Novembro
TRIMM TRIMM
- Minho! É 'pra você.
Eu estava de no trabalho quando recebi uma ligação inesperada. Não é muito comum me ligarem pela manhã, ainda mais no trabalho, então fiquei confuso, mas peguei o telefone e atendi,
- Alô?
- Olá. Minho, certo? Eu sou a oficial Shin, sou policial, nós precisamos que venha até a casa do seu amigo, Jisung. A casa foi tomada por um incêndio, não sabemos a causa. Queremos saber se você tem algumas informações úteis para nós.
- O que? Eu estou indo, chego em alguns minutos!- Fico tão surpreso que todos a minha volta param seus afazeres para prestar atenção em mim.
Pego minhas coisas o mais rápido possível, e peço para alguma de minhas colegas explicar minha ausência ao nosso chefe. E lá estava eu, correndo até a casa de Han, já imaginando o pior.
Finalmente cheguei, fitas amarelas para todos os lados, policiais, bombeiros, vizinhos. A casa de Jisung se encontrava em cinzas.
Ando mais alguns passos, me aproximando de toda a bagunça, e sinto duas patas em minha perna.
- Hm? Bbama?- Passo a mão na sua cabeça, fazendo carinho no cachorro. Me abaixo para conversar com o animal.- Ah garoto, que bom que está bem. Você sabe onde seu pai se meteu?- Pergunto ao cãozinho, que late para mim.
- Jisung deixou o Bbama conosco e disse que ficaria fora de casa por alguns dias, na tarde do incêndio.- Senhora Kim, uma idosa simpática que residia a casa ao lado da de Han junto ao seu marido, por sorte o fogo não consumiu seu lar também.
- Ele não disse para onde foi?
- Não, infelizmente.
Olho para baixo, ainda pensando na pior possibilidade.
- Lee Minho?- Uma mulher chama meu nome. Me levanto para falar com ela.- Muito prazer. Me chamo Shin Ryujin, foi comigo que você conversou no telefone uns minutos atrás.- Ela estendeu sua mão para que eu a cumprimentasse, e assim eu fiz.
- Prazer, eu sou o Minho, acho que você já sabe disso.
Fomos caminhando para conversar, longe de todo barulho.
- Pode me explicar o que aconteceu?
- Bem, assim que os vizinhos perceberam as chamas na casa do seu amigo, ligaram para nós. Quando a polícia chegou, o corpo de bombeiros já havia apagado praticamente todo o fogo, e aparentemente não tinha ninguém na casa. Nenhum corpo foi encontrado.
- Então...Ele não estava em casa...
- Conversamos com a vizinhança e a maioria diziam que Jisung avisou que estaria saindo, deixando pertences em suas casas. Coletamos celular, relógio e notebook. Mas nenhum dizia onde ele estava, ninguém sabia. Passaram seu contato para nós.
- Ele realmente não me disse nada, nem que iria ficar fora. Inclusive, achei estranho ele não responder minhas mensagens de manhã.
Até que o walkie-talkie da policial fez algum barulho.
- Oficial Shin, encontramos uma coisa, bem importante. Venha rápido!
✉️ Quebra de tempo ✉️
- Como caralhos isso é possível?
Estávamos em três, encarando uma carta em cima da mesa. Eu, Shin e Hwang, outra policial.
- É papel normal, como não queimou com o fogo?
- Esse Jisung é feiticeiro? Não consigo pensar em algo diferente de bruxaria.
- Até onde eu saiba, não.- Peguei a carta, e li o verso do envelope.- Tem meu nome aqui.
- Então abre e lê, vai ser importante para a investigação.- Hwang, diz ansiosa.
Num ato um pouco receoso, abro a carta e começo a ler.
" De: Jico
Para: MinhoSe você está lendo isso, é porque eu já fui embora. Não, eu não morri, só fui embora.
Não se pergunte onde eu estou, como eu estou ou coisas do tipo, não se preocupe.Sabe, senti que se eu não fosse agora eu nunca mais ia conseguir, essa cidade me afoga. Eu precisava me deixar, para descobrir onde eu estava, mas não é que eu me sinto mal, eu só não sinto nada.
Enquanto a nós, pensei e te levar, acredite. Mas você tem uma vida aqui, um emprego bom, amigos, família, não seria justo te arrastar para o incerto comigo. O problema sempre foi eu, não você.
Inclusive, cuida do Bbama para mim! Ele gosta de você.
E, desculpa. Eu não consigo me amar, não do jeito que você me ama. E agora eu não posso mais voltar, minha casa está em chamas.
Assinado: Seu amor, Jisung."
Não era longa, mas tinha pesar em cada palavra escrita a mão. Fiquei perplexo, mas não supreso, só não sabia explicar o porquê.
- Merda, merda, merda! Como eu não percebi?- Deixei a carta em algum canto de comecei a andar de um lado para o outro, me culpando.
- O que está escrito?
- O Han não morreu, só sumiu.
- Ele tentou forjar a própria morte ou algo assim? Por que pelo o que deu para entender ele se despediu da vizinhança toda. Menos de você.- Oficial Shin pontua e aponta para mim.
- Ele ia se despedir por meio da carta, mas como ele teve certeza de que ela não queimaria no incêndio?- A policial Hwang se questionava novamente.
Eu não conseguia digerir tudo aquilo, não conseguia engolir aquelas palavras. Meus olhos percorriam a sala onde estávamos procurando algum alívio, uma explicação lógica.
Se ele se sentia tão mal, porque não me contou? Se ele se sentia afogado, porque não gritou meu nome? Por que ele não pediu ajuda? Por que achou que ir embora era a solução mais fácil?
Era como arrancar um curativo numa puxada só, pela manhã eu achava que meu melhor amigo estava morto, a tarde descubro que meu verdadeiro amor foi embora sem um destino definido.
Seria egoísmo da minha parte querer que ele volte? Como eu começaria a procurar ele se iniciasse uma busca? Ele quer que eu o ache?
Se o problema era você, porque doeu em mim?
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Maria - Minsung oneshot
FanfictionNão é que Jisung se sentisse mal, ele só não sentia nada