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Aimée Haase


É incrível como uma decisão pode mudar completamente a sua vida, e nesse momento me peguei pensando em qual decisão foi a responsável pela bagunça atual em minha vida. Quando decidir sair do conforto da casa dos meus pais para tentar caminhar com as minhas próprias pernas, tudo o que eu não esperava é que 90 dias depois de entrar naquele ônibus, absolutamente tudo começaria a dar errado.

- Aimée você pode ficar e fechar o café pra mim hoje?. - Tenho meus pensamentos interrompidos por Rebeca que brotou do nada aqui na cozinha.

- Ah? Desculpa eu estava viajando aqui não entendi.

- Data o café pra mim hoje por favorzinho? Apareceu um compromisso urgente e eu vou precisar da uma saidinha, mas já falei com a maio e ela fica com você.

- Por acaso esse seu compromisso não tem 1,80 e é seu ex não né dona Rebeca?

- Credo Mê, você acha tão mal assim de mim? Claro que não tem nada a ver com o Otávio.

- Se você diz então tá, eu fico pra você.

- Obrigadinha Mê, você e a May são as melhores, para indooo.

- Só não esqueça que eu vou cobrar hora extra viu. – falei mas ela nem me pegou pois já tinha saído correndo em direção a porta do café.

- Aposta quanto que essa saída repentina tem tudo a ver com o Otário? – Mayra falou aparecendo na janela da cozinha.

- Rezo pelo dia em que ela vai entender que esse cara é um atraso de vida.

- Vai ter que rezar mais então Aimézinha. – May falou rindo e voltando para o balcão para atender um cliente que acabou de chegar.

Eu adoro trabalhar no café da Rebeca, amo a vibe desse ambiente, adoro o sebo de livros que consegui convencê-la a colocar aqui depois de muita insistência. E mais ainda, sou eternamente grato a Rebeca por ter me acolhido quando tudo simplesmente começou a dar errado, graças a esse trabalho que conheci a Mayra, eu costumo brincar dizendo que somos duas desesperadas que se conheceram em um momento de desespero.

Eu fui preso a ser despejada porque não consegui pagar o aluguel, e a Mayra mal conseguiu pagar o próprio aluguel, uma semana depois que comecei a trabalhar aqui no café ela me chamou para dividirmos as despesas e com isso já moramos juntas a quase dois anos, somos muito diferentes mas conseguimos fazer dar certo e graças a Mayra eu não preciso voltar para a casa dos meus pais.

Morar com meus pais não era ruim, o problema é a cidade, depois de tudo o que eu passei naquele lugar prefiro mil vezes morar em qualquer lugar do que voltar para lá, mesmo que meus pais não tenham planejado a minha mudança para um lugar tão Distante eu senti que precisava, só não calculei muito os riscos de uma mudança para o outro lado do país, mas consegui que era o certo e assim fiz, e agora as coisas começaram a entrar nos eixos novamente.

Termino de lavar a louça e organizar a cozinha e decido ir para o balcão ajudar a May nas organizações, falta menos de uma hora para fechar o café e eu estou tão exausta que só quero terminar tudo e ir para casa.

- Precisa de ajuda ai? – falo saindo da cozinha e acabo assustando a May que estava concentrada vendo algo no celular.

- Sangue do cordeiro Aimée, você ainda vai me matar de susto qualquer dia sua rata sorrateira.

- Você que é muito assustada. – falo rindo da reação exagerada dela. – Mas e aí, o que podemos adiantar, quero ir embora o mais rápido possível hoje.

Todas as barreiras que construíTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang