria um espaço para ela algum tempo depois quando começou um curso de cerâmica o transformou em ateliê, mas a paixão por cerâmica durou pouco e o porão voltou a ser apenas o que era, um lugar para guardar quinquilharias, enfeites de natal, teias de aranhas e Hackers fugitivos.
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I'll Stand By You
RomantizmMadison é uma jovem universitária que tem seus pais brutalmente assassinados no que parecia ser um atentado. Depois disso ela se vê mergulhada em um pesadelo. A polícia parece não ter novas pistas, mas ela não desiste de descobrir o que aconteceu. A...