Quatro - Fé

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Os meus passos apressados ecoavam nos corredores vazios do internato, junto com os meus berros que chamavam por Mary.

Max vinha atrás de mim, pedindo que eu me acalmasse para falar com ela, mas eu não lhe dava ouvidos.

Precisava vê-la de novo. Falar com ela de novo. Eu precisava saber se não estava ficando louca.

- Mary!

Virei uma esquina e dei de cara com Kecht, que me encarava muito mais sério do que qualquer vez que eu o tenha visto.

- Cadê ela?

- Ela quem?

- Não se faça de desentendido. Cadê a minha avó?

- Na sala dela, Riley, como sempre.

Ele falava de um jeito tão calmo e tão cínico que eu sentia vontade de esmagar a cara dele no tapa - não que eu já não sentisse essa vontade antes.

- Para de tentar me fazer de idiota! Cadê a Mary?! - Me aproximo mais e rapidamente. - Fala e eu não te estripo.

- Não me ameace, criança.

- Criança é o seu cu, Arthur.

- Riley! - Max chama.

Ele apenas me puxou pelo braço, fazendo com que eu me afastasse de Kecht. Ótimo, se não eu enfiaria um soco no rosto bonito e britânico dele.

- Desculpe, Sr. Kecht.

- Está na hora de tomar remédios psicológicos, Riley. Está enlouquecendo - diz se virando e se afastando.

- Eu vou matar você, seu merda!

Ele virou o corredor e Max me segurou pelos dois braços, me grudando na parede. Ele segurou meus braços na parede e colocou um joelho entre minhas pernas. Tudo para me manter ali.

- Me solta! Por que não me deixou bater nele?!

- Porque ele ia matar você! Está agindo por impulso. Só vou te soltar quando você se acalmar.

- Max!

- Riley! Eu sei o que você tem certeza que viu e, por mais que eu ache uma loucura sem sentido, acredito em você. Vamos contar aos outros, vamos bolar um plano juntos.

- Que tipo de plano? Atirar na cabeça de todos eles? Eu topo.

- Calma aí, gata - ri fraco. - Vamos dar um jeito, eu te prometo. Só quero que você se acalme.

Eu fiquei mais alguns segundos encarando ele, pensando no que fazer. Esses últimos dois minutos foram, provavelmente, os maiores vacilos da minha vida. Deixei a raiva me controlar, assim como o medo e a confusão.

Agora que Kecht sabe que eu sei de Mary, ele provavelmente nunca mais vai trazê-la aqui, e vai alimentar a história de que estou ficando louca.

Sou uma caçadora, não posso fazer esse tipo de coisa.

- Vamos caçar - digo baixo.

- É o que fazemos de melhor.

•§•

- Eu acho que você pirou de vez - Serena diz.

Estamos todos no meu quarto. Max e eu estamos sentados na cama. Trevor fica sentado na cadeira da minha escrivaninha e Serena em cima da mesa.

Riley Winchester- Supernatural FanfictionOnde histórias criam vida. Descubra agora