— Visão Lexie Dixon 2 anos atrás—
Atlanta, Georgia. Tudo mudou. O mundo se perdeu. Pessoas virando "troços". Mortos voltando a ter vida.
Eu e meu dois irmãos estamos numa casa que encontramos no meio do mato, perdidos nessa nova realidade. Daryl e Merle caçam para que conseguimos ter algo pra comer. Esquilos, raposas. É o que comemos nesses dias. Não tenho mais noção do tempo. Começou a 3 meses? Realmente não sei.— Visão Lexie Dixon Atualmente—
Minha opinião sobre essas pessoas ao meu redor? Patéticas. Os gritos de todas a minha volta ressoa em meus ouvidos enquanto pego o arco e flecha para atirar nos "troços" que nos arrodeia.
— Garota, atrás de você! — Escuto a garota de fios loiros gritar e logo me viro, atacando-o com a ponta da minha arma.
Desde que me perdi de meus irmãos, acabo encontrando algumas pessoas pela floresta. Aprendi a sobreviver nas ruas e matar sozinha, sei ninguém ao meu lado. As pessoas que encontro por aí, ficam em choque quando vê uma "criança" sozinha e indefesa. Tenho 15 anos e já me viro sem um grupo
— Qual o seu nome? — Um cara pergunta.
— Na cabeça.— Digo.
— O que?
— Vcs atiram no corpo. Tem que mirar na cabeça. Eles só morrem desta forma. — Falo e começo a ir à caminho dos trilhos. Escuto eles me chamando, mas prefiro ignorar e seguir minha vida. Preciso encontrar meus irmãos.
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Caminhando pelos trilhos, escuto barulhos de carro vindo de uma determinada pista. Pessoas vivas por perto. Imagino que com algum lugar para viver, já que possuem carros. Saio correndo em direção ao barulho, passando por diversas "coisas" e chamando à atenção delas.
— Ei! Parem!!!— Grito assim que vejo o carro. É uma mulher dirigindo, com um homem do lado. Consigo ver a arma que o homem segura daqui. Eles nem sequer cogitam em parar para mim, então faço o que devo fazer e me ponho na frente do carro. Essas pessoas não seriam doidas de passar por cima de mim, seria?
— Você é louca garota?— A mulher grita comigo.
— Vocês iam mesmo deixar uma criança na pista? — Digo e logo vejo um garoto no banco de trás, me encarando. — Ei, você!— Me refiro ao menino. — Você tem quantos anos? Parece ser só um pouco mais novo que eu. Tenho 16 anos. Preciso de um lugar seguro. Procuro meus irmãos, Merle e Daryl Dixon. Sei que vocês não conhecem eles, mas preciso de um abrigo até en—
— Daryl? Você é uma Dixon? — Pergunta confuso
— Foi o que eu acabei de dizer, não foi?— Respondo revirando os olhos.
— Daryl esta conosco.— A moça de pele negra fala. Não consigo raciocinar. Daryl está com eles? Vou ver ele depois de sei lá, quase 2 anos? Sorrio.
— Me leve até ele.
— Entre no carro.— O cara fala e imediatamente entro no carro, me sentando ao lado do garoto que até agora não falou uma sequer palavra. Estou ansiosa. Preciso ver meu irmão. Será que ele ainda é o mesmo? Estou feliz que vou finalmente ver ele.
— Chegamos.— Falam e levanto minha cabeça, vendo que eles estão vivendo — ou sobrevivendo— numa prisão. Assim que o carro chega, um cara vestido como prisioneiro abrem os portões.
— Uma prisão? Eu ja passei por ela mas todas as vezes ela estava lotada daqueles "troços", como conseguiram? — Pergunto.
— Troços? É assim como você chama eles? — O menino ao meu lado finalmente abre a boca.
— Ah, então ele fala?— Provoco-o— E sim, eu chamo ele de troços.
— Zumbis. — O que? Esse menino tem algum problema?— Nós chamamos eles de zumbis.
— Bom, qual o seu nome, pequena Dixon? O meu é Rick. Daryl deve estar lá dentro. — O cara, que agora sei que se chama Rick, fala.
— Alexie, mas não me chame assim, prefiro Lexie. — Falo simples, saindo do carro.
— Carl, vá procurar Daryl e diga que encontramos algo que ele vai gostar. — Rick fala e vira-se pra mim. — Tenho que ir resolver uma coisa. Fique a vontade — O mesmo fala e logo vai embora.
— Como você sobreviveu? Você tinha um grupo? — A mulher pergunta— Meu nome é Michonne.
— Lexie. E não, não tinha um grupo, detesto andar em bando, todas as pessoas que encontrei nesses tempos agiam como patetas.
— Você aparenta ter o mesmo jeito que seu irmão. Você se perdeu dele? Faz muito tempo?— Michonne questiona.
— Me perdi deles. Eles foram caçar e um grupo de pessoas armadas entrou dentro da casa que estávamos. Precisei esconder tudo atrás da casa e fugir.
— Lexie??? É você? — Escuto a voz de Daryl atrás de mim e paraliso. Em choque por estar finalmente escutando a voz dele. Me viro rápido e corro em sua direção, abraçando-o.— Porra, está tão grande. Seu cabelo tá enorme. — O mesmo fala em meu ouvido. Parando de me abraçar para analisar o meu rosto.
— Também sinto sua falta, seu idiota— Falo sorrindo e volto a abraçar ele. — Cadê o Merle? Ele está aqui, certo?
— O Merle morreu, docinho. — Daryl fala.— Encontrei ele ontem, mas já não era mais ele. — Paro. Como assim? Meu irmão mais velho simplesmente tinha morrido? Sinto lágrimas cairem pelo meu rosto. Não consigo falar nada, apenas me sinto fraca e caio no chão. Daryl me segurando enquanto eu choro em seu peito.
— Eu já pensava que isso poderia ter acontecido. Mas ouvir que realmente aconteceu é muito pior. — Falo, enquanto sinto os olhares de todos em mim e no meu irmão.