𝘾𝙖𝙥𝙞́𝙩𝙪𝙡𝙤 07

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- Capítulo 07: Alucinações -

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- Capítulo 07: Alucinações -

Do outro lado do Pantanal, o sol nascia no horizonte, pintando o céu com tons de rosa e dourado. O peão misterioso cavalgava lentamente, seus olhos serenos refletindo a luz suave da manhã. Montado em um cavalo forte de pelagem escura, ele avançava com passos firmes, sua expressão distante.

O homem misterioso de olhos azuis normalmente serenos, agora pareciam vagos, como se estivessem perdidos em pensamentos profundos.
Havia algo de inquietante, uma tristeza oculta que ninguém conseguia decifrar.

Enquanto cavalgava, sussurros pareciam flutuar ao seu redor, como se o vento trouxesse vozes invisíveis que se infiltravam em seus ouvidos. Ele sempre dizia que esses sussurros eram do próprio diabo, ou como ele chamava, o cramulhão.

Trindade continuava seu caminho, resignado a essas vozes, sua figura solitária destacando-se contra a vastidão do Pantanal. Seu destino sempre foi assim, sozinho, apenas na companhia de seu cavalo e sua viola abençoada pelo diabo.

O peão violeiro, é um homem que vivia vagando pelas estradas da vida. Ele trabalhava em troca de comida e moradia, aceitando qualquer serviço que lhe oferecessem. Seu rosto era marcado pelo sol e pelo tempo, mas seus olhos brilhavam com uma sabedoria silenciosa.

Naquele momento, Trindade estava perto das margens de um rio, onde a água corria tranquila, refletindo o céu azul. O som da água corrente misturava-se com o canto dos pássaros, criando uma sinfonia natural que acalmava a alma. O peão caminhava devagar, observando a paisagem ao seu redor, quando algo chamou sua atenção.

Perto das margens, ele viu uma figura deitada. Era um homem, com roupas sujas e rasgadas, que parecia estar em grande sofrimento. Trindade se aproximou com cautela, seus passos quase silenciosos sobre a terra úmida. Quando chegou mais perto, pôde ouvir o homem pedindo por socorro, sua voz fraca e desesperada.

- eu tô c'uma bala cravada no peito... - falava com dificuldade o velho. - tá me queimâno... Me arranca ela do peito!

- Só se fô na ponta da faca - o peão se abaixa ao lado do homem ferido.

O seu destino está se cumprindo, o caminho tão solitário de Xeréu Trindade começou, uma nova mudança em sua vida.


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Depois de remover a bala do peito do velho do rio. Ele olhou para o velho, que respirava com dificuldade, mas estava vivo. A sensação de alívio foi imediata, como se um peso enorme tivesse sido retirado de seus ombros.

Enquanto o velho do rio recuperava o fôlego, ele murmurou algo que fez Trindade parar e prestar atenção. Com uma voz fraca, mas cheia de convicção, o velho disse:

- O diabo vai cumprir o que prometeu pra ocê, Trindade.

Essas palavras ecoaram na mente de Trindade, como um trovão distante. Ele sentiu um arrepio percorrer sua espinha, mas ao mesmo tempo, uma pequena chama de esperança começou a brilhar em seu peito. Era como se, naquele momento, suas dúvidas e medos fossem substituídos por uma nova sensação.

◌◦𝙐𝙢 𝙇𝙤𝙗𝙤 𝙑𝙚𝙧𝙢𝙚𝙡𝙝𝙤 - PANTANAL ᠂◞Onde histórias criam vida. Descubra agora