29 | 𝙝𝙚𝙖𝙧𝙩 𝙞𝙨 𝙖𝙡𝙧𝙚𝙖𝙙𝙮 𝙬𝙚𝙖𝙠

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maratona - 1/4

Los Angeles, Califórnia | Quarta-feira | 07:02

Los Angeles, Califórnia | Quarta-feira | 07:02

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Ana Flávia's point of view

Respirei fundo pela quarta vez em menos de 5 minutos. Meu peito doia 20 vezes mais do que nos outros dias e o ar que eu precisava para respirar parecia ter evaporado.

Eu acabei acordando antes do previsto hoje. Gustavo costumava sair 07:30 para o trabalho, mas hoje resolveu ir um pouco mais tarde já que estava muito cansado ultimamente.
Acordei com falta de ar mas como já estava acostumada com isso durante a noite, apenas me levantei em silêncio e fui para sala, para não acordar meu marido.

Acontece que a dor que era pequena e suportável se tornou imensa e eu sentia algo errado, mas ainda assim não estava com tão convicta disso.

Escutei Gustavo descer as escadas, chamando por mim e tentei disfarçar, já que eu andava pela cozinha já suando.

— Ana, você viu meu relógio? — Gustavo perguntou sem olhar para mim, enquanto procurava o objeto, distraído. Eu sem conseguir dizer muito apenas respondi um "não" em voz baixa. O que fez com que Gustavo parasse o que estava fazendo e focasse em mim.

Ele veio até onde eu estava, me fazendo respirar fundo, torcendo para que meu marido não percebesse que havia algo incerto.

Gustavo parou a alguns centímetros de mim, me encarando intensamente, mas sem dizer um "a". Observei sua feição e ele parecia me analisar.

— O que você tem? — Gustavo perguntou e eu suspirei desviando o olhar de seus olhos. Ele sempre sabia quando algo não estava correto comigo.

Eu me afastei dele e fui em direção a pia tomar água, para encobrir minha tensão.
Eu já havia ingerido dois remédios para dor mas parecia que não havia adiantado nada, pois a dor só aumentava.

Gustavo se aproximou de mim outra vez e eu olhei para minhas mãos apoiadas na pia.
Ele encaixou seu corpo no meu, me abraçando pela cintura e cheirando meu pescoço.

— Eu sei que tem algo errado, Ana Flávia, então não tente esconder. — Gustavo disse e me virou de frente para ele, inclinando a sobrancelha como se dissese para eu contar.

— Acordei me sentindo mal. — A feição séria e autoritária de Gustavo desapareceu quando eu assumi meu desconforto.

— O que houve, meu bem? Dores? Já tomou remédio? Quer ir ao médico? Vá se trocar, vou tirar o carro da garag... — Interrompi Gustavo quando ele começou a falar tudo afobado.

𝙣𝙖 𝙨𝙖𝙪𝙙𝙚 𝙚 𝙣𝙖 𝙙𝙤𝙚𝙣ç𝙖 | 𝙢𝙞𝙤𝙩𝙚𝙡𝙖Onde histórias criam vida. Descubra agora