Allana Vásquez
A vida é injusta!
Essa frase está na minha cabeça há anos. Fiz uma escolha errada e hoje sofro as consequências dela. Só não me arrependo mais, pois ela saiu das minhas duas pessoas favoritas, meus filhos Julie e Alisson. Entretanto para isso, abri mão muito, há quinze anos, escolhi me casar com o pai deles, João Carlos, sem amá-lo, por medo, insegurança.
O meu amor era de Martín Lisboa Arango, herdeiro da grande família Lisboa, rival da minha nos negócios e filho de um mexicano. Ele era na época, bon-vivant, não me entendam mal, compartilhamos de um intenso sentimento, só que por causa desses motivos e dele estudar Artes Cênicas, minha mãe o odiava. Achava que o Martín, não iria ser um homem de família, pela carreira que iria seguir.
Aquele homem vivia para música, dança e teatro. E ela argumentava que o nosso relacionamento seria fadado ao fracasso, que uma executiva e um artista, nunca viveriam juntos. Eu era controladora, ele era livre. Eu era de regras, ele de desafiar. Eu gosto de rotinas, Martín de novidades. E não iríamos nos adaptar.
Nosso namoro foi longo, quase a duração de um curso universitário, estudávamos na mesma Universidade, quando comecei a cursar Administração. De início, construímos uma linda amizade, mas quando fomos perceber, nós já estávamos apaixonados. E com a maturidade que tenho hoje, percebo que sim, poderíamos ter um relacionamento sólido e lindo, pois além do amor que compartilhamos, nos respeitamos. Eu o respeitava, não tentava controlá-lo. Que ele conseguia viver com regras, nos momentos certos fazíamos algo fora da rotina. Sim, uma executiva e um artista poderiam ter nos adaptados.
Nessa minha mãe me apresentou João Carlos, que dizia ser compatível comigo, ambicioso, inteligente. Não me deixei envolver, meu foco era os estudos e Martín. Sendo assim, ele com o aval da minha mãe, criava situações para se aproximar, com o intuito de me separar e conseguiriam.
Atualmente, com trinta e oito anos de idade, com casamento falido de quinze, dois filhos, uma menina de treze e um rapazinho de dez, descubro uma vida de traições, João me trai até com um poste.
Neste instante, estou no escritório da minha mansão, com uma garrafa de whisky importada e copo cheio, bebendo, afogando as mágoas que dizem por aí. Não estou triste ou com ciúmes dele, sou indiferente a situação, e sim lembrando e imaginando a vida que teria com Martín, que não deixasse os outros me manipularem.
- Burra, Allana como é burra! -exclamei com raiva, jogando o copo na parede.
Fico observando os cacos no chão, está como o meu coração em pedaços.
Qual foi o fim do Martín? Será que se apaixonou novamente? Casou-se? Filhos?
Eu nunca me perdoei por magoá-lo, sai da vida dele como um bandido, fugindo. Não teria coragem de falar cara a cara com ele. De encarar seus olhos castanhos e dizer: "Acabou".
Então, num dia estava lá para ele, no outro não respondia suas mensagens.
O pior que troquei o certo pelo errado em todos os aspectos. Martín é lindo, igual atores mexicanos mesmo, alto, forte, cabelos ondulados curto. Ele era um romântico incurável, mesmo com um jeitinho cafajeste. O mix envolvente e apaixonante.
As lembranças de um dia especial, vem à minha mente. Arrancando-me um sorriso saudoso.
- Cariño! Vamos no show de hoje? -perguntou Martín abraçando-me por trás. Estava no apartamento dele, especificamente no quarto, o cantinho de estudo que montou para mim.
- Mi amor! Segunda tem prova, estou estudando e não quero ficar olhando aquelas garotas em cima de você.
Ele me fez levantar, virou-me para encará-lo, descansou as mãos na minha cintura, enquanto envolvi meus braços em seu pescoço.
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Sentimentos Compartilhados
Любовные романыA história de Allana Vásquez empresária do ramo de beleza, 40 anos, dois filhos, vivendo um relacionamento falido de 15 com João Carlos. E Martin Lisboa, músico e proprietário de um bar, 40, uma filha e solteiro. Viveram um amor intenso na juventu...