Mαყα
🌻𝗗𝗶𝗮𝘀 𝗮𝘁𝘂𝗮𝗶𝘀
𝗗𝗶𝗮 𝟰.Acordo com a cabeça latejando. É como se alguém tivesse esmagado meu crânio com um martelo. O gosto amargo na boca e a náusea que sobe pela garganta me fazem querer vomitar, mas não tenho forças. Meu corpo está pesado, como se chumbo tivesse sido despejado sobre mim. Preciso de um segundo – ou dois – para perceber onde estou.
O quarto é um cubículo. Branco demais, vazio demais, sufocante demais. Não é um quarto. É uma maldita cela. O cheiro de umidade e tinta velha gruda no meu nariz, enjoativo. Tento me mexer, mas algo corta a pele dos meus pulsos. Cordas. Cordas que parecem ter sido feitas para arrancar cada gota da minha dignidade. Sinto o tecido áspero escavando meus tornozelos. Estou presa. Presa como um animal.
O pânico chega devagar, rastejando. Minha respiração começa a acelerar, e sinto o peito apertar. Não, Maya. Não vai surtar agora. Respiro fundo, ou pelo menos tento. O ar parece pesado, como se quisesse me afogar. Minha cabeça roda, e minha mente grita. Olho ao redor, forçando meus olhos a encontrarem qualquer coisa.
As paredes são brancas. Brancas demais. Cruéis. Como se quisessem me engolir. No canto, uma cadeira solitária. Parece estar rindo de mim. Desesperada, contorço os braços, tentando soltar as cordas, mas a única coisa que consigo é mais dor. A pele arde, lateja, mas a raiva que começa a ferver dentro de mim é pior.
Aí as memórias vêm como um tapa na cara. Eu estava no restaurante. Todo mundo sorrindo, brindando, os flashes das câmeras cegando. E ele... aquele maldito homem. Chegou como se fosse dono do lugar, com aquele sorriso que parecia prometer o mundo. Idiota. Eu fui uma idiota. Ele me trouxe aqui. Ele fez isso comigo.
Então, ouço passos. Passos que fazem meu coração parar e depois disparar como um tambor enlouquecido. A porta range. O som é insuportável. Meu corpo inteiro congela, mas meus olhos não. Eles seguem direto para ele.
Ele entra como se fosse um predador que acabou de encontrar sua presa. A expressão no rosto dele é calculada, fria. Cada movimento parece ensaiado, como se estivesse aproveitando cada segundo do meu desespero.
— Finalmente acordou — ele diz.
Eu o encaro, porque se há uma coisa que não vou fazer é mostrar medo. Sinto meu sangue fervendo, e a náusea desaparece, substituída por algo muito mais forte: raiva.
— Vai se ferrar — grito.
O sorriso dele cresce, mas não alcança os olhos. Ele se aproxima, cada vez mais,como se ele achasse que tem poder sobre mim.
— Ah, Maya. Você ainda não entendeu a situação. Mas vai entender.
Ele para ao meu lado, tão perto que sinto o cheiro dele. E é isso que me faz tomar uma decisão naquele instante: eu não vou morrer aqui. Eu não vou ser a vítima dessa história.
A dor nos pulsos? Não importa. A cadeira no canto? Pode ser uma arma. O medo no meu peito? Que vá para o inferno.
Eu vou sair daqui. Nem que eu tenha que arrancar cada dente dele com as próprias mãos.
— O que você quer de mim? — minha voz sai firme, mesmo com o medo queimando por dentro como ácido.
Ele está parado ali, no meio do quarto, com aquele sorriso que parece arrancado de algum manual de psicopatia. Ele cruza os braços, como se estivesse avaliando uma mercadoria.
— Você é uma peça importante no meu plano. Seu pai... — ele começa, mas não consigo me conter.
— Meu pai? Meu pai nunca deu a mínima pra mim! — corto — Se você acha que vai conseguir alguma coisa dele me sequestrando, você é mais idiota do que parece.
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Amor em tons de cinza [Dark Romance 🔞] EM REVISÃO!!
RomanceDark romance 🔞 Max se vê diante de uma enrascada desde o momento em que conhece Sophie. Ela não é apenas uma modelo bonita; ela é alguém que consegue penetrar através de todas as suas defesas, expondo seus demônios internos de uma maneira que nenhu...