Capítulo 09

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Luiza

Me abaixo quando ouço o juiz chamar Tereza, chamo sua atenção e falo com ela.

- Amor, aquele homem lá encima quer que você vá pra lá, a converse com a titia, tudo bem? Falo o mais mansa possível.

- Sim titia. Ela fala titia já sabendo que não pode me chamar de mamãe aqui, na frente de todos ainda.

Pego em sua mãozinha e vou com ela lá pra cima, olho pro juiz pedindo pra colocá-la em seu lugar e ele acena, deixando eu arrumar minha menina.

- Titia esse titio grandão aqui do lado é bonzinho? Pergunta ela é sua voz sai no microfone e todos ouvem.

- Sim princesa ele é bonzinho, esse titio aqui do lado é oq eu te falei que decidi se as pessoas são boazinhas ou malvadas. Digo e minha voz também sai no microfone, me viro e saio do lado dela, descendo lá pra baixo novamente.

- A entendi titia, então titio grandão, meu papai não é uma pessoa boazinha. Diz ela encolhida por seu pai estar na sua frente, o juiz ouve e me olha.

- E posso perguntar por que meu amor ele é uma pessoa malvada? Pergunto pra ela.

- Titia ele vai me machucar de novo, ele tá aqui. Diz ela com medo do pai.

- Não vai não amor ele não vai triscar em você, pode falar pro titio grandão o porque ele é malvado. Digo a reconfortando.

- Promete titia. Aceno com a cabeça, e ela confia em mim.

- Ele malvado titio grandão pq ele me machucou, ele forçou o instrumento de xixi na minha florzinha. Fala ela susurrando a última parte.

O juiz me olha com dor nos olhos e entende o porque estou lutando por ela.

- Depois da declaração da minha cliente senhor juiz não tenho mais perguntas.

- Advogado de defesa, faça suas perguntas e a trate bem por favor, ela é apenas uma criança. Diz o juiz de forma inquisitoria.

- Então mocinha conta pra gente como ele forçou isso em você? Diz o filha da puta de forma rudi.

Ela me olha.
- Titia.

- Você quer falar meu amor? Pergunto a ela me intrometendo nas perguntas do advogado.

- Eu quero colo titia. Diz ela ja começando a chorar, olho pro juiz e peço silenciosamente pra pegá-la no colo, ele acena e vou ate ela, a pego no colo e quando vou descer ela pede pra esperar.

- Senta titia, eu vou falar só quero a senhora perto de mim.

- Então moço, o papai, ficou comigo quando minha mamãe virou estrelinha, não sei quando foi isso, mas já tem um tempão,  quando eu tava no hospital a titia de branco me avisou que a mamãe tinha morrido, eu sabia o que era morte porquê a mamãe tinha me explicado quando perguntei se tinha vovô e vovó, uma moça me disse que iria ficar com meu papai, fiquei animada mais com medo porque mamãe tinha me dito que papai era mal, e se caso ele me machucasse eu deveria fugir, e foi o que eu fiz, já tinha um tempo que estava morando com papai, todas as vezes que ele ia me banhar ele tocava lá embaixo, só que mamãe tinha me ensinado que nenhum homem toca lá embaixo toda vez que eu banhar-se eu mesma deveria lavar, só que papai tocava e doía.

Sua voz simplesmente fica fina, e sinto seu corpo tremer.

- No dia que conheci a titia Luiza, ele tinha me machucado muito, ele me bateu, bateu muito, meu rostinho, barriguinha, bracinhos, titio grandão doeu tanto tanto, quando ele tirou minhas roupas e ficou pelado também fiquei com medo, tentei me soltar e ele me bateu mais, e me prendeu com cordas sobre a cama dele, foi então que ele pegou o instrumento de xixi, a mamãe disse que o que os meninos tinham era isso, quando a perguntei se os meninos tinha florzinha também, ele pegou o instrumento de xixi, e empurrou na minha florzinha, eu senti como se ele me rasgasse titio, doeu tanto que eu dormir eu acho, quando eu acordei tinha sangue muito sangue mesmo entre minha pernas, eu apenas vi minha roupa do lado da cama vesti elas abri a janela subi em uma cadeira e pulei. Eu corri tanto titio tanto tanto, passei acho que o dia todos correndo até a titia Luiza aparecer e me ajudar. Quando eu fui pra casa linda dela ela me deu comida, me banhou e não foi igual ao papai ela lavou todo o meu corpinho e quando terminou pediu pra que eu levasse o bumbum e a florzinha. E foi isso moço.

Diz ela enquanto chorava ainda, ela se vira e me abraça e fala no meu ouvido bem baixinho.

- Não quero mais mamãe. Passei a mão em suas costas e disse que tudo ficaria bem.

- Oque não leva essa criança que diz ter apenas 8 anos, pois foi a informação que a mãe disse não estar mentindo a mandato da doutora, e a mandato do amante da doutora delegado Bruno.
Eu apenas grito com Tereza ainda em meu colo.

- Objeção, olha o que esse home está insinuando meritíssimo, meu Deus, como uma criança de 8 anos teria a capacidade de fazer isso sendo que nem escola essa menina frequentou foi tão negligenciada pela mãe, que pelo o que tudo indica fugia do genitor, para proteger a filha e a sua propria vida, que  morreu fazendo isso, o colega não entende que o seu cliente, o pai dessa menina a e-s-t-r-u-p-o-u, preciso soletrar colega.

Bruno também se altera e grita.

- Tenha respeito perante a advogada Luiza e a mim também ou abro voz de prisão a você por desacato de autoridade.

- Por favor doutora se recomponha, delegado Bruno não será necessário, peço recesso de 30 minutos pra irmos pro último testemunho e darmos veredito final.

Desço do local aonde estava com Tereza, quando o crápula do Laerte insinuou aquela coisas o publico presente fez um alvoroço.

Desço e a unica coisa que preciso é de um abraço de Bruno.

- Preciso de um abraço. Susurro pra ele, que não pensa duas vezes e abraça eu e Tereza que ainda está no meu colo.

Ficamos assim por alguns minutos até ele nos afastar brevemente apenas pra por suas mãos em meu rosto.

Ele gruda sua testa na minha, com a intenção de me acalmar, olho em seus olhos e tenho certeza que nossa conexão, é um encontro de almas.

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