Cap. 3 | O telefone

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Ana narrando

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Ana narrando

Naquele dia eu tinha decidido ir para um pagode! Duas colegas enfermeiras do hospital haviam me convidado para ir num barzinho no morro com música ao vivo e uma cervejinha gelada. Eu estava estressada e precisava espairecer.
Cheguei lá por volta das 21horas, e sentamos em uma mesa. Eu e Katia conversávamos enquanto Natalia estava de chamego com um dos pagodeiros.

Então Ana... muitos pacientes na clínica? — ela me perguntou

— Cara, nem me fala — suspirei — Eu vou tentar passar em um concurso, gosto de estar aqui, de trabalhar aqui. A clínica é muito chato sabe!? Umas mulheres surtadas toda hora me ligando pra falar tipo " ai se eu comer chocolate tal hora vai acontecer algo com o meu bebê?" De verdade, é cansativo.

Nossa eu imagino mesmo, essas dondocas devem ser insuportáveis— riu

Pois é, nem me fale...Mas, Eai como foi o plantão ontem que eu não estava?

Nada de anormal, sempre alguém com a pressão alta, uma criança doente, o de sempre né — Katia deu um sorrisinho antes de sua próxima fala — Agora... o que foi aquilo na quinta? Aquele capitão todo de preto, que delícia em

Amiga, sério não queira conhecer aquele ser — pensei nas falas do capitão Nascimento pra mim naquele dia, e me doeu outra vez — Ele me humilhou muito, achou que eu não era médica, e não queria ser examinado, porque foi pro hospital então!?

Nossa sério!? Não parecia que ele era tão grosseiro

Mas é viu! E eu espero nunca mais ver aquele cara na vida — falei enquanto dava um último gole na cerveja antes de me levantar — vem, vamos dançar um pouco

Mas essa é romântica doida — disse ela se referindo a música

Edai? É só dançar devagar

Os pagodeiros tocavam Buquê de flores - Thiaguinho. Nesse momento Nati já tinha voltado a nossa companhia, nós três dançando de leve e curtindo a música, quando a viatura do BOPE parou do outro lado da rua do barzinho.
Não pude observar outra coisa além daquele homem outra vez, de novo o capitão Nascimento. Ele ordenou a todos mão na cabeça, e veio até mim! Aquele crápula pediu meus documentos, e começou a gritar comigo. Eu já estava de saco cheio!

Pensei em muitas coisas, e uma delas era quem sabe provoca-lo?! Ou ele ia me prender ou ia me deixar em paz... Mas para minha surpresa ele pediu para que eu seguisse até a viatura, os ratinhos dele estavam revistando todos no bar. Nada que eu falava fazia ele surtar o suficiente, até o momento em que falei da sua farda! Como se estivesse flertando (eu não estava, mas poderia)

Linha de fogo | Capitão NascimentoOnde histórias criam vida. Descubra agora