Olhos Amaldiçoados | NARUTO X JUJUTSU KAISEN |

Capítulo 22

Ela observou o adolescente de cabelos brancos com um olhar de surpresa. Ele não precisava de apresentações formais. No universo do jujutsu, sua reputação falava por si mesma.

O jovem prodígio que todos conheciam apenas por rumores e histórias. O Gojo que um dia poderia estar no mesmo patamar que Satoru Gojo.

Recluso e enigmático, com seus lendários Seis Olhos, que, segundo as lendas, possuíam uma força tão vasta que um mero olhar em sua direção exigia uma força de vontade titânica e uma quantidade imensa de energia amaldiçoada.

O prodígio que havia derrotado sua primeira maldição aos seis anos e que, nos últimos três séculos, havia se destacado como o mais jovem feiticeiro de grau especial. O clã Zenin, na tentativa de unir forças com esse prodígio, havia tentado casá-lo com Mai, mas o antigo chefe do clã Gojo havia rejeitado a proposta.

Quando trouxeram a oferta novamente, após a renúncia do antigo chefe do clã Gojo, os rumores diziam que Gojo Satoru havia rido na cara do enviado do clã Zenin – o pai de Maki – antes de mandá-los embora.

Naobito nunca esqueceu aquele desprezo, e o jovem sempre foi uma espinho no lado do clã Zenin, mesmo que parecesse alheio a isso.

"Você está atrasado." A voz severa e autoritária do Diretor Yaga cortou o silêncio da sala.

"Desculpe." O adolescente respondeu com uma calma imperturbável. O tom de repreensão não conseguiu perturbar sua postura apática.

O diretor fez uma pausa, avaliando o jovem antes de decidir como prosseguir.

"Vamos, sente-se ao lado de Maki. Suas apresentações podem esperar."

O jovem fez um breve aceno para Maki antes de se dirigir para seu assento. Ela notou a maneira silenciosa com que ele caminhava, cada passo quase inaudível. Era uma técnica que lembrava a caminhada furtiva de um assassino. Havia visto algo semelhante anos atrás em seu primo mais velho, Naoya.

O Diretor Yaga limpou a garganta para retomar a atenção dos alunos antes de começar a falar.

"Normalmente, temos apenas dois ou três novos alunos por ano," começou o Diretor Yaga, a voz firme e inabalável. "No entanto, algo mudou. Existem várias teorias sobre o motivo, mas não é algo que vocês precisem se preocupar agora. O número de feiticeiros nascidos nos últimos quinze anos aumentou exponencialmente, e acreditamos que essa tendência vai continuar. O aumento no número de novos feiticeiros é significativo e merece nossa atenção." Ele lançou um olhar penetrante para o adolescente de cabelos brancos antes de prosseguir.

"Seu professor designado será Gojo Satoru, que, por algum motivo, decidiu se aventurar na educação. Não deixem que isso os faça pensar que ele será negligente. Ser um feiticeiro de jujutsu é como dançar com a morte, conhecê-la intimamente de uma maneira que poucas pessoas conseguem. Ser um verdadeiro feiticeiro de jujutsu é ter uma convicção tão profunda que, quando você morrer, o fará sem arrependimentos. Vocês entendem isso?"

"Sim, senhor!" Todos responderam em uníssono.

"Não, vocês não entendem," respondeu ele em tom baixo, quase sombrio. "Mas vocês vão. Agora, vou lhes dar alguns minutos para se conhecerem antes que Satoru chegue. Bem-vindos ao Jujutsu."

Com essas palavras sinistras, o diretor saiu da sala com passos pesados, seus passos ecoando no silêncio que se seguiu.

Maki lançou olhares para seus colegas de classe, os olhos gravitando naturalmente para a pessoa que mais se destacava na sala, mesmo sem esforço.

Gojo Jiki estava sentado ao lado dela, com as pernas esticadas e cruzadas, os olhos fechados e uma mão relaxada pendendo ao longo do haori que usava. Ela o teria confundido com alguém em sono profundo, se não fosse pela respiração calmamente medida e a imobilidade das pálpebras, indicando que ele estava acordado, embora em um estado de relaxamento profundo.