𝐌𝐘 𝐕𝐈𝐋𝐋𝐀𝐈𝐍-𝐓𝐨𝐦𝐮𝐫𝐚 𝐒𝐡𝐢𝐠𝐚𝐫𝐚𝐤𝐢 [𝟏𝟖+]

𝐅𝐎𝐔𝐑

"Mas, no fim das contas,
é preciso mais coragem
para viver
do que para se matar."

Albert Camus, A morte feliz.

𝐄𝐋𝐀 𝐒𝐈𝐌𝐏𝐋𝐄𝐒𝐌𝐄𝐍𝐓𝐄 𝐍𝐀̃𝐎 entendia o que ela sentia.

Não sabia se era uma paixão temporária, atração, uma obsessão, ou se era realmente aquele amor dos livros, que ela lia quando queria se afastar da realidade em que vivia.

Ela tentava ignorar esse sentimento, um sentimento que nunca havia sentido antes, um sentimento forte, que quando foi sentido naquela troca de olhares, fez o coração dela doer.

Toda vez que olhava nos de Shigaraki, ela sentia pontadas no peito, ela sentia que se tirasse o olhar dele, ela poderia sofrer.

Ele fazia ela sentir uma coisa bem diferente do que sentia de seu marido.

A primeira vez que olhou Hayato nos olhos, ela se sentiu estranha, como um sentimento ruim, que nunca ia embora.

E quando foi Shigaraki, foi maravilhoso como se pudesse se jogar nos braços dele, que ele a protegeria, ele a dava confiança.

Mas ela se recusava a admitir que isso era amor.

Mesmo quando ela esperava todos os dias por mensagens dele, mesmo quando ela ficava no trabalho ansiosa, esperando por uma aparição sua.

Mesmo quando ela pode ser pega pelo marido, saindo com ele, e mandando as mensagens, ela não se importa de apanhar de Hayato apenas para vê-lo mais uma vez.

"Isso não é amor.."

Ela pensava, enquanto seus pensamentos estavam apenas nele, nos olhos, braços mãos, corpo, altura, voz, tudo nele era perfeito.

Ela fazia tudo pensando nele, mas ela tinha no fundo de sua mente, medo de tê-lo, mesmo que não soubesse que o queria.

Medo daquele ditado, a ânsia se ter, e o tédio de possuir dominava seu ser, mesmo que inconscientemente.

Seu marido já percebia sua mudança de humor, que foi rápido, de um dia para o outro.

Enquanto ela ignorava quando ele batia nela, os xingamentos, deslizes dele, as putas que trazia para casa.

Ela apenas ficava olhando fixamente em alguma coisa no celular, dando risos bobos quase toda vez que ele a via.

Era agoniante, para ele.

A ideia de ser traído era ruim na cabeça dele, a ideia de ele ter esse direito, mas ela não, era superior.

Ele achava que por sua personalidade inocente, você não poderia trair ele desse jeito, bem de baixo de seu nariz.