51. O que Eu faco, lindinho?

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POV Ana Carla






- Não.

- Prima, por favor...

- Não, Otávio.- repeti.- Use outros exs embaixadores para sua campanha, eu não vou voltar a modelar, muito menos com ele.

Otávio soltou um suspiro, andando de um lado para o outro dentro do meu ateliê.

Continuei trabalhando na minha estátua especial como se não estivéssemos tendo aquela conversa.

- Ana... Eu preciso que você faça isso.- ele parou a minha frente e me olhou nos olhos.

Soltei o pincel que usava para modelar minha escultura e olhei sério para ele.

- O que está acontecendo, Otávio?

Meu primo puxou um dos meus bancos do ateliê e sentou, afrouxando sua gravata.

- Eu pensei que fossemos superar.- ele começou a dizer e eu cruzei os braços.- Deixei minha mãe voar alto demais...

- Você está querendo me dizer que a sua mãe faliu a minha empresa?

Eu não estava acreditando.

- Não...- ele arregalou os olhos.- Nao foi ela, Ana... foi o contador... o...

Fiquei de pé.

- Luiz?- perguntei sentindo minhas pernas formigarem. Otávio assentiu.- O que ele fez?

- Ele ensinou minha mãe a desviar dinheiro da conta oficial da Dior.

Estreitei meus olhos, um grito entalado em minha garganta.

- Mas eu tenho recebido minha parte todos os meses.- falei ainda não querendo acreditar naquela merda.- Rebeca não mentira para  mim.

Rebeca, minha melhor amiga,  tinha me se tornado minha acessora e eu sabia que podia confiar nela plenamente.

Otávio deu de ombros.

- Ela não podia deixar furo.- ele disse.- Sempre mandava sua parte para que você não notasse, mas eu não recebo a minha a meses.

Passei a mão no rosto, agoniada.

- MAS QUE MERDA, OTAVIO!- Gritei.

- Desculpa.- ele se muriou.- Eu não achei que ela fosse tão longe.... Mas, Ana, agora precisamos focar em salvar a empresa... A sua campanha com o Robert foi um sucesso... assim como seu evento sustentável...

- EU PRECISEI DE UM ORCAMENTO DE 5 MILHÕES,  OTAVIO!

Ele apertou os olhos.

- ANA É A DIOR.- ele gritou de volta.- É A EMPRESA DO SEU PAI!

Olhei furiosa para ele.

- Como você ousa, Otávio?- perguntei.- Você acha que eu não sei? Eu deixei a empresa na sua mão, você se mostrou competente, eu confiei em você.

Eu ainda me lembrava do dia, pouco depois da morte do meu pai, quando meu primo foi até mim e tivemos uma conversa franca onde eu lhe dei a cadeira de CEO e um plano de estratégia a seguir.

Ele tinha que ter seguido com o plano.

- Ana, meu erro foi achar que podia...

- Manter os luxos da sua mãe?- rebati.-   Meu pai tinha razão, sua mãe ia dar um jeito de afundar a empresa que ele tanto lutou pra manter de pé.

Otávio ficou de pé, vindo até mim.

- Nós podemos dar um jeito.- ele disse me segurando pelos ombros.- Você só precisa ir até o Robert e pedir para ele trabalhar com a gente e receber só daqui a um tempo.

Lhe dei um empurrão.

- Ah ! Além de me fazer trabalhar com meu ex marido,você ainda quer que eu me humilhe e peça para ele trabalhar DE GRAÇA?

Meu primo encolheu os ombros.

- Ana... É isso Ou a Dior vai sumir do mundo da moda.

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Eu encarava Edward Cullen agachado a minha frente dentro do closet do meu antigo quarto.

Meu gato me olhava de volta com desinteresse,ele não entendia por que eu estava ali a quase duas horas pensando no que eu ia fazer.

Como eu pude ser tão relapsa?

Tudo bem que eu nunca quis a empresa do meu pai, mas depois que fui obrigada a estar lá dentro, gostei do trabalho e com a morte dele eu meio que não tive coragem de vender tudo.

Mesmo ele tendo sido muitas vezes agressivo, eu sabia que não podia exigir de alguém algo que ele nunca teve.

E, mesmo que meu Casamento com Robert tenha dado errado por alguns efeitos colaterais, eu tive meus momentos de felicidade com aquele inglês maconheiro irritante.

Mas eu escolho partir.

Escolhi porque doeu.

Escolhi porque fui magoada.

E agora eu estava sendo forçada a ir atrás dele.

Escondi meu rosto em minhas mãos e suspirei alto.

Lembrando do dia do desfile onde nossos olhos se cruzaram e eu senti o ar fugir dos meus pulmões.

Ele estava lindo, obviamente.

Usando uma camisa de gola alta com o cabelo todo revirado me olhando como se fosse a oitava maravilha do mundo.

Eu quase esqueci que Cha Eun Woo estava ali, do meu lado, dando uma de namorado, coisa que ele não era.

- O que eu faço, lindinho?- perguntei esticando a mão e tocando o pelo macio do meu gatinho.- Ham? Me da uma dica? Devo deixar a memória do meu pai agressor ir pelo ralo junto com a empresa falida ou devo ir implorar ajuda para o meu ex marido que me deixou sozinha vivendo o luto da perda do nosso filho porque eu preferi vencer uma discussão do que contar a verdade?

Edward Cullen olhou para mim, esticou o corpo e saiu andando, balançando o rabo.

É,  eu estava sozinha nessa.






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