Às vezes, me sinto como um livro de colorir, mas ninguém entende as nuances dos meus sentimentos.
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Quando saiu da sala, Jimin esticou as costas e respirou fundo, sentindo leves pontadas na nuca e os olhos arderem pelo cansaço.
Tinha feito um pedido de madeira e alguns aparelhos, e aquilo era tremendamente chato. Tinha que escolher a cor, o tamanho, a largura, os aparelhos que mais usava e verificar as marcas de todos eles. Achava tão chato quanto trabalhar em uma empresa cuidando da família de todos os funcionários.
Sem contar que estava morrendo de sono. Saiu com Jungkook na noite passada e, quando voltaram para casa, em vez de dormir, foram brincar um pouquinho, sabendo que precisavam acordar cedo no outro dia. Estava com sono, cansado, frustrado e agoniado. Sentia que Taehyung estava diferente, quer dizer, ele sempre foi diferente e tudo mais, mas agora estava mais do que antes. Sabia que seu relacionamento com o irmão dele tinha a ver com aquilo, e isso era ainda mais exaustante. Não queria perder nenhum dos irmãos, queria tê-los em sua vida para finalidades diferentes.
Ainda assim, sentia que Taehyung estava diferente.
Ele tentava não demonstrar, sempre respondendo com ignorância como sempre, ou olhando-o como se estivesse com nojo de algo, o que era normal. Porém, pelo tempo que o conhecia, sabia que aquele não era o seu normal. Não gostava daquela situação, mas não estava disposto a abrir mão de nenhum deles. Por isso, mesmo querendo ir para casa descansar, Jimin resolveu ir até a sala do garoto para resolver aquela situação o mais rápido possível.
Estava com Jungkook agora, não pretendia deixá-lo, então teriam que resolver aquele desconforto silencioso o quanto antes para voltarem ao normal.
Quando cruzou o corredor, suspirou mais uma vez, sabendo que a única coisa que iria ganhar era hostilidade do garoto, ainda assim, estava disposto a aguentar. Quando parou em frente à porta com o nome dele gravado, se perguntou se era realmente uma boa ideia. Poderia ir para casa, tomar um banho quente e dormir o restante da tarde; a coisa mais fácil seria esperar Taehyung engolir o próprio veneno e voltar ao normal por ele mesmo. Ainda assim, abriu a porta que nunca estava trancada.
O bafo quente de maconha atingiu-o de repente, fazendo-o dar um passo para trás. Fazia um tempo que não saía para festas, pois preferia aproveitar o tempo que tinha com Jungkook, então fazia um tempo que não fumava maconha. Por isso, teve uma sensação de melancolia ao sentir aquele cheiro. Ainda assim, forçou a mente a funcionar, pois a vida não era feita somente de baseados.
Forçou o olhar para enxergar melhor, mas estava escuro, então precisou esperar os olhos se acostumarem. Quando finalmente se acostumou, viu tintas jogadas no chão, algumas delas abertas, o que aumentava a bagunça. Dois cavaletes estavam derrubados, possivelmente quebrados. O cheiro de maconha impregnava o ambiente, deixando tudo com tons de cinza devido à fumaça.
Olhou ao redor, procurando pelo dono da sala, até encontrá-lo sentado no chão. Como estava escuro, não conseguia ver muito bem, então agiu rapidamente: invadiu a sala e abriu as cortinas junto com as janelas para ventilar o ambiente e dissipar a fumaça. Quando voltou a olhar para o garoto, viu-o sentado no chão, com a cabeça apoiada na parede e os olhos semicerrados, balançando lentamente como se estivesse desorientado demais para entender onde estava.
Diante da situação, Jimin correu até ele e ajoelhou-se, segurando o rosto do garoto para observar melhor, notando que seus olhos estavam bastante dilatados.
— O que diabos aconteceu...?
Jimin não sabia como lidar com aquela situação, pois nunca esteve em posição de cuidar. Sem perder tempo, lembrou-se das vezes em que Yoongi o colocava debaixo de água fria para reanimá-lo. Com cuidado, segurou o corpo mole de Taehyung e o levou até o banheiro. Ele estava flácido e quente demais, como se estivesse tão intoxicado de maconha que seu cérebro tivesse parado de funcionar.
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cores são sentimentos, tys
Fanfiction"O sonho de Taehyung sempre foi tirar o irmão daquele cenário abusivo onde cresceram, e ele sabia que só conseguiria isso se tivesse condições financeiras para cuidar de uma criança. Por isso, fugiu de casa para cursar a faculdade, determinado a mud...