IV

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CAPÍTULO IV: DOIS CÍRCULOS DE AÇO.

Bryan Darko


Na época da escola, minha mãe costumava dizer que eu tinha uma tendência à violência e eu sempre levei isso como um jogo temperamental. Ela queria que eu fosse tão violento quanto o resto da família, o que provaria que eu era tão imundo quanto eles. Com todo respeito, mas não encontrei outras palavras.

E então, tempo passou, sai tanto da escola quanto da casa deles e finalmente pude viver sendo a pessoa que eu queria ser. Menos de dez anos depois eu trabalhava no departamento de investigação de Chicago, lidando com o fato de que minha vida está tranquila até demais e enfrentando meu próprio caráter contra meus princípios éticos.

A coisa que mais me causava pânico era a minha família, mas o que eu podia fazer se eram eles os sangue do meu sangue? Mesmo depois de toda a humilhação com o meu nome no dia anterior e temendo a mim mesmo sobre ter quebrado o nariz do Cole e me desesperado fortemente com a Morgan, estava lá eu tentando enfrentar pelo menos o menor dos fantasmas que me assombravam.

Minha mãe, apesar de tudo, sempre foi a parte mais fácil de lidar da minha família, porque comparada à minha amada irmã e meu amado pai, a senhora Judy Darko era completamente amigável.

- Isso é o tipo de coisa que acontece pelo menos uma vez na vida, você sempre vai ser um Darko, sempre vai sofrer esse tipo de coisa e o que resta à você é aceitar ou enlouquecer, garoto. - ela dizia ríspida, o que vindo da minha mãe já me soava como um consolo, porque raras vezes chegava nesse nível de empatia.

Eu balancei a cabeça devagando em meus próprios pensamentos tentando aceitar o fato de ela tinha acabado de dizer, quando ouvi a porta se abrir e uma voz nojenta a acompanhar.

- Ou então vira o que tem que virar.

- O que você quer dizer com isso, Haley? - eu a olhava com desprezo, realmente não era fã da minha irmã.

- O que eu quero dizer com isso? Será que já não está claro o suficiente? - ela tirou a jaqueta imunda dos DarkLords de suas costas, chegou perto de mim e por alguns segundos pensei que ela iria esfregar na minha cara - Você vira o que tem que virar.

Eu a empurrei sem peso na consciência nenhum porque além de mais forte (em todos os quesitos), a Haley era mais velha e me batia muito quando eu era criança, por isso peguei ressentimento. E pelo que eu já esperava, ela esboçou um sorriso maldoso, prendeu aquele cabelo loiro e se sentou ao meu lado.

- Eu nunca vou me rebaixar ao seu nível, espero que saiba disso. - eu disse.

- O nível dela é meu nível também! - minha mãe falou alto enquanto cortava a carne - Aí garoto, é melhor ter cuidado com o que fala. Foi com essa família que passou boa parte da sua vida e ela que te sustentou, pagou sua faculdade, seus estudos e infelizmente seu curso da polícia.

Eu me levantei aos poucos conforme ela dizia aquelas palavras, peguei meu casaco e me aproximei da porta sem me despedir da Haley, que estava sentada ao meu lado. Pouco antes do fim, olhei para a minha mãe tempo suficiente para que o longo tempo que ficaríamos sem se falar, eu não tivesse lembranças muito ruins. E não era proposital, geralmente eu aparecia de 4 em 4 meses

- Se quiser eu devolvo o dinheiro, Judy.

Eu passei pela porta tentando desviar meus tímpanos do que a Haley ainda falava lá dentro, porque não queria ser preso por agredir minha própria irmã. Mas eu juro que essa era minha vontade e por mais que eu tentei não escutar o que ela dizia, só me restou a frase "Não vai se despedir de mim, detetive?" em um tom tão sarcástico que me dava nojo.

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⏰ Última atualização: Aug 24 ⏰

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