𝑶𝑵𝑫𝑬 𝑬𝑺𝑻𝑨?
Sophia Clark
O sol batendo no meu rosto logo de manhã, fez com que eu abrisse os olhos com certa dificuldade. Tinha me esquecido de fechar as cortinas antes de me deitar, o que deixou a claridade do quarto quase cegante. Me sentei na cama, a boca aberta em um bocejo e os dedos esfregando os olhos em busca de uma visão nítida. Puxei o ar inflando o peito e logo o soltando pela boca como se esperasse que minha alma voltasse para o corpo antes de levantar realmente.
— Finalmente acordou.. — a voz grossa fez todo o meu corpo estremecer e eu levei a mão até a arma que estava sobre o criado mudo a apontando para a direção da voz, não abaixei a arma mesmo depois de ver Alex sentado em uma cadeira ao lado da cama.
— Mas que porra!! Tá ficando maluco!? — a raiva e o susto se misturavam a minha voz fazendo com que ela saísse esganiçada e inconsistente.
— Você tem uma sessão de fotos em duas horas. Não podemos faltar ou vão começar a desconfiar, precisa manter a rotina — seu corpo se ergueu e ele saiu da sombra mostrando novamente seu terno bem alinhado sem um único amassado.
— Sai da porra do meu quarto antes que eu estoure seus miolos Alex! — minhas mãos apertavam firmes o apoio da arma enquanto eu imaginava a quanto tempo ele poderia estar ali me olhando dormir.
Seus lábios se curvaram em uma tentativa falha de sorrir. O que só o fez parecer ainda mais lunático. Sem falar nada, ele abriu a porta do quarto e se retirou em passos lentos enquanto meus olhos encaravam cada um de seus movimentos, esperando um único deslize para que eu puxasse o gatilho.
Quando a porta finalmente se fechou por completo, eu abaixei a arma recuperando o fôlego pelo susto. Alex sempre foi muito sombrio, mas depois que meu pai adoeceu, ele se transformou como se achasse que aquilo dava a ele algum poder sobre o crime brasileiro. Um completo idiota. Olhei em volta, tendo certeza que não havia mais ninguém além de mim no recinto. Me levantei, completamente alerta pelo susto, e fui até o banheiro fazer minhas higienes.
...
Vestindo uma calça skiny e um cropped branco com um trançado nas costas, caminhei pelo corredor do estúdio até a sala onde seriam feitas as fotos. Eu ainda estava com dor de cabeça e a claridade do ambiente não estava me ajudando com isso. Alex me acompanhava completamente em silêncio, mexendo no celular freneticamente.
Quando passamos pela porta da sala, tive que fechar os olhos pela quantidade de luz. Algumas pessoas andavam de um lado para o outro, arrumando tudo que seria necessário para o ensaio.
— Bom pessoal, vamos começar logo, a agenda de Sophia está cheia e temos que ser rápidos! — a voz de Alex fez todos virarem sua atenção para ele por alguns segundos.
Me dirigi até o figurinista e a maquiadora para começarmos, afinal, eu também queria ir embora o mais rápido possível, mas também precisava manter Alex longe da cabana.
Bill Kaulitz
Meus olhos se abriram devagar e assim que analisei a sala, vi que o único que ja estava acordado era Tom. Na verdade, ele parecia nem ter dormido. Andando pela sala com a mão no queixo como se pensasse no que fazer. Me sentei no colchão olhando para ele confuso pela sua atitude.
— Você dormiu? — minha voz falhada, carregada de sono, fez com que ele parasse e me olhasse.
— Se Sophia não está no comando, não vai adiantar eu tentar seduzi-la — ignorando completamente minha pergunta, ele andava de um lado para o outro.
Antes que eu respondesse, a porta de metal se abriu com um rangido alto fazendo os dois que ainda estavam dormindo, se levantarem no susto. Um segurança entrou, segurando um fuzil nas mãos como um verdadeiro policial. Atrás dele, passos leves foram ouvidos até que um rosto familiar surgiu.
— Anne?... — em um salto, Georg tentou se aproximar mas todas as armas foram apontadas para ele, fazendo-o parar com as mãos para cima.
Eu olhava para a garota fixamente, no fundo já sabia que Sophia precisava de ajuda nos Estados Unidos. Ao olhar para Tom percebi que ele também pensava assim, já que estava de braços cruzados analisando a garota.
— O que veio fazer aqui? — a pergunta de Tom fez a garota suspirar e colocar no rosto um sorriso sem jeito.
— Olha, eu não vim machucar ninguém, queria poder ajudar vocês, mas se souberem que eu estou aqui terei problemas — sua voz soava baixa e assustada, mas arrancou de Tom uma gargalhada.
— Não de uma de boa samaritana! Diga logo o que você quer? — os olhos da garota que estavam em Georg foram até o meu irmão.
— Eu estava responsável pelo carregamento que vocês pegaram! Sophia está furiosa e se eu não encontrar...
— O que tem naquele carregamento? — cortei a frase da garota fazendo seus olhos virem até mim.
— 400 mil dólares em cocaína pura! — uma leve vacilada em sua voz me fez apertar os olhos.
— Não Anne! O que realmente tem naquele carregamento? — minha pergunta pareceu ter perfurado cada um de seus órgãos.
— Olha, eu preciso dele de volta, Sophia vai me matar se eu não encontrar o carregamento! — agora sua voz levava um choro suave.
— Não vamos entregar nada até que...
— Está em um chalé na floresta riltons, três quilômetros depois da árvore azul! — fui cortado pela voz de Georg, meus olhos foram até ele completamente irritado.
Os lábios de Anne se curvaram em um sorriso e um longo suspiro escapou de seus lábios. Tom e eu olhávamos para Georg tentando entender o motivo dele ter dito aquilo a ela. Sua respiração rápida denunciou que o fato da vida de Anne estar em perigo o deixou assustado.
— Obrigado meninos! Eu prometo que vou tentar ajudar você até onde eu consiga! — revirei os olhos enquanto Tom soltava uma risada nasalada.
Ainda com o sorriso nos lábios, Anne saiu da sala fechando atrás dela a porta de metal com um baque alto. Outra vez meus olhos foram até Georg, não só os meus, mas os de Tom e Gustav também o encaravam com raiva transparecendo.
— Você ficou maluco porra!! — o grito estridente saiu dos meus lábios sem que eu percebesse.
— Eu não ia deixar a garota morrer por cocaína! — uma risada rouca saiu dos lábios do meu irmão ao meu lado.
— Foi você mesmo que disse que não era um carregamento normal Georg, disse que Sophia estava preocupada demais para ser somente drogas — a raiva na voz de Tom era completamente nítida. A ficha de Georg pareceu cair naquele momento, como se ver sua amada o deixasse cego.
— Perdemos a chance de chantagear Sophia! — minhas mãos tocavam minha cintura ainda indignado.
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Olá meus carrapatinhos, como estão?
O que estão achando da história? O que Sophia está escondendo de Alex? Anne é cúmplice da garota nisso? Tem teorias do fim da história?
Deixem aqui suas opiniões, votem muito e comentem. Vejo vocês no próximo capítulo
Beijos da Taty
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Passarela da perdição
FanfictionA vida dupla de dois irmãos, que tinham uma banda famosa e ao mesmo tempo lideravam o tráfico de drogas em tudo o mundo, começou a ficar cansativa então ambos decidiram abandonar o mundo do crime e focar completamente no sucesso musical até descobr...